Enquanto Cecily desenhava sentada em uma mesa para crianças e com os pés roçando na areia do parquinho, Scarlett a observava. Não conseguia sustentar o olhar de sua mãe por mais de cinco segundos.
- Você só pode estar brincando comigo. E isso não é engraçado.
- Não estou brincando, mãe.- Scarlett parecia mesmo séria e insensível, mas havia chorado o suficiente por isso nos últimos dez dias.- É uma coincidência inacreditável. Mas é a verdade.
Evangeline suspirou, e suas mãos tremiam.
- Bem, vamos cortar todas as relações com esses homens, com a Pejari, seja o que for, eles nunca a verão...
- Mãe.- Scarlett a repreendeu.- Não é assim que funciona...
- É assim que funciona!- Evangeline alterou o tom de voz, as lágrimas escapando de seus olhos azuis.- Por que diabos você teve que fazer amizade com esses caras, Scarlett? Você quer ajudá-los a tirarem ela de mim? Eles querem destruir a nossa família!
- Evangeline White!- Scarlett precisou ser firme.- Vou precisar repetir a história? Eles não sabem de nada ainda. Eu só consegui ligar as duas histórias.
- Tenho certeza que está errada.- A mulher cruzou os braços e observou Cecily por mais alguns segundos.
- Eu não estou errada. Eu tenho certeza de tudo. Não falaria isso se fosse apenas uma suspeita, mãe.- Disse a policial, sabendo que a mãe a odiaria.
- Você sabe o que eu tenho passado pra conseguir adotar ela, não sabe?- Os lábios de Evangeline tremiam, e Scarlett se odiou.
- Eu sei, mãe. Não queria que estivesse acontecendo...
- Então por que está fazendo isso comigo?
- Porque é o certo!- Ela tomou seu suco de goiaba, as mãos também trêmulas.- Mãe, nós precisamos...
- Eu tenho certeza que eles nem sentem a falta dela, nós precisamos mais!- A mulher declarou.
- Você não os conhece, mãe...
- Não teriam abandonado ela se a amassem. Fim. Não vamos fazer isso. E, se for preciso, hoje mesmo ligo para o Jordan, rasgo nosso contrato, nós vamos embora...
Scarlett massageou as têmporas. Seus olhos começavam a denunciar suas fraquezas.
- Evangeline...Você não é assim. Se fizesse isso, a verdade te assombraria para todo o sempre.
- Eu não era assim. Mas eu sou agora. Porque eu já perdi o Nathan e...
- Uma coisa não justifica a outra, mãe!- Scarlett sabia que estava sendo dura. Mas precisava fazer o certo. Nesse momento, Harris White se sentou ao lado delas, depois de entregar um burrito para Cecily, e colocou outro na frente de Scarlett, que negou. Então ele comeu.
- Harris.- A mulher quase grunhiu.- Diga alguma coisa.
O homem suspirou.
- Eu poderia dizer o óbvio, mas você não vai querer ouvir.- Ele mordia calmamente seu lanche.
- O que quer dizer?
- Scarlett está certa.- A garota não esperava pelo apoio de seu pai. Ela respirou aliviada.
- Como ela pode estar certa preferindo o bem de uns estranhos do que da própria família?
Nesse momento, Cecily correu até os três com um semblante triste e confuso.
- O que foi querida?- Perguntou Harris, limpando o rosto dela do extrato de tomate.
- Eu estava desenhando...- Ela mostrou sua folha. Eles viram um garoto de cabelo rosa, blazer azul e uma calça rosa não terminada. Sempre se surpreendiam com os talentos da garota.- E um menino disse que estava feio porque rosa é cor de menina...
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Onde cê tá meu amor? [Concluída]
RomansaApartamento na cobertura mais alta e cara de Columbus, carros colecionáveis na garagem mesmo aos dezesseis anos e fama através do sucesso do pai, da mãe e do irmão. Mesmo assim, Beatrice Coleman não tem tudo que quer. Quando o destino a coloca frent...