B eatrice respirou fundo e se levantou.- Estou indo pro banho. - declarou.- Quando Arthur chegar, peça para que ele desça minhas malas.
No banheiro, Bea permitiu que as lágrimas se fossem com a água, assim como todos os pesos que carregava em seus ombros. Vestiu calça moletom cinza, uma regata preta e um tênis branco para a viagem. Quando saiu do banheiro penteando os cabelos, viu que suas malas não estavam mais na cama. Seu pai e seu irmão haviam chegado.
Ela desceu as escadas, e todos esperavam na sala. Arthur sorria mexendo no celular, enquanto Judith e Peter conversavam em tom baixo. Para variar, eles pareciam estar se desentendendo.
- Nós já vamos?- perguntou a garota.
- Sim.- Judith lançou um olhar severo para Peter e pegou sua bolsa.- Não quero enrolações no aeroporto.
Arthur se levantou e foi o primeiro a abraçar a irmã.
- Vou sentir sua falta, pequena.- ele beijou o topo de sua cabeça. Peter se juntou ao abraço.
- Será o primeiro fim de ano que passaremos separados.- afirmou o pai da família Coleman.
Então, Beatrice se deu conta.
- Espera, o concurso é feito em fases... a última acontece no último dia do ano... ficaremos em Woodhaven até ano que vem?- questionou. Judith assentiu, e então Bea apertou ainda mais o pai e o irmão.- Vocês não vão me ver?
Peter hesitou.
- Infelizmente não... mas... Você vai me ligar todos os dias, para me contar como está sendo, pode ser?
A filha assentiu, mas eles não estenderam o momento, por conta de Judith.
No aeroporto, eles se despediam novamente. Arthur pediu para falar com a irmã a sós.
- Ei, chatinha.- o loiro tocou o nariz dela.- Se você não quiser ir... não precisa.
- Eu quero ir.- ela não olhou em seus olhos.
- É que eu sei quanto Judith pode ser manipuladora e focada e, é como se ela tivesse revivendo sua adolescência, ela pode ser um pouco dura, mas não deixe que isso te machuque, ok?
- É importante pra mim também, Arthur.- Bea tentou um sorriso.- Vou tomar cuidado.
Judith os apressou mais uma vez, e após um último abraço no pai, Bea acompanhou sua mãe.
- Cuide da nossa menina!- pediu Peter, ao vê-las no portão de embarque.
- Não existe lugar mais seguro no mundo para Beatrice do que do meu lado, Peter.- retrucou Judith, e o filho mais velho deu as costas pra ela antes que terminasse de escutar.- Sou a mãe dela, ela é a coisa mais valiosa de toda minha vida.- e elas foram embora.
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O único dia em que Beatrice se sentiu bem em Woodhaven foi no dia que chegou. A avó e o avô a tratavam com muito carinho, e ela não entendia muito bem como Judith não se dava bem com os próprios pais. "eles não fazem parte do meu padrão de vida. Nem do seu." Dizia a mãe, mas Bea não sabia bem o que isso significava.
Depois disso, as coisas começaram a ficar complicadas. Bea descobriu que sua mãe adolescente era levemente obcecada pelo mundo da moda, quando Judith mostrou todas suas anotações e cronogramas de cuidado com o corpo que ficaram guardados por todos esses anos.
Beatrice precisava dar quarenta e cinco voltas no lago perto da casa dos avós quando acordava, e antes de dormir. Depois, sua dieta foi ainda mais regrada por sua mãe, o que causou discussões entre ela e a avó, Mary. Todos os dias ela tinha sessões de spa, que talvez fosse seu momento favorito do dia, já que sua avó fazia tanto os cosméticos naturais quanto as massagens que a relaxavam.
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Onde cê tá meu amor? [Concluída]
RomantizmApartamento na cobertura mais alta e cara de Columbus, carros colecionáveis na garagem mesmo aos dezesseis anos e fama através do sucesso do pai, da mãe e do irmão. Mesmo assim, Beatrice Coleman não tem tudo que quer. Quando o destino a coloca frent...