Olhamos para frente e, de longe, eu avistei o meu pai. Meu coração acelerou de tal forma; em uma mistura de amor, saudade e felicidade que, espontaneamente eu tirei meus sapatos e sai correndo em direção a ele gritando por seu nome.- Pai!!!. – Eu gritei, me aproximando e abraçando ele bem forte. Meu papai, o sossegado, passamos tanta dificuldade, só que eu o amo muito e enquanto o abracei, me lembrei do que um dia minha mãe me disse depois que gritei de forma rude com meu pai.
- Micha, minha princesa! Ame o seu pai como ele é, e um dia você encontrara alguém que vai te amar como você sempre vai ser. – Ela sorria mexendo no meu cabelo.
Eu nunca quis um amor, mas eu queria que a riqueza me amasse e grudasse em mim, e ao abraçar o meu pai, eu me senti estranha e senti o quanto ele estava com saudade de mim, porque me abraçou tão forte.
Foi tão gostoso!- Que saudades, pai! – Eu olhei para ele e sorri.
- Eu também, Micha! Senti muita saudade de você, minha filha! – Tonny se aproximou e abraçou meu pai também.
- Meu pai, sua benção. – Eles dois ficaram um bom tempo abraçados. Tonny sempre foi muito apegado ao meu pai e conseguia entender ele, é muito diferente de mim.
- Meu muleque! Olha para você! Como cresceu! Já é um homem! – Eles davam risadas juntos.
Fiz sinal para o Théo entrar com o carro.
- Que felicidade! Meus dois filhos aqui comigo juntos novamente. – Era bem cedinho, dava para sentir o cheiro da terra molhada. Era maravilhoso! Théo estacionou o carro. Vicky e ele saíram para conhecer meu pai.
- Pai, olha. Queremos que você conheça duas pessoas. – Falei animada.
Os dois se aproximaram e Tonny foi logo puxando sua amada. Claro! Ele não tinha o que temer. Ele é homem e, com certeza, meu pai iria dar muito apoio para ele.
- Pai, quero que conheça Victória, minha noiva. – Vicky, como sempre, toda amorosa, foi até o meu pai e o abraçou.
- Olá, senhor Antonio! É um prazer em finalmente conhece-lo. – Ela sorria para ele e eu tenho certeza que, ao olhar para ela, ele se lembrou da mamãe, porque seus olhos encheram de lágrimas e ele ficou sem reação.
- Que graça de moça, filho! – Meu pai sorriu. – E este rapaz, quem é? – Meu pai olhou bem sério para o Théo, que estava com o braço em volta da minha cintura.
- Senhor, eu sou Theodoro, o noivo da sua filha. – Théo, sem medo, se aproximou e esticou a mão para cumprimenta-lo e para a minha felicidade, alivio e surpresa meu pai apertou sua mão. Falo isso porque meu pai é muito desconfiado.
- Acho que depois temos que conversar, não é, rapaz? Agora vamos entrar. – Eu fiquei olhando aquela situação e todos nós seguimos para dentro da casa que, por sinal, estava do mesmo jeito que eu deixei.
Ao entrarmos, ficamos todos na pequena sala com a televisão preta e branca, um sofá bem velhinho, o mesmo jeito simples que sempre vivemos. Eles estavam se dando muito bem e eu, como sempre, estava com muita fome, então os deixei e fui à cozinha ver se tinha algo, mas como eu já previa, não tinha quase nada. Ainda bem que eu trouxe algumas coisas para preparar o café da manhã para nós. Coloquei a agua para ferver e fui até o carro, peguei pão, leite, café, manteiga, chá, açúcar, queijo, nutela e geleia. Eu separei tudo antes de sair de casa.
Voltei com os alimentos para a cozinha e preparei o café da manhã bem especial. Coloquei no mesão que tinha do lado de fora e os chamei para comer. Percebi que, na hora, meu pai ficou um tanto incomodado, mas quando ele viu tudo o que tinha na mesa, vi um sorriso aliviado.
- Théo, você não quer descansar? – Perguntei quando nos sentamos um ao lado do outro.
