❀ • ✄ • ❀Beatrice se sentou em um dos bancos de madeira em frente ao hospital. Sentia, depois de algumas horas, o efeito da bebida em seu corpo. Se se movesse com muita rapidez, as coisas começavam a girar em sua cabeça. Sabia que sua situação com Peter não estava boa, então preferiu ficar calada.
Peter começou a mexer no celular de forma que não mostrava qualquer atenção a Beatrice. Ele provavelmente resolvia situações que deveriam estar sendo concluídas há essa hora. Bea se sentiu culpada por estar sempre atrasando a vida de seu pai, mas não deu muita moral para esse pensamento. Ela não pediu pra nascer, e também não gostava de levar a vida de maneira tão séria como seu pai.
Uma GMC Canyon preta estacionou na frente dos dois, desprendendo a atenção de Peter. Bea revirou os olhos. Não gostava daqueles tipos de carros grandes. Preferia, é claro, chegar na escola com o Bugatti sofisticado de seu pai, como de costume.
Antes que Beatrice tivesse que se levantar e mostrar um pouco de educação, cumprimentando o motorista, Peter se adiantou e abriu a porta do passageiro.
- Seu uniforme está aqui dentro.- ele entregou a mochila da garota.- Vá, vá se trocar.
Bea baixou o olhar e seguiu para dentro do hospital.
No banheiro, ela tentou um banho improvisado. O perfume que usara na noite passada ainda estava no corpo. Ela lavou o rosto e tirou a maquiagem. Passou os dedos molhados pelos fios embaraçados que, por sorte, se alinharam.
O uniforme da camisa branca e a saia azul nunca a fazia bem. Ela não gostava. Talvez fosse porque o menor tamanho ainda era grande para ela. Ou talvez fosse só mais um motivo para ódio gratuito que ela tinha da escola.
Bea caminhou, sem pressa, até onde estava seu pai.
O homem que conversava com Peter estava de costas. Ele era alto, mas não maior que o outro. Sua camisa de flanela era tipicamente vermelha e branca. Usava calça jeans clara, e sua botina tinha um tom amadeirado um pouco mais escuro. Ele tinha um físico admirável e claramente perceptível aos olhos de qualquer mulher. Seus músculos bem definidos realçaram em seu traje, mesmo que talvez não fosse a intenção.
Bea sentiu que precisava soltar seu ar quando se aproximou. Não que ela se importasse com o sujeito, mas ele não era uma figura que se via com frequência.
- E mais uma vez, Joe, obrigado por fazer isso. Sei que não faz parte do seu trabalho.- Peter o abraçou, e Bea esperou atrás deles, certa de que não interromperia se não fosse convidada. Talvez tivesse entendido que não era uma simples relação de patrão e empregado, porque sabia que seu pai não era de distribuir abraços.
- Conte sempre comigo, Peter.- Sua voz surgiu, fazendo Beatrice sentir um leve arrepio na espinha e um formigar nos dedos.
Peter percebeu a presença da filha e tentou abrir um sorriso, mas Bea reparou que ele ergueu uma sobrancelha para o indivíduo.
O rapaz se virou, e Bea ergueu os olhos, se deparando com órbitas incrivelmente verdes.
Ele conseguiu transmitir tranquilidade quando ofereceu um leve sorriso, que ela não deixou de retribuir.
Bea se dirigiu até eles.
- Beatrice Coleman. Eu escuto muito seu nome. Tudo bem?- ele ofereceu a mão para que ela apertasse. Seu aperto era forte, mas não a machucou.
- Ah, vocês não se conheciam pessoalmente?- Peter quase não acreditou.- Às vezes me esqueço que minha própria filha nunca foi em uma das nossas fazendas. Joe, essa é minha filha Beatrice. Bea, esse é Joe, meu amigo de confiança.- ele os apresentou.
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Onde cê tá meu amor? [Concluída]
RomanceApartamento na cobertura mais alta e cara de Columbus, carros colecionáveis na garagem mesmo aos dezesseis anos e fama através do sucesso do pai, da mãe e do irmão. Mesmo assim, Beatrice Coleman não tem tudo que quer. Quando o destino a coloca frent...