Cap: 31 Uma nova vida

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6 meses antes:

Como senti falta dessa casa mãe  —  digo me jogando sobre a minha cama no quarto.

Essa casa e nós sentimos  sua falta minha princesa— Ela disse sentando ao meu lado e passando a mão entre meus cabelos — agora minha pequena conte tudo o que houve com você esses meses que esteve fora.

"Ah se ela soubesse de tudo que ouve esse tempo" pensei.

Não  há muito para falar mãe — me sento e desvio o olhar. Minha mãe me conhecia como ninguém, e ela poderia saber se eu mentisse.

—  Como não Alice?  filha pode parar e me conta tudo o que houve. Estava ansiosa, achando que estaria cheia de história, sobre a sua aventura —  ela arqueia a sobrancelha e olha desconfiada.

Eu sabia que minha mãe não ia parar de perguntar enquanto eu não contasse tudo que houve ou inventasse uma história.  Então inventei. A mentira naquele momento parecia a melhor opção. 

Eu disse o quanto fiquei satisfeita com as minhas aulas na comunidade,  que meus alunos eram os melhores. Também contei que fiz amizades e que tinha um carinho muito grande pela favela. 

Doeu em minha alma mentir para minha mãe daquele jeito,  mas eu não podia contar o que realmente houve. Isso á destruiria por dentro. Ela se culparia pelo resto da vida.

—  Que maravilha minha filha. Fico muito feliz pela sua realização profissional, e que bom que eu e seu pai estávamos errados — ela disse toda orgulhosa — confesso que no começo tive receio. Agente vê passar na TV tanta violência, mas fico feliz que nem tudo que dizem, é verdade. Agora levanta e vamos tomar um verdadeiro café da manhã, que só a sua mãe sabe fazer — ela disse me arrastando para a cozinha.

Enquanto ela preparava o café me distraí  olhando ao arredor agradecida por esta novamente ao meu lar. Lugar de onde eu nunca deveria ter saído.

—  Alice...  Alice filha  — minha mãe me chama. Enquanto eu estava distraída a minha mãe tinha  preparado uma linda mesa de café da manhã com pães, geléia,  suco,  cafe e leite — oi  mãe desculpa eu estava distraída — sorri —  mas que mesa maravilhosa — eu digo me sentando e servindo uma xícara de café com leite.
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Passou-se 3 semanas desde que cheguei a casa dos meus pais,  tudo estava perfeito, maravilhoso. Eles estavam felizes e contentes com a viagem  que iam fazer  juntos para comemorar 25 anos de casados. Confesso que eu estava morrendo de saudades de toda essa euforia familiar.

Sabe, eu poderia talvez ter gostado da favela, mas não tive tempo de descobrir. Como já sabem fui sequestrada, mas posso dizer, o pouco de tempo que fiquei lá, foi bom, isso tenho que admitir. Sentirei saudades do meu curto tempo de aula.

Estou em meu quarto deitada na minha cama, pois nesses últimos dias tenho passado muito mal. Até marquei uma consulta hoje à tarde para ver o que há de errado comigo. De repente ouço batidas na porta.

Pode entrar — Eu Digo. A porta se abre e minhas amigas Carol e Patricia entram toda contentes e eufóricas pulando em mim.

—  Amiga sua louca, que saudades — Patrícia disse dando um beijo em meu rosto —  Quando fiquei sabendo que saiu daquela favela, quisemos  vir rapidamente te ver.  Eu e a Carol, estava morrendo de saudade de você.

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora