Cap:24 Sensação

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Alice narrando:

Fiquei parada em frente a porta do meu quarto. Pensei se ia ter lá ajudá-lo, a ideia de ficar cara a cara com ele me enchia de pavor e vergonha.

"Porquê não?  O que ele pode fazer machucado daquele jeito" pensei suspirando e dando passos lentos até a porta do quarto de Guero.

- Madrinha é a senhora que está aí fora? - ele diz com a voz fraca gemendo de dor.

- Não é sua madrinha sou eu - digo abrindo a porta e entrando no quarto.

Eu que depois de tudo que aconteceu eu devia deixá-lo sofrer lá sozinho, mas ao invés disso, fui ao seu encontro para ajudá-lo.

- O que você está fazendo aqui Alice? Posso saber quem te soltou do quarto? - ele pergunta envergonhado. Tentando levantar da cama, mas logo cai gemendo de dor.

- Para de fazer esforço seu idiota - eu digo indo até ele e ajeitando seu travesseiro - você não baixa a guarda mesmo estando ferido? - pergunto revirando os olhos.

- Me deixa Alice, sai daqui - diz constrangido. Acredito que é por eu está lhe ajudando. O todo machão duram Guero agora estava precisando da ajuda de uma mulher.

- Guero vamos ser civilizados só uma vez? - eu peço sentando na poltrona ao lado da sua cama - porquê esse ódio todo de mim? O que eu te fiz de tão grave? - pergunto com os olhos cheio de lágrimas.

- Economize saliva Alice, essa conversa mole não me comove não. Eu sei que a sua vontade é de me ver morto, mas não vai acontecer - ele retruca virando o rosto para o lado oposto — Não dessa vez ao menos.

- Eu jamais desejaria a morte de alguém. Não fui educada para isso. tenho princípios sabia?  E outra, minha vida depende de que você se recupere. Porque se depender de Jonas, ele me mata sem pensar duas vezes — respiro fundo soltando parte do que estava entalado na minha garganta.

goleiro me olha com os olhos arregalados como se quisesse me dizer alguma coisa, mas fica em silêncio.

Não acredito que não exista nenhum pouco de humanidade em você Guero - levo as mãos no rosto na tentativa de que ele abaixe a guarda. ele segura minhas mãos como se fosse tirar os do seu rosto, mas não faz  - Tô cansada disso já. Estou cansada de ficar presa nessa merda, estou cansada de você me tratando dessa forma. O que quer de mim?  O preciso fazer para que você me liberte? Se sua intenção era me destruir por algo que te fiz, tá bom, você já conseguiu - eu digo alterando a voz — Me deixa ir, por favor —  depois de despejar tudo aquilo de uma só vez, me levantando correndo em direção a porta, para não dar a ele o gosto de me ver chorando.

- Alice espera — ele diz antes que eu saia pela porta — você está livre do quarto, mas Alice se tentar fugir, você volta para aquele quarto e nunca mais saí de lá me entendeu?

- Eu deveria te agradecer por isso? Por você achar que manda na minha vida? - buffo. Olho ironicamente sobre os ombros, parada de costas em frente a porta.

- Não fode Alice! Eu ainda não posso deixar você ir. Não agora — ele diz baixinho.

Por que não?- ele desvia o olhar e não responde — Você é um idiota sabia.

Ah não enche burguesa - ele retruca, em seguida saio do quarto dele indo para o meu.

Não entendi exatamente o que aconteceu ali naquele quarto, se foi um desabafo ou outra sessão  de tortura psicológica.

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora