Seis anos depois.
Eu estava absurdamente apaixonada pela minha filha. Ela estava com seis anos de idade, e para a minha felicidade, era uma doce menina.
Eu estava trabalhando como médica no hospital da cidade em que eu estava morando. Sim! Eu havia conquistado o meu sonho.
Será que a minha mãe sentiria orgulho de mim? Será que ela me apoiaria?
Essa pergunta some da minha cabeça no momento em que eu lembro do rosto angelical que ela possuía.
Damon estava trabalhando em uma borracharia que ele mesmo havia construído, era incrível como ele ficava sexy até mesmo sujo de graxa.
Damon e eu não havíamos nos casado, estávamos apenas em um relacionamento simples. Damon tratava Lauren como se fosse sua filha, como se ele a tivesse feito.
E isso era bom. Mas seria algo complicado explicar á Lauren um dia.
Damon e eu estávamos na mesa de jantar, observando Lauren comer.
Ela ainda não era profissional em se virar, mas estávamos ajudando ela a entender um pouco as coisas, tentar fazer. Assim ela se acustumaria bem mais rápido.- Mamãe, porque eu tenho que comer com isso e não com aquilo?- Lauren perguntou apontando da colher que ela comia para o garfo que estava no meu prato.
Damon sorriu.
- Porque esse aí é pra pegar mais comida amor, aí dá pra você encher a boca, fazer ela ficar grandona. - Damon disse olhando para Lauren.
Lauren abriu um bocão e colocou as mãos sobre a boca como se estivesse surpresa.
- Sério? Grandão igual a nossa casa? - perguntou.
Era incrível como crianças era tão inocentes, pena que isso passava com o tempo.
- Sim Lau, do tamanho da nossa casa. - Damon sorriu para ela.
Assim que Lauren terminou de comer, como ensinamos: quando terminar as refeições, limpa a boca e as mãos. Assim ela fez, pegou um guardanapo na mesa e passou delicadamente pela sua boca.
Gente, ela era linda!
Ela olhou para mim em seguida, que estava com um sorriso enorme no rosto.
- Mamãe, onde está o meu papai? - perguntou.
O sorriso no meu rosto se desfez, olhei para o Damon e ele estava com a sua expressão séria de antigamente em seu rosto. Droga! Oque eu falaria para Lauren? Que eu fui estuprada? Que ela tem um pai que está preso faz seis anos? Ou que foi uma gravidez indesejada? Não. Ela não tinha idade nem pra saber oque significa a palavra estupro.
- Mamãe?
- Lauren amor, já está na hora de você dormir. - levanto da mesa e a pego em meu colo, subindo as escadas da casa e deixando ela em seu quarto. Troco-a de roupa depois de escovar os seus dentes e a deito na cama, a cobrindo com seu edredom e colocando com ela, o seu urso preferido que ela chama de Fofo.
- Boa noite, filha. - dou um beijo em sua testa.
- Boa noite mamãe. - e fechou os olhos.
(...)
Damon estava sentado na cama com suas mãos na cabeça, como se estivesse sendo atormentado. Eu me aproximei e o toquei.
- Tenho que aceitar que eu nunca vou ser o pai dela. - disse.
Eu abri minha boca para falar algo mas ele me interrompeu.
- Você não vê? Ela nunca vai me ver como o pai dela, ela sempre vai perguntar quem é o pai dela. E eu não consigo viver a porra da minha vida sabendo disso, que pra ela, eu não passo de um namorado seu. - ele disse.
Eu não sabia mais o que dizer. Damon havia me deixado sem palavras, mas eu não poderia deixar ele pensar dessa forma, pai é quem cria, e é ele que me ajuda a sustentar Lauren a seis anos, deu amor, carinho. E acima de tudo: não desistiu.
- Damon... Independente do que aconteceu no passado, um dia ela vai ter que saber o pai que ela tem, vai ter que saber que agora ele vai ser como alguém que nunca existiu. E principalmente, vai começar a te aceitar. - eu disse o encarando.
E pela primeira vez: eu vi uma lágrima cair.
/
Girls, volto quando o capítulo alcançar 100 votos.
(sem mais)
Beijo.
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Meu Colega de Quarto [Em Revisão]
Fiksi RemajaEla sorria sempre, mas claro que era tentando disfarçar o quanto aquilo havia a afetado, mesmo dando segurança, dando força, a ajudando, a sensação de estar sozinha não a largava de jeito nenhum. Talvez fosse por ela não receber mais um amor materno...