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Eu entrava as sete horas na escola.

E, acordava todos os dias as cinco e meia.

Mas, eu sempre acordava com um cheirinho gostoso de café no ar, e muitos barulhos de panelas, mas hoje eu acordei sem meu cheirinho de café, e sem os barulhos da panela.

Estranho.

Miguel sempre acordava antes de mim.

Me espreguiço na cama, abro a porta do meu quarto e vou para o banheiro, no corredor eu escuto uma conversa, a essa hora da manhã? não é possível, saio do banheiro, e finjo que abri e fechei a porta do meu quarto.

E, caminho em silêncio para ouvir a conversa.

Ué, parecia que o Miguel estava brigando com alguém.

E, eu estava curiosa também.

Fico em silêncio.

- Não, eu já disse que eu quero desse jeito, é vai ser desse jeito - Miguel diz sério - não, eu comprei, e vai ser meu, temos que entrar em uma acordo, então.

Silêncio.

- Já disse que não me interessa o que você acha, Heitor.

Heitor, é um chiclete.

Só ele que ligaria para alguém nesse horário.

- Não, eu já comprei - silêncio - comprei com o seu pai, e isso não diz a respeito a você, a faça me o favor, vou desligar, resolvemos isso depois.

E, acabou.

Mas, eu quero mais.

Não que eu sou a favor de briga.

Mas, eu queria saber o porque deles estarem brigando.

Abro a porta de mentirinha, e caminho para a cozinha.

- Oi.

Eu digo, e me sento em um banquinho.

- Oi.

Só isso, ótimo, vamos começar o dia mal.

- Tá tudo bem?

Pergunto.

Enquanto, ele olha algo fixamente no celular.

E, não me responde.

Eu podia ir pegar um pacote de bolacha, e ir para meu quarto.

Mas, não faço isso.

Eu me levanto, e sento ao lado de Miguel.

Ele nem olha para o lado, ele coloca seu celular no ouvido.

Ia falar com alguém.

Ele está olhando para frente, e parece estar impaciente.

Eu me aproximo dele, e selo meus lábios no dele.

- Ayla, não.

Passo meu rosto no dele, e selo meus lábios no dele de novo.

- Ayla, não - ele afirma, afastando seu rosto de mim - agora não, depois.

Uma vez a gente tenta de novo, mas na segunda, eu desisto, eu faço que sim com a cabeça, e me levanto.

- Ayla - eu nego, ao mesmo tempo que: - alô.

Pisco para ele.

E, vou para o meu quarto.

E, tranco a porta.

Coloco uma calça jeans, e a camiseta que a escola falava que tínhamos que usar, pego uma das minhas sapatilhas.

Pego minha mochila com meu material, e vou no banheiro só para arrumar meu cabelo e escovar meus dentes.

Pronta para isso?Onde histórias criam vida. Descubra agora