05.

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Quando eu chego, na recepção escuto meu nome ser chamado.

- Oi.

- Você é a Ayla?

Eu estou nervosa, ela me chamou, e eu me virei e repondo, e ela me pergunta se sou eu mesmo. Respiro fundo, e na maior educação eu repondo.

- Sou.

- O senhor Miguel está te esperando na sala dele.

Eu não acredito nisso.

- Isso é algum tipo de teste?

A moça me olha assusta - acredito que não.

Respirei fundo, antes de começar a falar.

- Fale para o senhor Miguel, que ele marcou comigo as dez, e eu fiquei esperando lá em cima, na porta de frente com a sala dele, por quase duas horas, então não me peça para que eu suba de novo, porque eu não vou fazer isso - ela me encara assustada, ela não tem culpa no meu estresse - e fala para ele que eu não quero mais esse emprego, pode falar para ele.

Ela pega o telefone, e diz tudo o que eu falei.

- Tudo bem, vou falar para ela - ela me olha, e dá um sorriso de lado - ele pediu que você suba.

Eu bufo, e resmungo.

- Eu não acredito nisso.

- Ayla, por favor.

Olho para a menina que está sentada na minha frente, e dou um suspiro. Droga, de coração mole.

- Moça, eu não posso fazer isso, você me entende? - ela nega - ele me fez esperar quase duas horas.

- Fiz mesmo, mas não fiz de proposito.

Olho para trás, e vejo que meu possível chefe está atrás de mim, viro de novo para a menina.

- Você me enganou - resmungo par ela entre entre os dentes.

Ela sussurra um pedido de desculpas. Me viro para ele de novo.

- Obrigado.

Ele diz, para ela.

- Agora, podemos subir.

- não.

- Porque não?

- Porque você me fez passar por idiota, esperando quase duas horas lá em cima.

Ele engole em seco.

- Eu não costumo fazer isso.

E diz como uma falsa calma.

- Fazer, o que?

Pergunto, porque eu não sei mesmo. Mas, se eu soubesse teria perguntado, só para provocar.

- Descer do meu escritório para resolver birrinha de funcionário.

Opa, ele disse que eu sou funcionária, ai meu deus, ai meu deus, eu to muito feliz, se eu não estivesse tão irritada, juro que iria abrir um sorriso.

- Não sou nada dessa empresa.

Ele respira fundo - podemos se falar em outro lugar - ele aponta para um salinha - por favor.

Eu penso um pouco, e decido que preciso desse emprego.

- Tudo bem.

Ele dá um passo na frente, e segue um corredor, até chegarmos em uma salinha, ele abre a porta e deixa que eu passe primeiro. Dou uma olhada na sala, e confesso que não tem nada demais.

- Sente-se - ele pede, e ele se senta em uma cadeira na minha frente.

Fico em silêncio, já fiz drama demais.

- Bom, vou falar o que você fazer como minha assistente.

- Assistente?

- É, acho melhor do que você ser só minha secretária.

Ele dá um sorrisinho irônico, já entendi tudo, ele ia fazer tudo isso para pagar pelo meu vexame.

- Também acho.

Minto, não acho nada legal.

- Que bom que concordamos - ele sorri - eu ia te fazer uma proposta de trabalhar um semana como minha secretária, mas como você vai ser minha assistente, não vai ter mais, você começa hoje.

- O que?

Como assim? Esse cara, é louco?

- Isso mesmo, vamos ter um almoço de negócios, e você me acompanhará - ele dá uma olhada na minha roupa - você está melhor que ontem pelos menos.

- Então...

Ele ergue a mão pedindo que eu pare a pergunta no meio.

- Porque você me pareceu ser sincera.

Ele responde minha pergunta, que era sobre porque ele me contratou. Mas, não sei como ele adivinhou, porque eu só falei então.

- Só?

Pergunto, em busca de elogios.

- Por enquanto.

Dou um sorriso, ele se levanta, e eu me levanto também.

- Vamos, que bom que você aceitou trabalhar aqui.

Não tive escolha..

- Amanhã você traga seus documentos, para que eu faça seu contrato - ele vai até o elevador - bom dia, Angelo.

Aceno e abro um sorriso para o Angelo, que só agora eu descobri o nome dele.

- Continuando, vou te mostrar a sua sala - ele entra na sala dele - deixa eu te apresentar, essa é a sua mesa.

- Fica dentro da sua sala?

Ai, mas que diacho.

- Fica, pra termos mais contato e agilizarmos muitas coisas.

- Que ótimo.

Resmungo, ele me vira para me olhar.

- Gostou?

- Sim.

Minto na maior cara de pau.

- Então, se prepare - ele caminha até a mesa dele, e pega uma agenda, e um celular - aqui isso é seu, é só para trabalho, então só use no trabalho - ele dá uma pausa - se eu quiser falar com você fora do expediente eu ligo no seu número normal.

- Tudo bem.

O que será que ele ia querer comigo fora do expediente? Era só que me faltava, ter que trabalhar vinte e quatro horas por dia.

- Está pronta?

Ele pergunta, e me encara.

- Pra que?

- Para o almoço.

Dou um suspiro.

- Sim.

Ele dá uma risadinha.

- Sugiro, que retoque esse batom.

- mas..

Ele me mostra a porta do banheiro da mão, e eu solto um suspiro cansado, e vou para o mesmo. Dou uma olhada no espelho, e queria entender como eu consegui borrar o meu batom. Saio da sala, ele me espera.

- Bem melhor.

Dou um sorriso para ele, que retribui, e vamos em direção ao - julgo ser o - seu carro.



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