Um dia após o outro

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OLÁ! Essa é a minha primeira fanfic, espero que vocês gostem pois está sendo produzida com muito carinho! Irei tentar atualiza-la regularmente! Qualquer duvida, opinião ou crítica construtiva, deixa ai nos comentários ou fala comigo lá no twitter @ceuatelua (Sim, eu criei um twitter só pra essa conta). Aproveitem a história, pois para mim ela é especial e espero que se torne pra vocês também. Bjo, Aninha.

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São Paulo. Selva de pedra que assustava minha alma de moça do interior. Encarar aquela cidade tão de repente não havia sido algo planejado em minha vida, e o pior que não tinha sido a primeira coisa que aconteceu e eu não planejei.

As pessoas passavam por mim ignorando por completo a minha figura no chão, sentada, com um violão no colo, sua caixinha aberta e uma pequena plaquinha malfeita de papel pedindo contribuição, enquanto cantava as músicas que vinham a minha cabeça.

Esse não era o futuro que eu queria para mim, que meus pais queriam, e que toda minha família que colocava tanta fé no "Dra. Ana Clara Caetano" queriam. Mas por causa de um descuido, tudo virou de cabeça pra baixo.

Quando a música acaba, vejo apenas umas moedas caindo na caixa, e suspiro, posicionando o violão novamente e já montando o acorde para iniciar a próxima.

"Pra começar
Cada coisa em seu lugar
E nada como um dia após o outro"

Canto meio tímida, como venho fazendo durante todo esse mês que vivo aqui. E como sempre, recebo nada mais que olhares curiosos e com pressa.

"Por que apressar?
Se nem sabe onde chegar
Correr em vão se o caminho é longo"

Abaixo a cabeça, focando o olhar nos acordes que eu montava com precisão.

"Quem se soltar, da vida vai gostar
E a vida vai gostar de volta em dobro"

Minha voz, até então sozinha, se junta com um tom rouco que surge, levanto o olhar, me deparando com uma garota de cabelos esvoaçantes se sentando no chão a minha frente. Ela esbanjava um sorriso enorme e alinhado, encantador, e dos seus olhos emanavam calmaria.

Assim que cometo uma pequena falha no acorde, percebo que passei muito tempo a encarando e volto a focar na música. Ela cantava junto comigo, em alto som, sempre com o sorriso largo. Ainda fazia gestos, como se sentisse cada palavra da música dentro de si. A voz dela era muito bonita, e ela não se esforçava nem um pouco para aquilo, pelo contrário, ainda tinha a ousadia de brincar com ela.

Quando a música acaba, finalizo com um último acorde, logo após, ela começa a bater palmas, só ela, atraindo mais e mais olhares curiosos e de estranhamento.

-Linda tua voz de açúcar, moça bonita!—Sua voz carregada de rouquidão e de sotaque, direciona o elogio pra mim, e logo sinto minhas bochechas queimando. Droga de timidez!

-Obrigada...A sua também é muito bonita.—Respondo baixo, meio acanhada, mas ela nem parece ligar.

-Eu que agradeço pela cantoria. Tu tá aqui todo dia?—Ela pergunta e eu faço que sim com a cabeça—Oxe mulher, e como eu nunca te vi ein?

-Difícil é alguém me ver no meio de tanto caos.—Rio amargurada

-Arte é sempre vista. Basta ter o olho certo.—A encaro confusa e me pergunto quem seria aquela mulher e como ela tinha tanta poesia no seu ser. Os poucos raios solares do fim da tarde iluminam seu cabelo, deixando os cachos mais claros que já eram, e alguns feches de luz passavam pelo seu olho, deixando em evidência aquele tom que eu ainda não havia decifrado.

Desvio meu olhar pro outro lado, vendo o sol se pondo no cantinho do céu, só então percebo que já era hora de ir. Levanto lentamente e guardo minhas coisas, colocando o violão na caixa e contando o dinheiro que havia arrecadado hoje. Dez reais. Suspiro olhando os trocados.

-Tu já vai? Fica mais um pouquinho.—A mulher levanta em seguida, tirando minha atenção das moedas em minha mão para sua face.

-Vou, tá ficando tarde. Moro longe.—Falo minimalista, colocando o violão nas costas. Penso em me despedir, mas não sei como fazer nesse tipo de ocasião, afinal, como se despedir de uma mulher que você conhece a menos de meia hora? Viro de costas e quando começo a andar, ela segura meu braço. Viro o rosto em sua direção.

-Amanhã tu tá aqui?—Ela pergunta e eu afirmo, recebendo outro sorrisão em troca. Sorrio de lado com vergonha e volto a andar, sentindo de novo uma mão puxando meu braço com delicadeza.

-Ei, e qual teu nome?—Penso rapidamente se eu deveria tá dando meu nome pra estranhas, principalmente numa cidade desse tamanho com um índice de criminalidade enorme, mas o pior que eu não conseguia enxergar uma gota de maldade naquele olhar cor-indefinida.

-Ana Clara Caetano.—Respondo, abaixando a cabeça e arrumando o óculos em meu rosto.

-Prazer Ana Clara Caetano, sou Vitória, Vitória Falcão.

Segundo solOnde histórias criam vida. Descubra agora