56. Os planos

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Alice narrando

- Pera aí - Guero para e me olha desconfiado - Isso não foi cena sua não né Alice?.

- Claro que não imbecil.

- Se falar comigo assim de novo vamos ter problemas - ele se exalta, Guero odiava que eu o chamasse de imbecil e as vezes eu fazia isso somente para provocá-lo.

- Ok! Desculpe - me aproximo ao seu lado, coloco os pés em cima do sofá e deito a cabeça no seu colo - Tenho uma proposta para te fazer.

- Proposta é? - acaricia meu rosto enquanto me olha de um jeito safado - E o que a senhora Alice tem em mente nessa cabeça?

- Eu não te falei antes, mas os meus pais foram fazer um pequeno Cruzeiro romântico e ficarão bastante tempo fora, ou seja a casa e só nossa.

- Caralho marrenta, eles não vão está aqui quando a marrentinha nascer?

- Vão sim, são só um mês e meio eu acho. A proposta é o seguinte, eu e você ficarmos aqui e tentar viver como uma família para ver se e isso mesmo que você quer.

- Eu quero você marrenta - Guero se curva distribuindo beijos por tudo meu rosto - Onde você estiver eu quero estar.

- Guero e se você se arrepender depois e quiser voltar para vida criminosa, eu não vou suportar se você mentir para mim novamente.

- Alice tem uma coisa que você pode ter certeza que não e mentira - ele para de fixa seu olhar no meu - Eu estou amarradão na sua, completamente rendido por você burguesinha.

- E o que é mentira? - ele interrompe me beijando suave.

Não sei o porquê mais essa frase de Guero me deixou insegura, talvez seja coisa da minha cabeça, melhor ignorar para manter essa harmonia, ele está se esforçando e isso conta muito para uma pessoa como ele.

Guero narrando:

Alice as vezes testa minha paciência, me deixa furioso, não sei por quanto tempo vou aguentar essa farsa de bom moço.

Essa marrenta ficou dias me ignorando, não atende minhas ligações não responde minhas mensagens e ainda deu ordem ao filho da puta do porteiro não me deixar subir.

Depois de tudo que fizemos e sentimentos naquela manhã, meu corpo precisava daquilo de novo, não foi fácil conseguir Alice por completa novamente, mas eu sabia que aquele lugar seria perfeito, eu sábias palavras certas o momento certo para que tudo acontecesse e dito e feito aconteceu.

Enquanto Alice saia com os velhos dela cheios de malas pelo elevador, o sonho do porteiro bajulador de gente rica estava tão distraído dando atenção para eles que nem viu a hora que eu subi pela escadaria, o plano era esperar Alice em frente ao apartamento dela mas quando toquei na maçaneta a porta se abriu, eu estava com muita sorte.

Entrei e sentei no sofá esperando a hora de Alice chegar, eu estava com muita raiva, disposto a levar a porra da discussão até o final, eu não nunca fui capacho de mulher e não vai ser agora que vou me tornar um.

Quando vi aquela marrenta entrando assustada pela porta, 50% da minha raiva já tinha ido pro espaço, ela estava tão linda, parecia uma menininha, a minha meninha que carregava com ela minha herdeira, quem vai dá continuidade ao meu legado.

Eu não podia deixar Alice sem uma lição, ela tinha que me me ouvir, mas já metade da briga ela me dá um beijo na boca, não já viu...

O beijo da marrenta tinha efeito maracujina que me acalmava, velho essa mulher e do demônio, ela já sabia que eu sou amarradão na dela. Quando achei que o negócio ia evoluir , ficar mais quente a mulher quase pari na minha frente.

Caralho, eu já levei tiro, já tomei tiro, entrei em luta corporal com homens armados, mas aquilo mano... Aquilo me deixou de perna bamba.

Agora Alice quer tentar viver como família de comercial de margarina para ver se a família vai dar certo, mano que palhaçada... Mas vamos lá, fazer o quê? para ter essas duas por perto me dobro fácil, só não abro mão da minha quebrada.

Tenho muitas mentiras para a marrenta e continuarei cantando para manter esse clima bom tá ligado.

Quando ela me perguntou o que era mentira entre nós, eu logo a beijei para interromper o assunto, tentar da explicação para Alice naquele momento era mesma coisa que dá murro em ponta de faca, então essa foi a melhor maneira que encontrei para interromper a conversa furada.

Agora Alice não entende, mas vai entender, o morro é meu legado, deixado pelo meu pai, vou defendê-lo com unhas e dentes e qualquer fila da puta que tentar passar por cima vai tombar, não importa o que aconteça, da minha favela eu não abro mão e da Alice também não, ela ainda vai ser minha primeira dama a patroa da porra toda e isso tenho certeza, não tem escolha...

Minha obsessão (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora