Capítulo 21

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O almoço ficou pronto e Théo me ajudou a colocar no mesão. Chamei todos para almoçar e percebi o quanto meu pai estava animado com a Vicky, ela dava muita atenção para ele, do jeito que ele gosta, quando meu pai viu na mesa o almoço que eu tinha feito, ele veio me abraçou e começamos a almoçar.

Théo e Vicky amaram o pirão de peixe, o que eu achei muito bom e estranho eles nunca terem comido antes, depois que terminamos de almoçar, Vicky e eu fomos lavar a louça e, quando terminamos, saímos para a varanda a tempo de ver Seu Firmino chegar com as coisas para o meu pai, que ficou bem animado com tudo o que foi comprado.

- Filha, obrigada pelas coisas. – Ele veio sorrindo.

- Na verdade, pai, quem comprou foi o Théo. – Eu quis unir os dois.

- Obrigada, rapaz. – Meu pai abraçou o Théo.

- Pai, eu comprei milho e batata doce. O que faremos mais tarde? – Perguntei animada porque sei do que ele gosta de fazer e o quanto fica feliz.

- Fogueira, filha. – Tonny me olhou surpreso.

- Eu sei. Você esqueceu, mané. – Dei um tapa no ombro dele.

- Pai, sabe do meu violão? – Tonny perguntou. Ele sempre foi muito relaxado e nunca sabia aonde tinha deixado suas coisas.

- No seu velho quarto, filho. – Meu pai respondeu com a maior paciência.

- Nossa, Vicky! Você vai amar o quarto adolescente do Tonny. – Joguei o meu veneno e o Tonny me fuzilou.

- Como o Théo vai amar aqueles homens nus na sua parede? – Ele mostrou o dedo e deu risada da minha cara, e o Théo também.

- Caramba! Eu tenho um passado sabiam? – Todos deram risada de mim. – Pai, manda eles irem cortar lenha. – Sai nervosa e deixei eles lá.

- Não esquece do Tonhé. – Tonny gritou e eu mostrei o dedo para ele.
Vicky e eu decidimos ficar deitadas na rede enquanto os homens andavam de um lado para o outro atrás de lenha para a fogueira. Já era umas três da tarde quando eles terminaram e o Théo veio decidido, querendo porque querendo ver o meu quarto.

- Viu! Não é tão ruim assim. – Falei enquanto ele olhava os quatro cantos do meu quarto, todo decorado com posters dos meus homens favoritos: Leonardo D´Capri, Reinaldo Geaniquini, Guilherme Berenguer, Eric Marmo; esses homens marcaram minha adolescência, e mesmo eu saindo da adolescência não tirava das paredes. Acho que hoje em dia as meninas nem fazem mais isso, já que você consegue uma foto de qualquer pessoa pela internet.

- Realmente não é tão ruim assim, mas e essas marcas de batom? – Théo zombava de mim.

- Ah! Eu tinha que treinar em alguém. – Brinquei e ele soltou uma risada, aquela risada que me encanta.

- Sério? -  ele se aproximou de mim e me beijou um beijo rápido, mas gostoso. – Eles te ensinaram bem então. – Fiquei sem graça com suas palavras e seu olhar vibrante.

Ele continuou a olhar o meu quarto e parou em frente ao porta retrato da minha mãe que tinha em cima da minha velha cômoda.

- Você é idêntica a sua mãe. – Ele olhava para mim e para a foto.

- Igual você parece seu pai.- O olhar curioso do Théo percorria por todo o meu quarto, era como se ele estivesse procurando alguma coisa.

- Quem é Tonhé? - Ele continuava a sua busca.

- Ele. – Peguei o objeto e mostrei para ele.

- Você toca sanfona? – Ele ficava me olhando com aquele olhar confuso e curioso.

- Sim, porque? – Não entendi porque a duvida dele.

