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Como vocês já sabem, eu passei a noite no apartamento do ruivo, e mesmo com todos os pesadelos que eu tive durante a noite, eu consegui dormir bem. Eu estava seguro, e isso era um motivo para deitar a minha cabeça no travesseiro, e dormir sem ter medo de acordar no dia seguinte.

No outro dia em que acordei, me sentei na cama, esticando os meus braços para cima, me espreguiçando. Peguei o meu que estava em cima do criado-mudo, para ver se tinha alguma mensagem, mas a única que tinha era de Chanyeol, que disse que tinha que sair para comprar algumas coisas.

Coloquei os meus pés para fora da cama, procurando pelos meus chinelos, mas então eu lembrei que não estava mas em casa. Fui até o banheiro do quarto, ligando a luz do mesmo, e me encarando no espelho ─ que estava um pouquinho sujo ─ encontrando um Baekhyun diferente do qual eu costumava ver. Meu rosto ainda estava marcado pela mão do meu pai, mas não estava tão vermelho. Levantei a manga do meu pijama, podendo ver as manchas vermelhas do seu cinto.

─ Está doendo? ─ Dei um pulo para trás assim que ouvi a voz do outro, olhei para ele pelo reflexo do espelho, e este estava me encarando de volta.

─ Um pouco ─ Abri um sorriso triste, passando as mãos por meus braços, e então engoli em seco. ─ Mas nada que eu não possa suportar

─ Eu comprei algumas coisas pra ajudar você com o almoço ─ Apontou para o outro lado. ─ Também comprei uma pomada ótima, você quer?

─ Sim, por favor

Chanyeol foi comigo até a sala de estar, e me pediu para sentar no sofá, enquanto pegava a pomada, e eu o fiz. Ele também não demorou muito para voltar com a pomada, logo se sentando ao meu lado no sofá, me pedindo pra retirar a manga do pijama, porque ele iria passar. Soltei um longe suspiro, e o obedeci, logo sentindo algo gelado em meu braço começar a se espalhar.

─ Você sabe que pode denunciar o seu pai para a polícia, não é? ─ Falou enquanto ainda passava a pomada em meu braço.

─ Não, eu não posso.

─ Mas por que você não pode? ─ Pegou um pano, e limpou os seus dedos, colocando o mesmo em cima da mesinha de centro.

─ Mesmo ele tendo feito isso tudo comigo ─ Suspirei, encostando minhas costas no sofá. ─ A minha mãe o ama, e eu não quero magoá-la

Mesmo que a minha mãe tivesse aquela pose de mulher séria e fria, ela sempre me amou, eu sempre soube disso. Eu também sempre me perguntava o que a minha mãe viu naquele homem, mas ela me contou ele nem sempre foi daquele jeito, o dinheiro subiu a cabeça dele.

─ Se ele tentar fazer algo contra você de novo eu juro que...

─ Você não vai jurar nada ─ O interrompi, fazendo-o me olhar. Engoli em seco, olhando nos olhos dele. ─ Porque eu não quero que ele faça algo a você também

Chanyeol encarou e eu logo percebi o seu olhar descendo para a minha boca. Seu rosto se aproximou lentamente do meu, e então eu pude sentir a sua respiração bater contra o meu rosto, me fazendo perceber que ele estava perto até demais de mim. Seu nariz encostou em minha bochecha, e seguiu até encontrar com o meu, e não demorou muito para sentir os seus lábios se juntando aos meus.

Eu nunca havia beijado alguém antes em toda a minha vida, e eu admito que estava nervoso, e com medo que o meu primeiro beijo fosse horrível. Mas não foi, até porque foi com ele.

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