Tempo

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Ei tu! Passei aqui rapidinho pra avisar que lá no meu twitter @ceuatelua vou estar postando umas fotinhos da Lis que olha é o cúmulo da fofura. Vai lá ver! Agradecimento especial a Duda e seu arsenal de fotos de bebês que ela me manda todos os dias e ainda morre de amor comigo. Obrigada, tu é linda. Beijo. E ei, espero que gostem!

Com amor, Mar.

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Dois anos depois

Tempo, o pior inimigo do apressado, o melhor amigo do paciente. O medo de muitos, a salvação de quem o entende. Indeterminado, confuso, as vezes rápido, as vezes tão devagar, mas sempre se adaptando as circunstâncias da vida de cada um. O tempo para Ana Clara Caetano Costa era como um infinito de horas apavoradas que pareciam nunca chegar ao fim. Já o tempo para Ana Caetano, ou só Ninha, foi generoso, curou, cuidou e passou tão rápido como um piscar de olhos. Um dia, eu chorava silenciosamente as quase quarenta e oito horas de ônibus que passei para chegar em São Paulo, no outro, eu gargalhava junto ao amor da minha vida enquanto compartilhávamos de mais um pôr do sol no meio do parque Ibirapuera. Em um dia, eu sentia desgosto ao pelo menos pensar no que estava vivendo dentro de mim, no outro, eu a amava mais que tudo no mundo e sorria orgulhosa todos os dias ao observa-la.

Hoje, quase três anos após toda a reviravolta em minha vida, percebo a necessidade do acontecimento, assim como dou total razão as palavras diárias de Vitória sobre o universo e sua bagunça repentina, que assusta, mas que serve também para alinhar, indicar, encontrar.

-No que tu pensa tanto, Ninha? —Ouço a voz mais rouca que o normal de Vi, que até o inicio do meu momento matinal de reflexão, dormia calmamente ao meu lado.

-Na vida, o de sempre. —Rio fraco me virando para ficar frente a frente com ela. Seus olhos, mais claros pela manhã, me fitavam da maneira profunda, me tirando de órbita como sempre.

Vitória Falcão a três anos atrás, havia ficado, me salvando, me ensinando, fortalecendo aos pouquinhos minha alma frágil e meu coração quebrado. E a dois, passou a ser minha rotina, minhas primeiras falas, e as ultimas também. Meu carinho diário, minha companhia de vida. Dividimos o mesmo armário, a mesma cama, o café da manhã, o almoço, o jantar. Dividimos o mesmo sofá, o cafuné de fim de tarde, dividimos o mesmo banheiro, as vezes, até o mesmo banho. Nós nos aprendemos cada dia mais, e errado é quem diz que convivência é um mal. Durante esse tempo, compartilhamos de tantas risadas, de diversas histórias engraçadas vindo do meu trabalho ou do seu, de inúmeras canções, de noites de vinho, de pernas entrelaçadas na cama, de discursões bobas que sempre acabava em desculpas desesperadas ou voltava a série de gargalhadas.

A mulher ao meu lado, de cachos bagunçados e carinha amassada, me fazia ter certeza todos os dias sobre a minha escolha, e se isso é possível, me fazia ama-la cada vez mais.

-A vida foi boa demais com a gente, num foi? —Ela me puxa para mais perto e eu confirmo com um sorriso, juntando seus lábios aos meus num carinho rápido, que se estenderia com certeza, se não fosse pela presença já esperada no cantinho da porta.

Minha florzinha de lírio em dois dias completaria seus três aninhos, e isso me deixava mais nostálgica do que eu já era. Tempo voou pra nós. Lis, estava encostada no cantinho da porta, enrolada no cobertor amarelo, com os cabelos tão bagunçados quanto o de Vi, nos encarando com os olhinhos de jabuticaba semicerrados pelo sono.

-Venha cá, minha plincesinha. —Vi fala assim que nota a presença da nossa pequena. Ela anda lentamente até a cama, subindo com dificuldade por sua pouca altura e se aconchegando entre nós. Lis coloca a perna em cima da de Vi, que começa a balança-la. Era um dos chamegos das duas, que eram extremamente grudadas. Ela puxa o meu braço e o agarra, enquanto seguia tendo sua perninha pequena sendo balançada pela a da outra mãe.

Segundo solOnde histórias criam vida. Descubra agora