- Sei lá! Talvez eu esperava de você uma guitarra, mas nunca uma sanfona.  – Ele sorri espremendo os olhos. – Você é uma caixinha de surpresas.

- Eu sei. – O encarei mostrando um sorriso que dava para ver todos os dentes da minha boca.

- Eu preciso de um banho. – Théo fez uma cara de quem estava se sentindo fedido, mas ele não estava mesmo.

- Eu trouxe roupas e toalha para você, querido. – Brinquei com ele, virei as costas e abri a mala para pegar para ele.

- Eu não poderia ter uma noiva melhor, querida. – Mesmo de costa consegui sentir ele se aproximando de mim. – Você não se sente uma adolescente aqui neste quarto? – Ele  pegou na minha cintura, uma mão de cada lado e me virou para ele. – Podemos ficar como um casal de adolescente namorando no quarto. – Me apertou e me mostrou seu sorriso malicioso.

Aproximou mais o meu corpo do dele, nos unindo com um único braço e me deu um beijo, um beijo suave e quente, sua língua passava desejo em cada contato com um canto da minha boca. Nossos beijos, com certeza, estava ficando cada vez melhores, esse então, estava se tornando muito intenso, até que Tonny entrou no quarto. Foi estraga prazeres, só que ainda bem que ele fez isso.

- Foi mal aí, casal! Só avisando que Vicky e eu vamos ao lago. O que acham de ir todos juntos? – Tonny perguntou com aquela cara mal lavada dele, que fez Théo e eu ficássemos totalmente sem graça, mas eu sempre amei o lago, sempre foi o meu lugar favorito.

- Demorô!! – Fiquei animada. – Vamos? – Chamei o Théo, tentando tirar aquele ar de confusão que estava na minha mente. Eu não entendi porque ele me beijou, mas deve ser esse clima de fazenda que desperta em nós um pouco de carência e deve ter atigindo a ele também.

Fomos todos para o lago, inclusive o meu pai. Eu emprestei um biquíni florido meu para a Vicky e vestido o meu vermelho sangue que ganhei da Lari no verão passado. Nem preciso dizer que ela amou o biquíni, Vicky, para mim, é uma falsa rica com uma mala gigantesca de humildade.

- Tiro de canhão!!! – Tonny pulou na água e Vicky ficou olhando preocupada, mas respirou aliviada quando viu o mesmo emergir.

- Agora é a sereia em perigo!! – Ele gritou para mim.

Esses eram nossos gritos de guerra na hora de pular no lago. Eu sempre falava que eu era a sereia em perigo e, as vezes, ficávamos gritando a tarde inteira a cada pulo que dávamos.

- Sereia em perigo!!! – Eu saltei, e quando meu corpo entrou em contato com a agua era como se eu estivesse lavando a minha alma. Mergulhar foi incrível! Me fez lembrar quando eramos crianças e descobrimos o lago em uma caçada, o lago é enorme e fundo, a agua não é tão escura porque dá para ver o fundo, não tem pedras em baixo, o que sempre foi a tranquilidade da mamãe, papai fez alguns banquinhos de arvore em volta do lago a pedido de mamãe para que ela podesse ficar ali sentada nos vendo nadar. Só não me pergunte como aprendemos porque isso eu não saberei responder.

Meu pai nunca nadou conosco, o que sempre me deixava furiosa, sempre que eu emergia ele estava lá parado nos olhando.

- Mãe porque ele não pode trabalhar? Nossa vida seria muito melhor!!! – Eu gritava muito nervosa com a situação.

- Minha pequena, tente entender que o seu papai não esta conseguindo emprego. – Minha mãe me abraçava carinhosamente.

- Mãe, ele é um inútil!
Olhei para o meu pai ali sentando no banquinho e percebi que a única inútil sempre foi eu.

Amores me perdoem pela demora vida corrida...
Obrigada por estarem lendo...
Vou trabalhar bastante nesse livro no final de semana

Pequeno Negócio, Grande AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora