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Depois que eu finalmente contei tudo para o ruivo, ele acabou me enchendo de perguntas, me fazendo ainda mais arrependido de ter-lhe contado. Ele disse que eu não poderia mais ficar no mesmo teto que um agressor, mas, para todos os efeitos ele ainds era o meu pai, e eu ainda sou totalmente dependente dele. Nós passamos o intervalo praticamente todo conversando, mas quando acabou, ele teve que ir para a sua aula de violão.

A minha quarta aula havia começado, e eu estava totalmente sozinho sem ninguém que eu conheço. Senti alguém cutucar o meu ombro, e então virei o meu rosto para trás, e um garoto me entregou um bilhete, que estava escrito o meu nome mais o de Luhan, com ─ uma tentativa ─ de desenhar dois veados. Coloquei o papel dentro do meu caderno, tentando focar a minha concentração na aula.

Depois que o fim da minha última aula acabou, eu sabia que precisava ir direto para o carro, pois o meu motorista disse que eram ordens do meu pai, da escola para casa. Eu não esperei mais, apenas coloquei a mochila em minhas costas, e fui em direção para fora da escola, indo em direção ao carro, e assim que cheguei, entrei dentro do mesmo.


O motorista não demorou muito para entrar dentro do carro e dar partida no mesmo. Eu sentia o seu olhar em mim pelo retrovisor, engoli em seco.

─ Quer perguntar alguma coisa?

Assim que ouviu a minha voz, ele olhou para frente novamente, apertando mais seus dedos contra o volante, limpou a sua voz, e me olhou de novo assim que parou no sinal.

─ Você sabe que eu sigo as ordens do seu pai não é? ─ Respirei fundo, ainda com meu olhar fixado nas minhas mãos juntas em meu colo. ─ Mas dessa vez eu vou precisar quebrar uma delas

Levantei meu olhar para a janela, encontrando Chanyeol do lado de fora, com uma mochila em suas costas. Olhei rapidamente para o meu motorista, que abriu um sorriso para mim, e assentiu. Abri a porta do carro, e peguei a minha mochila, saindo do mesmo. Não demorando muito para que ele seguisse para longe dali.

─ O que tá’ acontecendo? ─ Abri um sorriso, olhando para ele, que ainda estava me encarando.

─ Eu não posso deixar que você volte pra de baixo do mesmo teto que um agressor, não seria eu ─ Entregou a mochila que estava seus ombros. Assim que abri a mesma, encontrei roupas minhas, com um bilhete em cima deles

"Desculpe não ter ajudado antes, mas eu não posso deixar o meu único filho sofrer desse jeito. Esse garoto irá cuidar de você, eu amo você, Baekhyun."

Eu reconheceria aquela caligrafia em meio de muitas outras: era a da minha mãe. Eu não estava surpreso por ser ela, eu sábia que mesmo tendo aquela postura séria, ela era mãe, e mães sempre tentam proteger os seus filhos de qualquer jeito.

Coloquei a minha mão em frente a minha boca, sentindo as lágrimas ─ que já começaram a ser constantes na minha vida ─ caírem novamente dos meus olhos. Abri um sorriso, levando meu olhar até o ruivo, que também estava sorrindo.

Ela me disse para cuidar do filho dela, e eu vou fazer isso ─ Colocou seu braço envolta por cima dos meus ombros, me levando até a sua moto. ─ Você vai ficar um tempo na minha casa, até ela arrumar um apartamento pra você. Tudo bem com isso?

─ S-sim, claro ─ Acabei gaguejando, passei meus dedos em minhas bochechas, limpando os resquícios das lágrimas.

rs

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