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Tomás narrando

Essa manhã, Arthur me ligou para falar das investigações. Durante uma hora conversamos e chegamos a conclusão de que ficar aqui é perigoso, não só para mim, mas também para a Carla.

Ele tentou me convencer a sair com a Carla do país, enquanto ocorriam as operações. Me daria as coordenadas de quando sair dos Estados Unidos com ela.

Então, resolvi contar tudo o que está acontecendo para a Carla, tirando a parte de sair do país. Esse eu já sabia como iria resolver.

— Então, a minha irmã é um tipo de psicopata?

— Sim. O hospital garantiu que ela tem problemas mentais.

— Se você já acionou a policia, prevejo que a Cintia será presa e meus pais também.

— Sim. E você vai ser livre para fazer o que quiser. - falei tentando anima-la.

— Não Tomás. Eu sou cega e as autoridades me vêm como dependente de alguém e eles provavelmente vão me mandar morar com meu avô na Inglaterra.

— E você quer ir?

— Não! Eu não quero deixar a Bete, a Vivian... - ela deu uma pausa e respirou fundo. — E você. - olhei para o seu rosto onde algumas lágrimas se formavam.

— Não chora, linda. Eu não vou deixar que te levem!

— Não tem como. Eu quero ficar. Não posso ficar longe de você. - ela disse deixando algumas lágrimas caírem.

Limpei suas lágrimas e trouxe seu rosto para se encontrar com o meu. Dei-lhe um selinho rápido, e encostei nossas testas.

— Eu não vou te deixar. - falei para ela, que me deu outro beijo.

Ficamos trocando beijos e abraços, até eu ir para casa.

— Podemos nos casar no final do ano, e passar a lua de mel em Madri

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— Podemos nos casar no final do ano, e passar a lua de mel em Madri. O que acha? - Cintia tagarelava enquanto eu estava deitado na cama olhando para o teto. Senti seu corpo repousar sobre o meu, e ela olhava para mim. A encarava sério. Odiava essa mulher com todas as minhas forças.

Ela começou a rebolar sobre mim, mas a empurrei em seguida.

— Não quero. Para de forçar. - falei ríspido.

— Para de se fazer de difícil Tomás. Uma hora vai ter que aceitar os fatos.

— Me deixe em paz. Já falei que se é dinheiro que você quer, eu posso te dar. Mas nos deixe em paz.

— Nos?

— Isso ai. Esse "nos deixe", inclui a minha família e a sua também. - ela aproximou-se de mim e cheirou meu pescoço rapidamente.

— Quando você diz minha família, está se referindo a cega não é? - não respondi. Ela deu um beijo no meu rosto. — Eu tenho que ir. Nos vemos amanhã. - Cintia pegou suas coisas e se foi.

Fiquei pensativo pelo fato de Cintia ter mencionado a Carla. Ela me cheira do nada, e diz isso? Não. Eu nem estou com a mesma roupa que me encontrei com a Carla. Mas será possível que até com isso eu teria que me preocupar? Com o cheiro dela nas minhas roupas?

O amor é cegoOnde histórias criam vida. Descubra agora