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Tomás narrando

Minha língua pediu passagem em sua boca e a mesma cedeu. Tê-la era quase que uma necessidade diária.
Precisava dela e nesses momentos não era só a vontade de me satisfazer, mas principalmente satisfazer a Carla. E por mais que não fosse aquele sexo onde realizava meus fetiches, assim como fazia antes com outras mulheres, era algo mais verdadeiro que me deixava realizado depois.
Levantei sua blusa e joguei-a no chão. Depois toquei um de seus pequenos seios e firmei minha mão em suas costas, me deitando sobre ela. Voltei a beija-la com vontade e ela voltou a arranhar minhas costas. Algumas vezes ela arranhava minha nuca e puxava meus cabelos.
Depois daquele momento que tivemos na banheira, não a toquei daquela forma quando transamos depois. Mas precisava saber se a mesma aceitaria que eu fizesse aquilo de novo, pra logo pular pra outras etapas.
Desci minha mão devagar pela lateral do seu corpo, passando para sua barriga e indo até sua intimidade coberta pela calcinha. Carla gemeu sufocante e arqueou o corpo.
Tomei seus lábios novamente e levei minha mão para dentro de sua calcinha, tocando-a devagar. Ela se contorceu e fiz movimentos circulares durante um tempo.

— Tomás... - penetrei dois dedos nela, que gritou e apertou as minhas costas. Movimentei-os lentamente e ela se erguia para tentar ter um contato maior com o meu corpo.

Logo, estávamos como um só. As vezes ia devagar e outras horas um pouco mais rápido. Mas ainda assim não tão forte, pois aquele instinto protetor que tinha por ela era muito grande.
Não sei como ela conseguiu, mas Carla me empurrou e ficou por cima de mim. Ela não podia me olhar nos olhos, mas a forma como me tocava compensava tudo.
Coloquei minhas mãos em sua cintura e ela colocou suas mãos por cima das minhas. Carla começou a se movimentar lentamente sobre mim e fechei os olhos. Tornei abri-los e a vi contendo-se para que eu chegasse ao meu ápice. Me deixei levar e a mesma também, até que paramos totalmente cansados e suados. Ela deitou-se sobre o meu peito e a abracei.

— Olha... - falei recuperando o folego. –Isso fica cada vez melhor. - ela sorriu e escorregou para o lado.

— Nunca pensei que faria isso. De verdade. - ela fechou os olhos. – É tudo novo, estranho, engraçado e... - ela hesitou.

— E? - perguntei me virando de lado pra olha-la.

— E gostoso. - ela abriu os olhos e gargalhou. – Agora o senhor vai me contar tudo.

— Tem coisa que não vale a pena lembrar. - toquei seu rosto.

— Mas estamos casados. Preciso que seja sincero e não me esconda nada. Assim não escondo nada de você também.

— Então, me conte algo que eu não saiba.

— Não fiz muitas coisas nessa vida sabe? Mas, me lembro de ter beijado alguém no jardim da infância...

— Tô com ciúme. - falei com uma voz chateada só pra mexer com ela.

— Para. - ela riu e tateou o meu peito, dando um tapa em seguida. – Olha, foi coisa de criança.

— Que mais?

— Bem... O instrutor da minha sala perguntou se eu queria sair com ele uma vez e disse que não podia. Mas a realidade toda era que não sai com ele, porque já te conhecia.

— Faz tempo isso? - fiquei um pouco desconfiado, mas acho que era palhaçada.

— Não muito. - ela disse. — Só achei estranho, pois ele nunca disse isso.

— Estranho mesmo... Mas acho que não deve ser nada de mais. Afinal, você é linda e qualquer um iria querer ficar com você. Mas, eu fui mais esperto.

— Palmas para Tomás. - ela riu e começou a bater palmas. Ri com ela. –Agora me fala.

Respirei fundo. Ia começar a desenterrar uma parte do meu passado que odiava.

— Quando eu era mais novo, costumava a fazer umas merdas por ai. Umas não. Várias. Roubava, me drogava...

— Sério? - ela virou o corpo em direção a minha voz.

— É... Fiz muita coisa que não devia e deixava minha mãe de cabelo em pé. Então, Edgar me estendeu a mão e me ajudou a recomeçar. Formamos a banda e sigo assim desde então. Acho que se não fosse por ele nem estaria mais aqui sabe? E se estivesse, provavelmente estaria preso. - respirei fundo. Era muita coisa que eu não havia contado a ela. – Depois de um tempo, tornei a mexer com drogas de novo. Não precisava roubar, pois agora tinha dinheiro pra sustentar o vício e tal. Então, bebia e me drogava. Não era sempre, mas fazia isso. - seu rosto era um misto de tristeza e preocupação. — Várias vezes me metia em confusão e era detido. Algumas vezes todos ficavam sabendo e outras não. Era ai que o Artur entrava. - respirei fundo. Nem o meu passado de pegador era tão terrível quanto esse. Se tivesse ficado só nas mulheres era o de menos. Mas queria sempre algo mais perigoso.

— Mas você ainda usa? - ela perguntou preocupada.

— Não. Procurei ajuda e me tratei. Já tô limpo a um tempo. - ela suspirou e tateou o meu braço, até chegar no meu rosto.

— Tomás... Me prometa que não vai voltar a fazer isso de novo. Não posso viver sem você. - ela falou preocupada. Quase chorando.

— Não tenho mais porque fazer isso. - toquei seu rosto fino e a puxei pra mais perto. – Tenho você agora. É só prometer que será sempre minha. Só preciso de você comigo. - ela sorriu e acariciou o meu rosto.

— Sempre vou estar aqui meu amor. - Carla sorriu e a abracei. – Agora... –Ela se soltou do abraço e espreguiçou-se. –Vamos comer. - ela se sentou na cama e ficou de costas pra mim. – A não ser que esteja com fome de outra coisa. - ela disse cínica, pronta pra se levantar.
— A segunda opção é maravilhosa, mas a primeira também é tentadora. Logo, podemos fazer algo pra comer e depois... - a puxei e ela deu um gritinho, rindo. – Eu cuido do outro apetite.

— Esse seu apetite é muito grande não é?

— Você não faz ideia.

O amor é cegoOnde histórias criam vida. Descubra agora