Acordei.
Infelizmente eu tinha acordado.
Sim, infelizmente.
Eu não queria mais viver. Não queria viver sabendo que tenho um filho que eu não sei nem mesmo quem é o pai.
Quando o meu filho crescer, irá fazer essa pergunta. E eu irei responder oque? Não faço idéia. Mas com certeza ele me acharia uma vagabunda que deu pra uma pessoa que nem conhece, como se eu realmente fosse uma puta.
E não, eu não era uma.
Não sei oque eu fiz de errado para merecer isso, eu sempre fui tão dependente, nunca fiz nada de errado, porque isso estava acontecendo comigo?
Eu não queria ser criticada por alguém, provavelmente essa história irá rodar pela faculdade, e então? Eu vou ser a nova "puta".
Minha tia estava no quarto, encostada na grande poltrona que estava ao lado da minha cama, ela estava dormindo.
E então a ideia bateu em minha mente como um raio.
Eu iria fugir.
Eu iria tentar ter uma vida melhor longe de tudo e longe de todos. Eu sei que isso é uma escolha péssima, mas eu estava disposta a fazer isso para não sofrer nessa maldita faculdade.
Eu me levantei com um pouco de dificuldade, olhei para a mala que minha tia havia trazido com algumas roupas dentro e pertences. Eu abri devagar para não fazer barulho e peguei a primeira roupa que vi na frente.
Assim que me vesti, coloquei as pantufas que tinha lá. Era a única coisa que teria para mim. Eu calcei e abri a porta suavemente, sem fazer nenhum barulho se quer. Assim que eu vi a luz branca forte nos corredores do hospital, suspirei aliviada. Eu corri, ou pelo menos tentei correr para ninguém me ver ou ser impedida por algo.
Eu achei a saída e então saí correndo até a estrada.
Não havia nada e ninguém. Era duas horas da madrugada. Eu não tinha onde ficar, mas não desistiria.
Eu andei quilômetros, e quando percebi já estava amanhecendo. Eu sentei no chão cansada até parar um veículo ao meu lado.
- Você está bem? Precisa de ajuda?.- era uma senhora de aparentemente trinta anos, ou mais. Ela estava sozinha
Eu apenas olhei para o céu que estava bem nublado, aparentemente iria chover.
- Então. Se eu te contar o motivo na qual estou aqui suponho que você não me ajudaria- eu disse soltando um riso.
- Tente!- disse sorrindo.
- Bom, primeiramente. Eu achava que eu era virgem até ontem. Quando passei mal e descobri que estava grávida. Então eu juntei as peças e pensei em quando eu fui para uma boate duas vezes e voltei não lembrando de nada do que tinha acontecido, então obviamente alguém me drogou para abusar de mim, eu estou me sentindo um lixo, uma pessoa muito suja, eu estou na faculdade, estava cursando medicina tentando ser a mesma pessoa que a minha mãe, mas parece que o destino resolveu não cooperar. Então eu fugi do hospital para não ter fama de puta na minha faculdade, para não viver em custa dos outros, para não dar problema para ninguém. Eu quero só ir embora, viver a minha vida- eu disse rapidamente e parei por falta de ar.
- Puxa! Que história. Mas você pretende sobreviver como apenas com a roupa do corpo, e sem ao menos uma garrafa de água?- ela perguntou.
Não tinha nem pensado nisso.
Eu realmente estava muito cansada, eu tinha andado muito e precisava realmente de um copo d'água.
- Se você quiser, eu te deixo ficar na minha casa, você se recupera, sei lá. Ter o seu bebê, só não posso deixar você aqui sozinha.- disse. - Mas não quero problemas para mim, eu estou apenas cumprindo com o meu papel.- disse.
Eu sorri e levantei do asfalto, ela deu a volta em seu carro e eu entrei também.
Talvez seja uma escolha péssima, mas eu não tinha outra.
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Primeiramente gostaria de agradecer todos vocês pelos quase 50k de visualizações, eu estou realmente muito feliz.
Vocês me inspiram a dar o meu melhor ❤
Espero que gostem do capítulo. Esta sendo um trabalho e tanto deixar o livro bom. Hahahahah, até o próximo capítulo.
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Meu Colega de Quarto [Em Revisão]
Teen FictionEla sorria sempre, mas claro que era tentando disfarçar o quanto aquilo havia a afetado, mesmo dando segurança, dando força, a ajudando, a sensação de estar sozinha não a largava de jeito nenhum. Talvez fosse por ela não receber mais um amor materno...