Amarelo.

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OI TU! Tudo bom? Então, passei aqui rapidinho como de costume para fazer um agradecimento especial. Aninha, muito obrigada por esclarecer algumas duvidas minhas para eu, que tava toda perdida nesses negócios de termos médicos, não estragar com tudo. Ale, muito obrigada por tudo e por sempre, de novo, como sempre. Todo amô pra vocês duas! Enfim mosamô, perdoem a ausência e não desistam de mim. Tô sempre lá no twitter @ceuatelua, qualquer coisa, só chamar. Beijo, e espero que gostem.

Com amor, Mar.

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Dois meses depois

O tempo corre rápido, e disso eu tive prova pelos últimos meses da minha vida, mas digo com convicção, nada passou tão devagar quanto esses dois meses. Eu ansiava pelo dia ao qual eu estaria apta a segurar minha filha em meus braços, e parecia que esse dia não chegaria nunca.

Ana Lis crescia cada dia mais, e era lindo para meus olhos e para meu coração ver o ser tão minúsculinho que saiu de dentro de mim ir evoluindo com tamanha rapidez.
Todos os dias, de domingo à domingo eu estava lá ai seu lado, segurando sua mãozinha e cantando bem baixinho para ela se acalmar.

Vitória, como sempre, também estava ao seu e ao meu lado todo esse tempo. Estava alojada com força em meu coração e no meu dia à dia também, de forma que minhas primeiras falas do dia eram direcionadas a ela, e as ultimas também. Ela já fazia parte do meu cotidiano, mais do que fazia quando passávamos toda a manhã e tarde juntas no parque. Agora, ela estava em meu bom dia, meu boa tarde e no meu boa noite. Estava na minha mesa no café da manhã e no jantar. Estava em meus móveis e principalmente no meu sofá, local onde eu acabava por dormir em seu colo após uma crise de choro diária, causada pelas lembranças e pela realidade. Distância.

Confesso que estava sendo difícil, não estar na presença de Vi, óbvio, mas sim por estar vivendo novamente, o diferente do que eu havia idealizado. Após o primeiro chute da minha filha, eu havia automaticamente pensado em ouvir seu choro no parto, provando que então ela estava ali, viva e bem. Havia pensado em qual seria a sensação de amamenta-la, de segura-la no colo e tudo mais, mas nada disso havia acontecido.

Ainda.

Hoje com toda imensa certeza era o dia mais feliz da minha vida. O médico –o mesmo que inclusive já criamos amizade após tantas e tantas visitas e conversas— havia nos comunicado uma semana atrás, que minha pequenininha quase estava no peso exato e nas condições certas de um bebê saudável, e que em apenas uma semana ela receberia alta. Meu coração nunca se encheu tanto de alegria. Encheu de tal forma que transbordou pelos olhos em formato de lágrimas, lágrimas as quais eu derramei tanto durante todos esses meses, mas essas eram diferentes, eram regadas de sentimento bom.

O dia amanhecia lentamente, e eu nem dormir havia conseguido de tamanha ansiedade. Pelas frestas da cortina, alguns feches de luz do sol que ainda surgia aos poucos, passavam, e iluminavam o rosto sereno da mulher que ressonava ao meu lado. Havia sido assim desde o dia que eu a pedi para ficar. Vi não queria me deixar sozinha e eu, não queria estar. Dessa maneira, ela dormia todos os dias ao meu lado.

No segundo dia após eu a pedir para ficar, ela teve que dormir em seu apartamento, mas após uma ligação minha desesperada depois de mais um típico pesadelo, ela bateu aqui, e eu a deixei entrar. No terceiro dia, ela havia ajeitado o sofá, eu realmente não queria que ela dormisse no sofá mas minha timidez falava mais alto, como sempre. Até que em meio a mais um minuto de sonolência—Minuto que decidi que eu fico mais descarada que nunca—a proibi de dormir longe de mim.

Segundo solOnde histórias criam vida. Descubra agora