- Qual é o nome dele? - perguntei a Kate.
Estávamos em frente a casa do tal cara que tirou de todos nós um cara incrível. Nós estávamos o observando a horas e ele nem se quer percebeu.
Ele tinha uma família.
Estava sempre brincando com duas garotinhas loiras e gêmeas. Suponho que seja suas filhas.
- Julian Affleck. Hoje ele está com quarenta e cinco anos. Aquelas garotinhas era as suas filhas. - olha que eu só havia perguntado o nome.
Imagina se tivesse perguntado as características dele.
- Interessante. - continuei olhando para a casa de dentro do carro.
- Vamos ficar aqui por mais quanto tempo? Se continuarmos aqui logo ele irá sacar e pode até mesmo chamar a polícia.
- Desde quando eu me importo? Ele será preso de qualquer jeito pelo assassinato do Gustav.
Não tirei os olhos da casa para falar qualquer coisa. Eu tenho nojo infinito pela mulher que um dia eu chamei de mãe.
- Eu vou lá. - abri a porta do carro e senti a sua mão apertar o meu braço. Pela primeira vez, a olhei nos olhos.
- Toma cuidado, Damon. - eu apenas a encarei e fui em direção a porta da frente. Apertei a campainha e esperei que alguém abrisse a porta.
Logo uma mulher loira de olhos castanhos claros abriu a porta e eu ofereci um sorriso sendo totalmente cínico.
- Boa tarde. Posso ajudar? - ela segurava a porta, e eu então tentei olhar algo lá dentro, mas não consegui ver nada.
- Boa tarde. Estou procurando por Julian Affleck. - eu arrumei o meu casaco e sorri outra vez para a mulher.
- Claro. Só um minuto que irei chamá-lo. - ela sorriu educadamente e eu apenas fiquei olhando ela se destanciar da porta e ir chamar o filho da puta que ela chama de marido.
Minutos depois aparece um homem na porta arrumando o seu cabelo para trás e eu abri um sorriso. Eu estava sendo cínico.
- Boa tarde. Minha esposa disse que está me procurando, no que posso ajudar?
- Você não se lembra de mim? - Julian me olhou bem confuso e até mesmo, assustado.
- Não, não me lembro. Quem é você? - perguntou.
- Damon Mahler, Gustav Mahler... Estes nomes não refrescam sua memória? - ele parou para pensar alguns segundos e olhou para mim parecendo ainda mais confuso.
- Não. Não me lembro.
- Ok. Vamos direto ao ponto então. Você era um merda de um traficante filho da puta que confundiu o meu irmão com outro grande filho da puta e o matou. E aí, já lembrou? - ele arregalou os olhos e então percebi que ele pareceu se espantar com algo.
- Olha, eu me arrependo muito do que eu fiz no passado e me envergonho do que eu era. E eu sinto muito... - eu abri um sorriso enquanto olhava para ele.
- Sente muito? Sentir muito não vai trazer o meu irmão de volta! - exclamei alto e ele pareceu ficar meio pra baixo. Ele estava chorando.
Ele estava mesmo querendo vir com esse joguinho pra cima de mim? Eu não iria sentir remorso em mata-lo. Como ele não sentiu em matar a pessoa que eu mais considerava em todo o mundo. Eu não o deixaria viver, porque ele deu essa oportunidade para o Gustav. Por que eu deixaria uma pessoa como ele vivo sendo que ele não deixou uma pessoa boa e simpática como o Gustav vivo? Não tem resposta para essa pergunta. E nunca terá!
Eu estava prestes a ir para cima dele, quando o olhei e o vi chorando na minha frente.
- Por favor... Você não pode me matar aqui, na porta da minha casa quando minha esposa e minhas filhas estão logo ali... Por favor... Eu não sou mais aquele cara... - eu sorri.
- Você matou o meu irmão na minha frente, o que resultou em noites sem dormir por anos. E eu não estou jogando isso na porra da sua cara!
Uma garotinha loira, a mesma que ele brincava, apareceu na porta e encarou o filho da puta que ela chama de pai.
- Papai! Venha, o filme já vai começar! - ela falou animada.
Eu não havia percebido na hora, mas eu sorri quando ela o chamou de papai, lembrei de Lauren...
A garotinha olhou para mim e sorriu.
- Quem é você?
- Damon.
- Você é amigo do meu papai? Se quiser, você pode assistir Frozen com a gente. - Ela sorriu e pegou na mão do seu pai pedindo permissão.
Ele me olhou e então eu voltei a encarar a garota.
- Muito obrigado pelo convite menina, mas eu já estou de saída. - eu sorri para ela e dei uma última olhada para o seu pai, saindo de lá imediatamente e entrando no carro sendo observado curiosamente pela Kate.
- O que aconteceu lá Damon?! Era pra você mata-lo! - ela exclamou alto.
Eu não tive a coragem de mata-lo, ele tem uma família, e por mais que eu esteja com água na boca de vingar a morte de Gustav, eu não sou capaz disso...
- Eu não consegui... - sussurrei baixinho.
- Claro que você não conseguiu. Eu não sei porque eu confiei em você pra isso, deveria saber que você não é capaz de merda nenhuma. Você! - ela apontou o dedo no meu peito. - Não foi capaz de salvar o Gustav, e agora não é capaz de vingar a morte dele. Você é um imprestável! - apontou o dedo no meu rosto e eu não falei nada, apenas ouvi todas aquelas palavras perturbadoras que saíam de sua boca. E por um minuto, me senti como na época em que ela me culpava por tudo, e agora eu entendo o porquê. Eu não sou capaz de nada.
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Oie oie, não esqueçam dos votos e dos comentários porque é muito importante okay?
Quem não deu uma olhadinha no meu novo livro “Unexpected love”, vão lá dar uma olhada e me digam o que acham ❤
Até o próximo capítulo.
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Meu Colega de Quarto [Em Revisão]
Ficção AdolescenteEla sorria sempre, mas claro que era tentando disfarçar o quanto aquilo havia a afetado, mesmo dando segurança, dando força, a ajudando, a sensação de estar sozinha não a largava de jeito nenhum. Talvez fosse por ela não receber mais um amor materno...