- Não, Micha! Eu estou bem. – Ele sorriu.
- Nossa! Esta tudo uma delicia. – Vicky dava risada e comia.
- Bom, senhor! Agora que estamos mais acomodados, eu queria pedir a mão da sua filha em casamento. – Théo não perdeu a oportunidade e foi logo falando.
- O que você acha, Tonny? – Meu pai sempre ensinou para o Tonny que ele tinha o dever de cuidar e zelar por mim.
- Pai, Théo é um cara legal, tem uma vida boa, vem de boa família e esta cuidando bem da caipira. – Eu quase engasguei quando ele me chamou de caipira na frente do Théo.
- Caipira é você. – Mostrei língua para ele.
- Então, você acha que ele será um bom marido para sua irmã? – Meu pai cortou nossas brincadeiras.
- Se ele não for, nós podemos acabar com ele pai. – Tonny deu risada.
- Olha, rapaz! Você pode ter o dinheiro do mundo inteiro, mas se ousar ferir minha filha de alguma maneira, eu acabo com você. – Meu pai falou firme.
- Pode deixar, sogro. Eu não vou ferir sua filha. – Théo se aproximou de mim e me abraçou.
- Se é assim, então bem vindo a família. – Meu pai sorriu para ele.
- Pai, como ficou a situação aqui da casa? – Tonny perguntou, afinal nós estávamos preocupados em deixar meu pai ali sozinho vai que alguém quer o terreno e decidem deixar ele na rua temos que saber de tudo.
- Então, filho. Semana passada veio uma moça aqui, bonita, e me entregou os documentos. Disse que a tia da sua mãe deixou a casa para ela. – Meu pai falava com um olhar distante.
- Pai! Eu estive pensando: o terreno é grande; poderíamos comprar alguns animais para o senhor cuidar, ou o senhor pode vim morar conosco em São Paulo. O que acha? – Perguntei, me preocupando em deixar meu pai com uma vida melhor.
- Filha, eu não quero ir morar naquele formigueiro. Aqui me sinto perto de sua mãe e tenho meus amigos. – Eu já sabia que a resposta dele seria essa.
- Tudo bem, mas então vamos comprar alguns animais para o senhor cuidar. – Eu disse sorrindo para ele.
- Mas o senhor vai ao nosso casamento, né? – Vicky foi logo intimando meu pai. – Será um casamento duplo. – Ela sorria animada.
- E quando vai ser? – Meu pai perguntou saboreando o seu café.
- Vai ser no ultimo sábado do mês de Outubro. – Tonny respondeu rapidamente.
- Mas tão rápido? – Meu pai me encarou.
- Todos nos estamos muitos felizes juntos e desejamos nos casar logo, pai.
– Eu respondi tentando fazer ele entender.
- Tudo bem. Eu vou. – Eu sorriu e eu fiquei aliviada.
- Olha, pai! Eu trouxe uma passagem para o senhor. Como eu sei que não gosta de avião, eu trouxe de ônibus. O senhor vai ter que ir uns dias antes para poder ver o terno que irá vestir. – Eu sorri para ele.
- Sua mãe ia ficar tão feliz com esses casamentos, principalmente em ver Micha vestida de noiva. Sempre achamos que ela nunca iria se casar. – Eles começaram a dar risada de mim.
- Pai! Lembra aquela vez que ela quebrou o nariz do menino na escola?– Tonny faltava morrer de rir junto com o meu pai. – Viu, pai. Se o Théo brincar com ela, a própria resolve. – Eu queria muito socar a cara do Tonny.
- Essa menina nunca foi fácil, rapaz. Ninguém a dobra. – Meu pai o alertava.
- Já deu para perceber. – Théo sorriu.
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Pequeno Negócio, Grande Amor
RomanceMichelly Harper Farrell é uma moça de 22 anos que mora em uma cidade no Sudeste de Minas Gerais, Micha como prefere ser chamada desde que se conhece por gente se rotula como uma interesseira que quer tudo do bom e do melhor, e nunca aceitou a vida s...