Ame.

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Para o meu sol:
Que tua vida sera repleta de todo amor e luz que possui no mundo, pois são essas duas coisinhas que tu emana por onde passa. Que ela seja linda, feliz e cheia de realizações, pois é isso e muito mais que você merece. Que teu sorriso nunca saia de seu rosto, e que com ele você possa ultrapassar todas as surpresas que essa vida louca nos proporciona. Que teus olhinhos não percam esse brilho tão especial, pois é a ele que eu te associo. Que nesse ano novo tu descubra mais e mais do viver, e que aproveite ele sem dó, do começo ao fim, tirando sempre o melhor de cada experiência e guardando junto a teu coração. Coração esse, que é enorme, e capaz de guardar os melhores sentimentos do mundo. Obrigada por tudo e por tanto durante todo esse tempo, como costumo dizer, sem você, não teria e nem seria.
Aproveite seu dia.
Aproveite sua vida.
E viva!
Eu amo você. Muito. Mesmo.

Com o amor que possuo em mim, Mar.
__________

O sim saiu da minha boca de maneira urgente, seria engraçado ver minha pressa em aceitar passar a vida ao lado daquele ser incrível, e seria mais engraçado ainda ver o rosto alaranjado devido a luz do sol, de Vitória, mudar tão rápido de expressão quanto a minha resposta. Ela, que parecia tensa, após a única palavra que falei trêmula pela emoção, exibiu o sorriso alinhado em minha direção. Nós duas tínhamos lágrimas descendo pelas bochechas, mas dessa vez, não era de tristeza.

Nos amávamos. Nos encaixávamos. Nos completávamos.

O céu já escuro indicava o horário de ir para casa. Ana Lis ressonando no colo de Vitória só afirmava mais sobre. Eu, que intercalava o olhar entre a figura da minha namoradanoiva, ninando nossa filha, e a fina aliança prateada no meu dedo anelar, acabo me perdendo dentro de meu próprio sorriso e assim o tempo passou rapidamente.

Quando o taxi que pedimos chega, Vi leva Lis cuidadosamente até o carro e eu a sigo, carregando o violão de Anab. O caminho até a casa dos Falcão foi silencioso, mas não precisava de muitas palavras naquele momento, os sorrisos que ela me lançava a cada minuto chegava a me deixar corada enquanto seu dedo polegar acariciava a minha mão na qual estava entrelaçada com a dela. Eu me sentia uma adolescente amando demais, que estava flertando no primeiro encontro e isso era bom, Vitória tinha o dom de transformar todo único momento em um primeiro, em especial.

Enfim chegando em casa, saímos do carro logo após pagarmos o taxista. A casa parecia silenciosa e isso era um tanto estranho apenas por ser a casa da família Falcão em um dia pós-festa. Com os dedos ainda entrelaçados, entramos em casa. Sabra, Dona Isabel e Anab nos encaravam com expressões sérias e tensas no rosto, me fazendo automaticamente substituir o sorriso largo que possuía ao pensar em contar a novidade por um franzido de testa e olhar confuso. O que estava acontecendo?

-O que houve?—Vi questiona do meu lado, com o rosto tão confuso quanto o meu. Ótimo, eu não havia sido a única a perceber aquele clima estranho.

-Aninha, tem visita pra você ai.—Ana Beatriz fala recebendo os olhares de repreensão vindo da irmã mais velha e da mãe.

-Pra mim? Quem poderia...—E antes que eu pudesse finalizar a frase, a figura de estatura baixa surge na sala. Seu olhar se choca profundamente com o meu pela primeira vez, depois de tudo.

No automático, aperto a mão de Vitória com mais força, tentando controlar a possível crise de pânico que surgiria em pouco tempo. Os próximos segundos passaram como um borrão confuso em minha mente, apenas vi Dona Isabel subir as escadas junto a Sabra e Anab, também consegui ver os olhos claros de Vitória transparecerem defensiva, e por ultimo, os olhos caídos de família.

Família.

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14 anos atrás, Sítio da vovó

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