|Capítulo 6|

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Mesmo voltando para casa, Joe não conseguiu evitar pensar no que acabara de vivenciar com Beatrice. Ele sabia que a garota era mimada e ousada, mas não esperava que ela dissesse coisas absurdas também.

Ele balançou a cabeça, incrédulo.

E isso ainda importava?

Com sorte, ele nunca mais teria que encontrar a garota maluquinha. Apenas torcia para que Peter pudesse dar conta de mantê-la dos eixos.

Joe até comparou: Beatrice era sim uma garota bonita, mas aprendera a diferenciar pessoas que são bonitas por fora e não por dentro. Claro que não poderia julgar se ela era ou não uma má pessoa apenas tendo uma conversa, mas já sabia o que todos sabiam: Beatrice não se importava com nada que não fosse ela mesma. As fofocas se espalham desde sempre.

Ela deveria ser como o fogo: de longe, o vermelho era até bonito, mas de perto ele queimava. E Joe sabia que a garota irradiava seu fogo para aqueles que gostam do calor, mas ele não se arriscaria.

Levar a sério as brincadeiras de Beatrice seria fazer de si próprio uma piada. E ele não gostaria de ser.

Joe balançou a cabeça, inconformado. Havia tantas outras coisas para fazer ao chegar na fazenda, por que pensar em problemas que não são seus? Por que pensar na filha do patrão?

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Enquanto isso, na escola, Beatrice estava debruçada sobre a mesa, batendo o lápis na cadeira desocupada da frente. Observava, pelo canto de olho, os cochichos de Diane e Lilli na aula de geometria.

Bea não aceitava que nunca reparara nas meninas do lado esquerdo da sala. Ela não se culpava tanto, já que a sala era superlotada e nunca demonstrara interesse em qualquer coisa naquela escola.

Quando fechou os olhos, Beatrice memorizou a melodia desafinada dos garotos no fundo da sala, enquanto as bolas passavam por cima de sua cabeça.

- Ei, Coleman! Vem aqui!- Brian gritou, atrás dela. Ele era um dos garotos curiosos que ela conversava. Mas hoje, após uma noite na balada, uma correria até o hospital, uma meia bronca de seu pai e um "fora" de um caipira a deixou sem paciência. Ela simplesmente não respondeu, continuou de cabeça baixa.

- Srta. Coleman?- a voz do professor parou de falar sobre números e falou seu nome.

Ela ergueu a cabeça rapidamente.

A diretora Margot estava na porta da sala.

- Professor, eu poderia levá-la?- a voz autoritária dela fez os pêlos dos braços dela se eriçarem.

Beatrice se levantou antes que recebesse a licença.

O professor assentiu.

Com a cabeça baixa, Beatrice seguiu os passos marcados do salto vermelho da diretora. Margot parou alguns metros antes da porta da diretoria.

- Um investigador e três policiais.- ela informou, suspirando.- querem falar com você.


Publicado em:15/09/2017
Atualizado em:01/10/2019

Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora