Carla narrando
— Ele quase me beijou. - disse completamente feliz, me sentando no sofá.
— Sério? Meu Deus. Ele gosta mesmo de você querida. - Vivian falou sentando-se ao meu lado.
— Ele também disse que quer me levar pra andar de moto amanhã. - falei.
— O que? Mas e o curso?
— Ai. É mesmo. - disse ficando triste. — Mas eu não posso faltar amanhã? Por favor.
— É Vivian. Vamos lá. - Bete tentava convencer Vivian junto comigo.
— Ai Deus. Tá legal. Mas só amanhã. - abracei Vivian bem forte. Em seguida demos um abraço em conjunto.
— Onde será que ele vai me levar? Vocês fazem ideia? - perguntei.
— Não querida. Ele não nos disse nada. - Bete respondeu em um tom de duvida.
Ficamos conversando mais um pouco e fomos pra casa. Quando chegamos, me sentei á mesa da cozinha, enquanto Vivian preparava o almoço. Fechei os olhos e comecei a lembrar de tudo que ocorreu nessa manhã. Nunca pensei que algum dia iria passar por isso. Lembrei-me do toque da mão dele nas minhas costas. Do momento em que ele começou a beijar o meu pescoço. A sensação de ter os lábios dele nos meus. Nunca senti isso antes. Uma mistura de nervoso com... Desejo. Era algo totalmente novo para mim.
— Carla? Almoço querida. - Vivian tirou-me dos meus devaneios, para almoçamos.
Por fim, a tarde foi bem tranquila. Não consegui me concentrar em nada, pois só pensava nele. Estava muito ansiosa para amanhã, e me arrepiava de lembrar do que quase aconteceu hoje. E se ele quisesse repetir o que fizemos? Bem, não foi tão ruim assim. Para falar a verdade eu quero muito isso.
Logo, meus pais chegaram e Vivian precisou ir. Não demorando muito, Cintia chegou. Fiquei com mais medo que o normal. Aquela voz me fez tremer mas ninguém poderia tirar o que eu estava sentindo.
Não dirigimos a palavra uma a outra, o que foi ótimo. Deitei-me na cama, e dormi com um sorriso estampado em meu rosto.
Na manhã seguinte, acordei totalmente ansiosa. Seria hoje.
— Carla? - Vivian abriu a porta do meu quarto.
— Já acordei. - disse rindo para ela.
— Estou nervosa e feliz por você. - ela disse se aproximando, e sentando-se ao meu lado.
— Eu pensei que não iria conseguir dormir, mas estou bem.
— Cintia não fez nada... Não é?
— Não. Ela nem falou comigo.
— Por que estamos falando nessa cobra? Vá tomar um banho, enquanto eu vejo uma roupa para você.
Caminhei devagar até o banheiro, me despi e entrei no chuveiro. Deixei a água cair no meu corpo, tirando todo cansaço daquela maravilhosa noite de sono. Quando saí, Bete ajudou a me secar, e me deu as roupas.
— Sente-se aqui querida. - ela me conduziu até a cadeira e prendeu meu cabelo em um meio rabo baixo. — Pronto. Está linda.
— Não acha que sou uma menina muito infantil para ele? Eu não tenho muita experiência Vivian.
— Meu bem, ele gosta de você pelo que você é. Se ele não gostasse, não teria tentado te beijar ontem. - ri com o que ela disse, e uma sensação de borboletas no estomago tomou conta de mim. — Mas foi só tentativa Carla? - Vivian disse rindo um pouco desconfiada.
— Ele beijou meu pescoço e passou a mão nas minhas costas se é o que quer saber.
— Olha... Eu acho bom ele cuidar de você. Sou capaz de acabar com raça dele. Mas eu creio que vai ficar tudo bem futuramente.
— A Bete disse que estou apaixonada por ele.
— E está mesmo. - comecei a rir, e fomos para cozinha.
Após terminarmos de tomar o café, escovei meus dentes e fiquei na sala esperando Vivian fechar as janelas. Refleti durante um tempo. Será mesmo que estou fazendo a coisa certa? E se eu me desapontar com ele?
— Vamos? - Vivian disse na minha frente. Levantei-me e dei o braço a ela. — Vai ser maravilhoso. - ela disse abraçando-me de lado.
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O amor é cego
TienerfictieAos 14 anos Carla perdeu a visão. E após isso sua família se distanciou e a vida perdeu sentido pra ela. Até encontrar Tomás, um baterista de uma banda muito popular, o problema é que o encontro só foi possível por conta de sua irmã, uma garota rud...