|Capítulo 7|

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Capítulo 7

A palavra "polícia" fez com que Beatrice apertasse firmemente os dedos a ponto de exibir os nós brancos.

- Po-polícia?- ela gaguejou, e a diretora assentiu, sem demonstrar nada no olhar. Sempre foi difícil decifrá-la. Aquela era sua feição de sempre.

Mesmo sabendo que não havia feito nada ilegal, a única coisa que Beatrice conseguia pensar era de que formas Peter a mataria.

A diretora empurrou a porta cautelosamente.

- Aqui está ela. Podem usar a sala. Com licença.- e ela abriu espaço para os passos nervosos de Bea, fechando a porta e a deixando sozinha com os policiais. Ela tentou não manter a cabeça baixa, por mais que não estivesse se sentindo pronta para a conversa, seja ela qual for.

Encontrou dois homens sentados na cadeira de frente a poltrona vazia da diretora. Nenhum deles usava uniforme, como ela esperava. Olhando pela janela, uma mulher estava de costas.

Os dois homens que vestiam preto se levantaram para cumprimentá-la.

Ela percebeu imediatamente quem era a mulher quando ela se virou, olhando diretamente nos olhos de Bea.

- Scarlett...- murmurou a menina, esperando ter acertado o nome.

A mulher do ponto de ônibus ofereceu um sorriso.

- Beatrice Coleman. Não esperava encontrá-la novamente hoje.- informou.

- Nem eu.- ela respondeu, ainda em tom baixo.

O homem que se apresentou como investigador Traynor pediu para que ela se sentasse. Automaticamente, a mente de Beatrice procurava palavras para usar em sua defesa, ainda não sabendo de que seria acusada.

Tentou se concentrar apenas no rosto de Scarlett, pois se sentia mais confiante perto dela. As duas tinham algo em comum, afinal. Ajudaram uma garota nessa manhã. Teria de tirar algum proveito disso.

O outro policial começou a fazer alguns discursos sem sentido sobre a verdade ser essencial para contribuir com o trabalho deles. Percebendo que estariam perdendo tempo, Scarlett retirou o celular de sua jaqueta preta.

- Quem é esse, Bea?- questionou.

Na foto, estavam ela e Edgar em uma viagem que fizeram no verão passado.

- Meu namorado, Edgar.- e então ela se corrigiu rapidamente.- ex namorado, pra falar a verdade.

- Quando foi que vocês deixaram de ser namorados?- perguntou o investigador.

- Nessa manhã. Eu o encontrei beijando outra garota.- ela deu de ombros, sem demonstrar qualquer emoção. Os policiais se entreolharam.

- Há quanto tempo vocês se conhecem?- perguntou Scarlett. Bea não entendia bem o fundamento de todas aquelas perguntas, mas sabia que o melhor era responder.

- Já faz mais de um ano.

- E ele conversa sobre tudo com você?

Beatrice franziu o cenho.

- Nós não temos tanta intimidade, sabe? Eu sempre considerei ele mais como um estranho na minha vida do que qualquer outra coisa. Nós quase não conversamos sobre...nossas vidas pessoais. Conversamos mais sobre coisas que estamos vivendo no momento, tipo assistindo um filme ou sobre uma festa.- ela se enrolou ao tentar explicar.

Os policiais não pareciam satisfeitos.

- Pelo que disse...- observou o investigador.- você o considera um estranho...e isso não é comum entre namorados. O que te fez estar com ele?

Onde cê tá meu amor? [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora