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São Paulo, SP.

Janeiro, 2018.

Começos são sempre difíceis, começo do ano então nem se fala, todo mundo comemorando o ano novo, mas eu não estava no clima, eu estava pensando o que eu ia fazer da minha vida.

E confesso, estava um desanimo total.

Fui demitida no final do ano, eu trabalhava em um escolinha, e sem mais nem menos, me mandaram para a rua.

E, isso me trouxe vários problemas:

O primeiro: Eu morava sozinha, e não tinha ninguém para me ajudar a me virar por aqui, logo eu teria que voltar para casa se eu continuasse sem trabalhar.

Segundo: Eu não fui relaxada, eu fiz uma poupança, e não quero gastar com coisas inúteis.

Terceiro: Eu estou seriamente pensando em abandonar minha carreira.

Quarto: Eu não queria abandonar minha carreira.

Cinco: Ser formado não ajuda em nada.

Sexto: Partiu procurar emprego.

Saio de casa com esse pensamento em mente, estou com uma pastinha cheia de currículo em minha mão, e pedindo mentalmente para o papai do céu me ajudar. Vou em loja em loja, de escola em escola, até parar em frente em umas placas que ficam nas ruas, fico parada lendo quieta.

- Você está procurando?

Uma senhora pergunta para mim, eu olho para ela e sorrio.

- Sim.

- Vou te falar um negócio, é dos bons - fixo meu olhar nela - e eu não contei para ninguém.

Beleza, ele deve ter contado para todo mundo.

- Conta.

Peço, já que ela parou de falar

- Tem um escritório - ela passou o endereço do escritório - que está procurando uma secretária.

- Sério?

- Sim.

- Muito obrigada, vou ir lá agora.

Eu pego o endereço que ela passou, e vou seguindo em direção ao mesmo, e para a minha surpresa, não está cheio.

- Bom dia.

Digo para uma moça, que está na recepção.

- Eu queria saber se é aqui que estão procurando uma secretária?

A moça abre um sorriso, e me lança um olhar de cima a baixo, e é aí que eu percebo que eu não vestida adequadamente para um entrevista.

- Sim - ela responde - quinto andar.

Dou um sorriso, e falo um obrigado, e vou em direção ao elevador.

- Bom dia, qual é o seu andar

Um senhorzinho pergunta.

- Oi, é o quinto.

- Veio para a entrevista?

- Sim - olho para ele - eu sei que eu não estou adequada.

- Acho que ele vai se importar mais com o que você tem a mostrar, e não para o que você está vestindo.

Ele pisca para mim, e uma esperança surge para mim.

- Sério?

- Claro, boa sorte.

- Obrigada.

Entro no quinto andar, e me surpreendo ao ver é um escritório de psicopedagogia. Ao entrar na sala, me sento em uma cadeira vaga, e observo as pessoas que estão na sala, as pessoas estão arrumadas, e eu me sinto mal por estar só com uma calça jeans e uma camiseta, uma sapatilha, sem maquiagem.

- O que tiver que ser será.

Digo para mim mesma mentalmente, e olho o currículo que está na minha mão. As horas passam, e nada de eu ser chamada, até que aparece um cara para fora da sala.

- Faltam poucas agora.

Ele diz, para alguém que está dentro da sala.

é minha vez tava chegando, e eu estava cada vez mais ansiosa com isso.

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