Lisie sabe demais
Não era nada bom viajar longas distâncias e nem deixar seu serviço em Hoffnung. O subcomandante do campo era flexível demais e Wichard não gostava nada disso.
Mas era bom estar em casa e ver sua princesa. Saber se ela já estava boa no italiano e ouvi-la tocar a flauta como só ela sabia.
Estava voltando para casa num dos carros pertencentes a SS. Ele dirigia sozinho e no banco de trás havia uma mala com poucas roupas, pois a noite já teria que partir novamente.
– Bom dia! – ele disse entrando pela porta da mansão com a mala na mão, retirando o quepe ao entrar com a mão que estava livre. Seu uniforme negro estava suado. Era mais seguro andar uniformizado, lhe conferia mais autoridade.
–Como vai Herr comandante? – era Derek que vinha em sua direção da sala de jantar até onde a porta da frente ficava que era na sala de estar.
Antes de falar um "Heil Hitler" foi pronunciado com satisfação.
As mãos dos futuros sogro e genro se apertaram.
– Oi papai! – era sua princesa que descia as escadas segurando em um corrimão.
– Minha linda que saudades!
Soltou a mala e o quepe deixando-os cair no chão e abriu os braços o melhor que pôde para abraçar a filha.
Abraçaram-se muito e o pai deu um beijo estalado na bochecha da menina.
– Como você está minha princesa? – ele sorria.
– Estou bem, estava com saudades. – o sorriso bonito da filha surgiu.
– Eu estou aqui meu amor. Vim lhe ver! E seus avós? Estão bem? Já se mudaram?
– Sim, estão aqui. Estão no quarto do segundo andar.
– Que ótimo.
Os dois se viraram e Derek estava parado como um poste perto do sofá. Foi ai que ele foi em direção aos dois. Passou a mão pelos ombros de Lisie. O padre Heiner e Edith chegaram à sala:
– Como vai comandante? – era o padre.
– A benção meu padre.
– Deus lhe abençoe.
Lisie foi à sala de jantar. Derek e o padre foram também, ficando na sala de estar Edith e Wichard.
– Leve minhas coisas para o quarto. – ordenou
A esposa pegou a mala e o quepe e falou:
– Você está fedendo Wichard, fedendo a essa imundice.
Wichard ficou furioso e por um ato irracional pegou a mulher pelo braço apertando-a com certa força que a fez soltar um gemido baixo de dor.
– Escute aqui, você não tem o direito de falar sobre mim e meu trabalho dessa forma.
– Solte-me! Está me machucando.
– Fique calada. Não toque nesse assunto aqui nessa residência isso não é da sua conta! Está ouvindo?
– Solte-a Wichard. – era sua mãe.
Ficou totalmente sem graça, soltou o braço da mulher e com o rosto vermelho disse:
– Mamãe...
– Muito bonito Wichard? Aqui não é sua lixeira. Respeite pelo menos sua filha que está aqui.
Totalmente bravo, pegou a mala e o quepe e saiu subindo as escadas em direção ao seu quarto.
Colocou a mala e seus pertences no chão ao lado da cama. Foi até o banheiro lavou o rosto e as mãos e desceu novamente. O único motivo de ter subido ao quarto foi evitar conversar com a esposa e a mãe.
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Amor na Guerra
Historical FictionROMANCE/FICÇÃO HISTÓRICA 4 de maio de 1943 Já faz 3 anos e 9 meses que a Segunda Guerra Mundial começou. E pouco mais de um ano que a "Solução Final para a questão judaica" foi posta em prática. Lisie Schmidt tem 17 anos . É uma alemã filha de um d...