Tomás narrando
— Nossa. Todo engomado. Vai começar a caçar essa hora? Nem são 11 da manhã ainda. - Edgar falava me olhando sarcástico.
— Hoje vai ser um dia especial, então preciso de uma roupa legal.
— Vai se encontrar com a Cintia?
— Não. - ele me olhou espantado.
— Meu Deus filho, você está lindo demais. - minha mãe disse assim que entrou na sala.
— Gente, desde quando uma das minhas blusas rasgadas, jaqueta de couro preta, calça jeans e botas são "vocês está bem arrumado"? Me visto assim sempre.
— Mas é que você está com um jeito diferente. Vai encontrar alguém? - minha mãe disse desconfiada.
— Vou. - respondi feliz tomando um pouco de café.
— Não é Cintia certo?
— Eu não vou esconder o jogo para vocês ok? Eu vou me encontrar com a irmã da Cintia.
— Seu animal cafajeste. Passando o rodo nas duas é? - Edgar falou rindo.
— É cedo demais para eu falar o que está acontecendo. - Edgar ficou sério e me olhou preocupado. — Eu vou trazer ela aqui na hora do almoço, então... Seria legal se você estivesse. É importante para mim.
— O que está acontecendo? - Edgar me perguntou preocupado.
— Também quero saber. - minha mãe disse um pouco desesperada.
— Eu juro que explico tudo ainda hoje. Espero que me apoiem também. - falei sério.
— Está me deixando preocupada. - minha mãe falava nervosa. Aproximei-me dela e segurei suas mãos.
— Vai ficar tudo bem. - beijei sua testa — Eu tenho que ir. Encontro vocês aqui, mais tarde.
Peguei minha moto, e parti para a casa da Bete na maior velocidade. Quando cheguei, encostei a moto na calçada e bati na porta. Bete abriu, e deu um sorriso ao me ver.
— Bom dia querido. - ela me abraçou, e me deu passagem. Foi quando vi Carla sentada no sofá, linda e fofa como sempre, fazendo carinho na cabeça de Sammy. Abracei Vivian e sentei-me ao lado da Carla, colocando meu braço em seus ombros e lhe dando um beijo no rosto. Ela riu daquele jeito que eu simplesmente amo e me abraçou.
— Tudo bem com você? -perguntei bem perto do rosto dela.
— Sim e você? - ela perguntou rindo.
— Bem também. Vamos?
— Vamos.
Nos levantamos, e peguei sua mão. Guiei-a até lá fora, e logo atrás veio Bete e Vivian conversando, enquanto Sammy ficou deitado na sala. Coloquei o capacete na Carla, e depois coloquei o meu.
— Você tá bem? - perguntei para ela, que juntou as mãos uma na outra. Ela parecia preocupada.
— Não. - respondeu rindo.
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O amor é cego
Teen FictionAos 14 anos Carla perdeu a visão. E após isso sua família se distanciou e a vida perdeu sentido pra ela. Até encontrar Tomás, um baterista de uma banda muito popular, o problema é que o encontro só foi possível por conta de sua irmã, uma garota rud...