Pronta para isso?

64.

Miguel tinha acabado de estacionar o carro, e agora estava reclamando meu batom.

- Mas, não deve estar tão forte assim.

Resmungo.

- Está, tá para de identificar de longe.

Eu dou um tapa em seu ombro.

Porque eu sabia que ele não se importava. É só estava fazendo isso para me provocar.

- Vai partir para a agressão, mesmo?

Mostro a língua para ele.

Miguel está andando atrás de mim, e eu estou olhando em volta.

- O que viemos fazer aqui afinal?

- Assinar documentos - ele sorri para mim - e, por enquanto é uma surpresa para você.

- Uma surpresa que vai estar no meu nome?

Porque quem sempre assina documentos é ele, e não eu.

Ele assente, e eu me assusto.

o que ele está tramando?

- Temos que esperar eles chegarem.

Eu ia ter que ficar em pé, droga.

- Não podemos entrar, e se sentar, e irmos fazendo os pedidos.

- Não.

Fico quietinha esperando, vejo várias pessoas entrando, e saindo, mas nada.

Mas, Miguel não ia ver mesmo já que ele está plantado olhando aquele celular dele.

- Tá falando com quem?

Pergunto com ironia.

É, já começo a virar a cara.

Ele da um sorrisinho.

Ele vira o celular.

- Maia.

Eu abro um sorriso enorme.

Ele aperta o botãozinho do áudio, para que eu escute.

- Titia, estou morrendo de saudades de vocês, quando vocês vão vir para cá?

- Tem que falar com o seu tio.

Aviso.

- Assim que possível, você sabe.

Ela gargalha.

- Ayla, vem aqui, se não tenho que ficar virando o celular, e ia atrapalhar o caminho.

Eu caminho para mais perto do Miguel, ao seu lado, mas ele me puxa para ficar na sua frente.

Ele encosta sua cabeça no meu queixo,  e deixa uma de suas mãos em minha barriga.

- O que você está fazendo aí?

- Eu devia estar estudando, mas não estou.

- Menina.

- é melhor estudar, antes que sua mãe de pegue.

- Estou na casa do papai.

- Ele vai te pegar, então.

Dou uma risada, e Miguel me dá um beliscão.

- Tenho que desligar, posso ligar mais tarde para vocês.

- Claro, princesa.

- Tchau, titios.

Ela manda um belo de um beijo estalado.