Eu andava sozinha pelas ruas escuras da minha cidade.
Eu pensava tanto em como eu estava perdida no mundo, saudade da minha mãe, saudade da vida que eu tinha, mas não me arrependo, não me arrependo de ter conhecido o Damon, não me arrependo de ter tido a decisão de criar uma criança sozinha.
Eu sinto muito por tudo isso que Lauren passa, eu sinto muito mesmo. Eu não queria que isso acontecesse, mas como sempre, parece que o mundo conspira contra o meu favor.
Damon, eu sei que ele seria um ótimo pai, daria o amor paterno que Lauren nunca recebeu, cuidaria, daria carinho, e o importante é isso, é isso que eu espero para a vida dela porque ela merece o melhor.
Eu ainda pensava por onde Harry estaria, talvez tramando algo pior contra mim? Talvez se culpando? Não sei. Mas também não dava a mínima, por mim ele poderia me matar, a minha missão no mundo já foi concluída, eu já trouxe o mundo a menina que consegue espalhar o amor ao próximo por onde passa.
A pior coisa, é que daqui uns dias eu faria vinte e quatro anos, e não estava nem um pouco ansiosa, ou até mesmo animada com isso, não poderia comemorar mesmo.
Damon estava fumando muito, e isso me preocupava, eu só o via fumar poucas vezes na época de faculdade, poucas mesmo, mas devo admitir que isso faz com que a gente esqueça o mundo em volta, podemos relaxar a mente e pensar menos em coisas horríveis.
Lauren também estava próxima dos seus sete anos. A minha bebê estava crescendo, isso me deixava feliz, mas o que me deixa triste é saber que ela não será mais a mesma. Eu sei que ela vai melhorar, ela não pode ficar sem andar pra sempre, e isso a mataria tanto por dentro... Eu jamais diria que isso é algo que uma criança de seis/sete anos pudesse lidar.
Parei em frente á um semáforo, esperando que o sinal ficasse vermelho para poder atravessar a rua. Estava frio, muito frio, e eu não estava me importando se caísse uma tempestade naquele momento, eu estava tentando distrair a minha mente e precisava conseguir.
Assim que o sinal ficou vermelho, eu ia atravessar a rua mas uma mão segurou o meu braço me impedindo de passar para o outro lado. Olhei para a pessoa que estava me segurando e quase soltei um grito quando vi de quem se tratava.
- Você me dá um minuto? - perguntou.
- Eu não te dou nem 0,1 negativo, Harry.
Eu puxei o meu braço de volta e tive vontade de correr, mas se eu corresse significava que ele viria atrás, e a meu fôlego não se compara com o dele, provavelmente me alcançaria rápido.
Eu tentava manter a calma enquanto meu subconsciente gritava "corre".
- Eu estou arrependido.
- Eu me lembro que a minha mãe me ensinou a tudo, menos á perdoar alguém que impediu o sangue do meu sangue de andar. Merda. Ela tem apenas seis anos.
- Merda. Eu sei disso, mas não passou pela minha cabeça que ela poderia ser minha filha, e que ela sairia de trás de você.
- Vem cá... Na faculdade tudo era muito fácil pra você não é? Você tinha dinheiro, mulheres, fama, e tudo que um idiota poderia achar o máximo. Mas você acabou esquecendo de duas coisa que você precisava ter, que por acaso era uma alma e um cérebro, é tão difícil ver que o mundo não gira em torno de você? Olha Harry, eu nunca te fiz nada, nunca nem quis saber o porquê da sua existência no mundo, mas saiba de uma coisa, você pode ser idiota, seja, vá em frente, mas para de perder tempo provando isso ao mundo porquê isso está queimando a sua imagem.
Harry me olhava atentamente com seus olhos verdes e por um momento eu não tive mais vontade de correr, eu tive vontade de ficar ali e jogar na sua cara o quanto ele é um ser desprezível.
- Se eu pudesse te dar algo, te daria os meus olhos para que você pudesse se ver através dos meus olhos, nesse caso, talvez você visse o quão estúpido, hipócrita, e sem noção, você é.
Harry abriu a boca para falar algo, mas não saiu nada, então ele acabou ficando sem respostas para contra- argumentar.
- Ah... E queria aproveitar essa oportunidade para te dar um conselho. Se você quer realmente ser uma pessoa melhor, por favor, deixe de ser esse tapado e veja que o tempo que você está aqui ouvindo as verdades sobre você, você poderia estar indo a caminho da delegacia e fazendo as coisas mudarem de mal a pior em um piscar de olhos.
As bordas de seus olhos estavam bem vermelhas, apesar da escuridão eu conseguia ver, conseguia ver o medo em seu olhar, o arrependimento...
- Posso te perguntar uma última coisa? - sua voz saiu quase em um sussurro.
Não falei nada, apenas fiquei o olhando esperando que ele falasse algo.
- Eu tenho alguma chance de falar com a minha filha? Talvez uma última vez, depois disso, eu prometo que eu sumo da vida das duas, desapareço e nunca mais volto.
- Nunca mais volta?
- Nunca mais.
- Primeiro: eu não quero você mandando cartões postais, a Lauren irá saber que o pai dela quer vê-la, mas também irá saber que é a última vez. Segundo: você pode se considerar um cara livre, não precisa nem se preocupar em dizer que tem uma filha, você nunca mais será considerado um pai por mim, e pela Lauren. Terceiro e última: você irá contar toda a verdade á ela, irá contar que você vai embora, e quer que ela te esqueça.
Seus olhos verdes estão bem mais escuros que o normal, ele colocou as mãos no bolso e olhou para o chão em breves segundos.
- Eu posso fazer isso.
/
Gente, eu achei que o livro não precisava de uma segunda temporada já que eu não faço idéia quando será o fim do livro, eu tenho muita coisa na cabeça e pretendo colocar todas elas aqui, caso contrário eu irei enlouquecer.
Então, eu exclui o prólogo da segunda temporada, e coloquei todos os capítulos na ordem. Eu também apaguei todos os avisos desnecessários do livro, ou seja: as visualizações caíram. Mas não me importo, estou tentando fazer o livro melhorar, então teria alguns emprevisto, com certeza.
Outra coisa: votem e comentem por favor, me ajudem.
Até o próximo capítulo. Beijo!
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Meu Colega de Quarto [Em Revisão]
Ficção AdolescenteEla sorria sempre, mas claro que era tentando disfarçar o quanto aquilo havia a afetado, mesmo dando segurança, dando força, a ajudando, a sensação de estar sozinha não a largava de jeito nenhum. Talvez fosse por ela não receber mais um amor materno...