13 - Caleb

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Uma estrela que brilha para todos

Um dos maiores medos de sua vida inteira foi naquele instante em que Lisie o pediu para subir a escada de madeira velha. O pai dela bem que podia estar lá ainda e ele seria entregue ao destino que estavam evitando. Se isso acontecesse, ele não iria jamais entregar o resto dos familiares.

Tremeu por vários minutos. Ele estava com muito medo.

Porém, quando chegou ao imenso quarto branco e rosa de Lisie Schmidt o medo transformou-se em alegria.

A garota sorria muito. Ele pôde ver as ruas, as árvores, os carros, a luz e um sorriso. Tudo que não via há cinco meses. Com exceção do sorriso.

O abraço mais doce que dera em Lisie. A vontade de ficar ao lado da menina.

– Você vai conhecer a minha casa.

Engoliu em seco. O medo voltou.

– Eu acho melhor não. – recuou para o lado da janela.

– Não tenha medo, eu lhe disse que estão todos dormindo.

– O que você vai fazer?

– Preciso pegar muitas coisas para vocês. Preciso que me ajude a carregar, apenas. Vamos.

Ao ver a mão de Lisie estendida em sua direção, Caleb não hesitou em segurá-la bem firme. Devagar se viu dando passos em direção à porta do quarto.

Chegaram num corredor extenso. A porta do quarto da menina era a última do corredor. Viu a menina tirar seus sapatos.

– Precisamos andar devagar e falar muito baixo para não acordar ninguém. – ela sussurrou.

Caleb acenou com a cabeça em sinal positivo.

Diante da luz, notou a beleza da menina que não podia ser nitidamente vista na penumbra do porão. Os olhos eram bem verdes e transmitiam doçura. Os cabelos castanhos e lisos eram detalhes de poder nela. A boca pequena e o nariz bem discreto com o toque das bochechas rosadas completavam a beleza fenomenal da jovem. Um belo volume nos seios chamava ainda mais a atenção do rapaz.

Seguiram à direita do corredor. Chegaram a uma escadaria. Ela ordenou que descessem.

Com cuidado desciam a escadaria da mansão e Caleb se surpreendia com a decoração e o luxo do lugar. Um andar abaixo e Lisie disse:

– Venha aqui. – ela apontou para uma porta à esquerda.

Entraram. Era um banheiro.

– Acho que você precisa de um banho. – estendeu-lhe uma toalha.

Ele precisava de um banho sim. Havia cinco meses que não tomava um. Mesmo assim, contestou:

– Não é preciso. Estou bem assim.

– Sei que você não está. Pode tomar seu banho enquanto eu busco umas roupas.

– Eu acho melhor não. Acho melhor voltar ao porão. – tremia de novo.

Lisie colocou uma mão em seu rosto magro e desbotado e falou gentilmente:

– Não se preocupe. Já lhe disse para confiar em mim.

– Eu confio. Mas tem gente aqui e eles podem acordar.

– Calma. O único que não pode vê-lo é meu pai e ele não está aqui. Tome seu banho. – ela sorria e lhe deu um beijo suave na bochecha antes de sair do banheiro e fechar a porta.

Caleb ficou no banheiro todo branco bem limpo sozinho com a companhia de seus pensamentos. Virou para trás e foi em direção à banheira. Tirou os farrapos de pano que compunham suas vestes e ligou o chuveiro. Uma água bem morna saiu do encanamento e ele relaxou sentando-se na banheira e deixando que a água caísse sobre sua cabeça. Fechou os olhos. Agradeceu demais por estar ali.

Amor na GuerraOnde histórias criam vida. Descubra agora