Capítulo 22

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Olhei para Alice boquiaberta e o médico se manteve quieto. Alice realmente era uma mulherona. Estava sempre me defendendo, e me conhecia a apenas vinte e quatro horas.

Nós saímos do hospital assim que o médico me entregou a receita, eu entrei no carro da Alice, e esperei que ela voltasse com os remédios, eu quis ir comprar mas ela me disse que faria isso para mim.

Eu estava sentada lhe esperando quando vejo a porta sendo aberta, e uma mão me puxando para fora do carro. Quando desci do carro dei de cara com Damon.

Como ele tinha me achado?

Certo que eu estava na cidade, mas não tinha como ele souber da minha localização nesse exato momento.

Cruzei meus braços e ele arqueoou a sobrancelha esperando que eu falasse algo.

- Tá fazendo oque aqui? - perguntei.

- Tá falando sério Victoria? Você está sendo procurada. - ele revirou os olhos.

- Eu sei, não tô em um momento que queira ver alguém, inclusive você. - virei as costas e iria entrar no carro mas ele me puxa novamente pelo braço fazendo com que doa um pouco.

- Au, Damon. - olhei para o meu braço.

- Victoria... Está tudo bem? - Alice chegou encarando a mim e ao Damon com uma cara de suspense.

Damon a olhou e deu uma risada irônica.

- Ei você. - ele puxou Alice. -Você sabia que a Victoria está sendo procurada?- ele disse em um tom baixo.

Alice sorriu e tirou suas mãos de cima dela.

- Eu sei sim, quando eu era pequena nunca tive muito um livre arbítrio, então já que ela quer isso, ela vai ter. E é por isso que eu estou a ajudando- Alice entrou no carro.

- Mas ela está grávida. Ela precisa de um tratamento para esse bebê. - Damon disse.

Foi a minha vez de dar uma risada irônica.

- Como se você se importasse Damon. Você mesmo não quis me falar absolutamente nada do que eu te perguntei sobre as drogas. Então agora eu corro o risco de não ter mais um filho. - eu revirei os olhos.

- Victoria, isso não é uma coisa fácil. - ele cruzou seus braços e abaixou a cabeça.

- Então você sabe de algo, não é? Você é estúpido, Damon. - entrei no carro e pedi para Alice sair dali antes que eu fizesse algo estúpido.

Agora eu tinha certeza. Damon estava mesmo me escondendo algo daquela maldita boate.

(...)

- Já tomou o seu remédio Vick? Não se esqueça que são de oito em oito horas - disse Alice passando pela sala.

Eu sorri. Era incrível como ela era tão super protetora comigo, sempre me lembrando de tudo que eu tinha que fazer e oque não tinha oque fazer, ela não é conhecida, conheço ela apenas a quase dois dias, mas ela cuida mais de mim do que os presentes, e amigos de infância.

Vi que Alice passava pelo pequeno quarto e a segui quando ela parou enfrente ao quarto eu sorri.

- Esse quarto é bonito, era de quem?- eu perguntei.

Alice sorriu fraco e me olhou.

- Minha filha, o nome dela era Sarah, ela tinha apenas dez anos quando descobri que ela estava com um tumor no cérebro, Sarah foi como você entende? Foi uma gravidez indesejada, na minha adolescência ainda. Então eu cuidei dela, paguei tratamentos, fiz de tudo para poder ter minha filha aqui hoje, mas infelizmente ela não aguentou àquilo, e então, tá aí. O quarto continua aí- ela sorriu fraco.

- E o pai dela?- perguntei.

- O pai dela era um estúpido, ele vivia me pedindo dinheiro para ajudar a mãe dele, mas na verdade ele estava comprando drogas. Então eu acabei tudo com ele, e deixei que ele viesse ver a Sarah nos finais de semana, mas nem isso ele fazia. Ele nem se despediu da filha. - ela olhou para baixo.

- Eu sinto muito, Alice.

- Não sinta. Eu perdi a minha filha muito cedo, foi uma gravidez que eu não queria no começo, assim como você, mas o tempo passou e meu amor por aquela criança foi aumentando, então a amei com toda minha força. E agora eu tenho a oportunidade de ajudar você a não cometer o mesmo erro que eu, a não aproveitar a chance linda que a vida está te dando para ser mãe. Acredite, é uma experiência brilhante. - ela sorriu e me abraçou.

- Você é uma pessoa incrível, aposto que a Sarah te amava muito, Alice. Nem imagino como você deve ter sido uma ótima mãe.

Ela assentiu com a cabeça.

- eu dei o meu melhor, agora estou te ajudando a dar o seu melhor. - sorriu.

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Não se esqueçam dos votos para me ajudar.

Meu Colega de Quarto [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora