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Tomás narrando

— Bom dia. - acordei sorridente e sentando-me a mesa.

— Bom dia. - minha mãe e meu irmão responderam juntos.

— Vai visitar a Carla? - Edgar perguntou.

— Vou sim. - falei tomando um gole do café que minha mãe botara na mesa.

— Traga aqui em casa de novo Tomás. Quero passar mais tempo com a minha nora. - minha mãe sentou-se, e começou a rir. — Já fez o pedido a ela?

— Ainda não. Mas farei esse mês.

Meu celular tocou em seguida.

— Alô?

— Tomás? É a Vivian. - sua voz estava tremula. — Precisa vir agora.

— Aconteceu alguma coisa? - perguntei nervoso.

— Cintia cortou o cabelo da Carla enquanto ela estava dormindo, deu um tapa no rosto dela e nos ameaçou com uma arma. Tomás eu estou muito preocupada com o que pode acontecer á Carla enquanto estiver ausente.

— Vivian, calma que eu já to chegando. - falei, e minha mãe olhou-me espantada. Desliguei o celular e levantei-me.

— O que foi? - minha mãe perguntou preocupada.

— A Cintia... - não consegui terminar e sai correndo até a garagem. Peguei o carro, e fui direto para a casa da Carla. Toquei a campainha e Vivian aparentava estar mais calma.

— Graças a Deus. - ela disse me olhando.

— Vocês estão bem? Cadê a Carla?- perguntei preocupado.

— Ela está sentada no chão do banheiro do quarto, e não para de chorar.

Subi as escadas correndo, e Vivian veio logo atrás. Quando entrei, me assustei ao deparar-me com Carla chorando no chão do banheiro, abraçando suas pernas e encostada na parede.

Me aproximei devagar e abaixei-me a sua altura. Ela sentiu a minha presença e estendeu um pouco o braço, e a toquei. Ela chorou de maneira angustiante, e a puxei para perto de mim abraçando-a.

Encostei-me na parede, e a coloquei em meu colo. Ela chorava baixo, mas ainda sim era desesperador. Seus cabelos estavam pegando um pouco abaixo da linha do ombro, e em alguns lugares ele estava visivelmente curto.

Queria ser forte, mas quando dei por mim algumas lágrimas já caiam pelo meu rosto.

Ficamos tempo suficiente ali, até Carla se acalmar. Logo, ela parou de chorar e ficou em silencio. Vivian apareceu na porta, mas não estava sozinha. Uma menina muito parecida com ela a acompanhava.

— Carla, eu quero que conheça a minha filha Vitória. Ela é cabelereira e vai ajeitar esse estrago que a Cintia fez.

Carla se ergueu ainda no meu colo, e levantou-se ainda em silencio. Me levantei junto a ela, e coloquei o braço em volta dos seus ombros. Estava totalmente abatida. A guiei até Vitória, que tocou a mão da Carla.

— Oi Carla. Não precisa ter medo tá? Eu vou arrumar isso em alguns minutos. - Vitória disse sorrindo, e Carla apenas assentiu.

A coloquei sentada na cadeira do banheiro, e fiquei em pé ao seu lado.

Vitória era meio engraçada. Ela parecia ser meio doidinha.

— Nossa Carla, esse é seu namorado? - ela disse, e Carla que estava sem expressão alguma em seu rosto começou a rir.

— Eu não sei. - ela respondeu baixo.

— UM BOFE DESSE E NÃO SABE SE É SEU NAMORADO? Ele é amiga. Pode ter certeza que se ainda não é, vai ser. - Carla começou a rir e por consequência, eu também. — Qual seu nome? - Vitória me perguntou.

O amor é cegoOnde histórias criam vida. Descubra agora