|Capítulo 32|

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Na manhã seguinte, Beatrice acompanhou Jordan, Marian, Declan e Joe para uma das fazendas Pejari, cuja distância era de duzentos e vinte quilômetros.

No caminho, ela não prestou muita atenção no que os outros diziam, concentrada demais em rabiscar seu caderno de anotações. Não conseguia disfarçar que, vez ou outra, seu olhar procurava pelo de Joe no banco do passageiro, mas ele também parecia distante. Não trocaram mais do que palavras educadas de "bom dia" e "por favor", e Beatrice não aguentava mais aquilo.

Todos haviam percebido a situação tensa que pairava no carro, então Jordan teve a brilhante ideia de preencher o veículo com música.

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Na fazenda, Beatrice precisou de uma hora e meia no escritório, ao lado de Marian, que explicava sobre a exportação do algodão. Depois, acompanhou Declan e Jordan em uma aula tediosa sobre a preparação do solo e as condições climáticas.

- A profundidade das sementes no solo influencia e muito no bom desenvolvimento da germina...- Declan parou sua fala quando Jordan colocou a mão em seu peito. Eles estavam diante de um galpão com os portões abertos, e Joe saiu do local, concentrado no celular.

Beatrice sentiu uma pontada de ciúmes. Joe não era de ficar tanto no celular. Com quem estaria conversando?

- Bem, mas acho que a senhorita Coleman já está cansada de aulas teóricas hoje, não?- Disse Jordan, olhando para os dois.- Acho que é hora de aprender um pouco na prática.

Joe guardou o celular e, pela primeira vez no dia, se permitiu encarar os olhos da garota.

- É o meu turno com a bonequinha de porcelana.- Ele brincou, sorrindo para ela, enquanto ela se sentia desnorteada. Como ele era capaz de fazer isso? Agir como se tudo estivesse normal?

- Pensei que você fosse o cara dos animais.- Ela implicou.

- E eu pensei que você me conhecesse o suficiente para saber que eu faço de tudo na Pejari.- Declarou o cowboy, cruzando os braços e, considerando que já faziam dias que eles não tinham nenhum contato muito próximo, Bea tentou esconder um sorriso no canto da boca. Olhou para Joe da mesma forma que olhou no dia em que se conheceram: Como ele parecia tão excepcional vestindo calça jeans? Como cada músculo do corpo dele parecia tão bem moldado? Era exagero compará-lo a uma obra de arte?

Ela saiu do transe quando percebeu que Joe caminhava sem olhar para trás.

- Você vem?- Ele perguntou, indiferente.

Beatrice correu para alcança-lo, erguendo sua saia longa de fenda. Uma péssima ideia para o dia de hoje.

Eles não caminharam muito e já estavam no campo. Diante de três máquinas que pareciam gigantes, Bea hesitou, dando um passo para trás.

- Vou precisar mesmo entrar em uma dessas?

Joe deu a volta na primeira, abrindo uma das portas.

- A não ser que queira atravessar o campo de algodões a pé...

Beatrice mostrou língua e correu até ele. Ela se sentia estranhamente encorajada a viver toda e qualquer aventura ao lado de Joe.

Quando já estavam dentro do móvel, Bea estranhou.

- Essa cabine não deveria ser menor?- Questionou, observando o estofado em que se sentava e o espaço considerável entre suas pernas e o "painel" de operações.

- Deveria. Mas essa é uma máquina específica. Peter a usa quando precisa apresentar a plantação de uma forma confortável aos investidores, ou até mesmo para ensinar novos maquinistas. Os modelos comumente usados são como aqueles.- E então Beatrice olhou através do vidro, as máquinas ao lado daquela em que estavam.

Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora