[0.37]

5.5K 894 622
                                    

─ Você canta muito, eu já disse isso hoje? ─ Kyungsoo se levantou da cadeira, começando a bater palmas para mim.

Olhei para os lados completamente envergonhado, vendo se tinha alguém ─ além do ruivo ─ nos encarando, mas graças a deus não. Dei um leve tapa em sua mão, e o mandei sentar. Coloquei um pouco do meu cabelo para trás, pegando a garrafa de cerveja em cima da mesa, e dando um gole da mesma.

─ Eu poderia ter cantado melhor ─ Abri  um sorriso triste, ainda segurando a garrafa da cerveja em minhas mãos. Ele deu um tapa em minha cabeça, me fazendo olhá-lo incrédulo. ─ Ai, por que fez isso?

─ Se você vier com isso de dizer que não canta bem de novo eu bato em você de novo ─ Deu um gole da sua cerveja, me encarando com um olhar mortal.

─ Hyung folgado...

A nossa atenção foi direcionada ao pequeno palco a nossa frente, e então os meus olhos se arregalaram ao ver o ruivo sentado em cima do banco, com o microfone em suas mãos. Kyungsoo olhou para mim também com os seus olhos arregalados, e então engoli em seco, voltando a olhar para o palco.

Chanyeol estava evidentemente nervoso em estar ali, ele era praticamente igual a mim; tinha vergonha de fazer as coisas na frente de outras pessoas, e eu nunca tinha o visto cantar antes. Ele não teve mais a chance de desistir, a música já tinha começado, e alguns segundos depois, ele começou a cantar.

Eu era um mentiroso
Cedi ao fogo
Eu deveria ter enfrentado
Pelo menos estou sendo honesto

Me sinto um fracasso
Pois eu sei que falhei com você
Eu deveria ter te tratado melhor
Pois você não quer um mentiroso

Eu não mereço
Sei que não mereço
Mas fique comigo por um minuto
Juro que farei valer a pena...

Me levantei da cadeira em que estava sentado, e disse ao outro que precisava ir ao banheiro. Ao chegar lá, fui em direção a uma das cabines, fechando a mesma pela fechadura. Abaixei a tampa da privada, me sentando em cima da mesma, coloquei as minhas mãos em meus cabelos, os puxando para trás com uma certa força.

Eu novamente estava chorando pelo outro, eu estava quebrando a promessa que tinha feito para mim mesmo. Mas era inevitável não chorar ao lembrar dele, ele foi a melhor e a pior coisa que já aconteceu em minha vida, e eu tinha o perdido.

Dei um leve pulo para trás assim que ouvi a porta do banheiro ser aberta, coloquei a mão na frente da minha boca, impedindo que os meus soluços ficassem altos demais. O banheiro estava em completo silêncio, até que ouvi três batidas na porta da minha cabine.

─ Está ocupado ─ Disse enquanto limpava os resquícios de lágrimas em minhas bochechas.

─ Eu sei que está ─ Arregalei os meus olhos ao ouvir a voz do ruivo. ─ Mas, eu posso falar com você?

─ Você pode falar daí mesmo, eu escuto com os meus ouvidos

─ Nossa, tudo bem ─ Vi seus pés pararem na frente da minha cabine. ─ A música que eu acabei de cantar, era pra você, e você sabe disso ─ Assenti, mesmo sabendo que ele não estava vendo. ─ Eu sei que eu não mereço nem que você me escute, mas por favor, eu preciso ser aquele que vai te leva pra casa, pelo menos uma última vez

Eu não o respondi, apenas fiquei encarando os seus pés em baixo da porta da cabine. Os únicos sons que se podia ouvir eram das músicas do lado de fora do banheiro, e das pessoas conversando.

Em uma coisa ele estava certo; ele não merecia que eu o escutasse, nem mesmo em me ver. Eu sei que deveria ouvir o que ele tem a me dizer, existe dois lados da história, e eu só vi um deles. Mas eu não consigo mas acreditar em nada que ele diga, e se ele estiver novamente tentando me conquistar para me largar depois?

─ E-eu não sei... ─ E então eu comecei a chorar mais uma vez. Coloquei a mão na frente da boca, fechando os olhos com força.

─ Abre a porta, por favor ─ E eu não hesitei em fazer o que ele me pediu.

Assim que a porta da cabine se abriu, ele entrou dentro da mesma, e se agachou em minha frente, me puxando para um abraço. Envolvi os meus braços em volta de seu pescoço, e então coloquei o meu rosto na curvatura do mesmo. Ele colocou seus braços envolta de minha cintura, me apertando.

─ Fica comigo hoje a noite? ─ Sussurrou perto do meu ouvido, me fazendo arrepiar. ─ Eu prometo fazer valer a pena

 ─ Eu prometo fazer valer a pena

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

eu sou muito mal grrr

delicateOnde histórias criam vida. Descubra agora