Carla narrando
— Adorei o dia. - falei enquanto estava sentada entre as pernas de Tomás e encostada em seu corpo, na varanda da casa. Sentia o cheiro forte de café na caneca que estava em suas mãos. Aquele cheiro viciava. Era a mistura do café com o cheiro dele mesmo. Sentia-me segura quando estava perto dele. É como se ninguém pudesse me fazer nada.
— Também adorei o dia. Adorei até mesmo aquele golfinho engraçadinho que tacou água na minha cara. - ri e encostei a cabeça em seu ombro.
— Mas sinto falta de L.A. as vezes. –falei um pouco pra baixo.
— Também sinto Carla. Mas não podemos voltar agora. Não sabemos o que a Cintia pode estar tramando.
— Eu sei. - respirei fundo.
— Você não está gostando de ficar aqui comigo? - ele falou meio chateado.
— Não é nada disso meu amor. - virei devagar pra tentar encontrar o rosto dele. – Ficar aqui com você está sendo a coisa mais incrível que já me aconteceu. Você é a coisa mais importante que me aconteceu.
— Você também foi a coisa mais importante que me aconteceu. - sorri tímida e ele beijou a minha bochecha. –Mas entendo o que você quer dizer. Além do pessoal, sinto falta da minha bateria.
— Viu só? E ainda nem ouvi você tocando só pra mim, não fui a um show de vocês.
— Quando tudo acabar farei isso que prometi. - ele riu e me levantei devagar. – Vai aonde?
— Tomar um banho.
Já conhecia mais ou menos a casa. Mesmo que eu não possa ver, a minha percepção era alta, o que permitiu que me virasse sozinha durante todo esse tempo. Claro. Também não posso me esquecer do Sammy que é e sempre será meu fiel escudeiro.
Tateei a área perto da banheira e abri a torneira. Sentei-me na borda, esperando a banheira encher. Tinha certeza de que logo Tomás apareceria.
Quando a banheira estava cheia, levantei-me e tirei a roupa, colocando-a em qualquer lugar e entrei. Relaxei durante uns cinco minutos, até que ouvi outro barulho de roupa caindo no chão. Sorri involuntariamente e só o senti recostar o corpo sobre o meu.
— Por que não estou surpresa? - o abracei e ele riu.
— Sabe que não resisto não é? - fiquei fazendo carinho em seu pescoço. – Quer saber? Vamos trocar de lugar.
Em um movimento rápido, estava sentada de costas pra ele. Encostei meu corpo no seu e ficamos em silêncio por um bom tempo. Mas não era algo que incomodasse. Era um silêncio bom.
Mesmo com aquele dia na praia, as vezes, ainda tinha um pouco de vergonha de ficar perto dele assim. Mas era coisa passageira. Ele não me forçava a fazer nada que eu não quisesse. Mas estava disposta a tentar coisas novas, não muito estranhas a princípio.
Tomás começou a massagear minhas costas, o que me deixou mais relaxada ainda. Fechei os olhos e senti a ponta do seu nariz passar de leve nas minhas costas. Depois senti o mesmo fazer uma trilha de beijos até a minha nuca e suas mãos passaram de leve na minha barriga.
Encostei novamente meu corpo no dele e comecei a respirar um pouco mais rápido. Senti meu corpo ficar cada vez mais quente com os toques dele, que agora se concentravam na minha barriga e no meu pescoço. Sua mão desceu para o meu colo e foi para um dos meus seios. Gemi baixo e encostei minha cabeça em seu ombro, fechando os olhos.
Tomás começou a beijar a minha orelha e o meu pescoço, e dava leves mordidas nos mesmos. O toque dele parecia fogo no meu corpo e gemi por senti-lo tão preciso. Respirei fundo várias vezes para tentar me controlar, mas assim como nas outras vezes, era impossível.
Sua mão que acariciava minha barriga desceu calmamente até o meu ponto de prazer que estava se contraindo por conta dos toques dele e gemi audivelmente assim que sua mão parou em minha intimidade.
Tudo bem. Isso era novidade, porque ele não tocara lá até agora. Todas aquelas sensações da minha primeira vez voltaram e o nervosismo, sentimento esse que pensei ter desaparecido, voltou.
— Se você não quiser, eu paro. - ele falou calmo no meu ouvido e parou de acariciar meus seios, ficando imóvel.
Mordi meu lábio inferior e pensei durante alguns segundos no que ele iria fazer e se aquilo seria bom.
— Eu quero. - falei baixo e ele pode ter certeza de que na minha voz havia vergonha e nervosismo.
— Relaxa. - ele falou mais uma vez ao meu ouvido e suas mãos voltaram a acariciar meu seio.
Fechei meus olhos e tentei relaxar, mas estava cada vez mais difícil. Sua mão que estava na minha intimidade, começou a fazer movimentos circulares em meu clitóris, o que me levou a gemer alto e arquear um pouco o corpo.
Tomás voltou a beijar o meu pescoço e intensificou os movimentos no meu ponto, o que me fez quase gritar. Senti seus dedos pararem e respirei, fechando fortemente os meus olhos. Quando dei por mim, senti dois dedos me invadirem e joguei mais ainda minha cabeça pra trás. Seu polegar massageava meu clitóris e isso quase me fez amolecer em seus braços, por conta do misto de sensações novas e um tanto estranhas.
Ele intensificou mais os movimentos beijando meu pescoço, seguido por alguns chupões que não eram tão fortes. Foi então que senti me desfazer em seus dedos com um gemido longo.
Recostei em seu corpo, totalmente exausta. Fiquei um pouco quieta pensando sobre isso. Foi estranho, mas bom ao mesmo tempo.
— Tão séria. - ele deu um beijo no meu rosto e puxou-me para o seu colo, onde me sentei de lado. – Eu te machuquei?
— Não. - falei calma e respirei fundo.
— Tudo bem?
— Acho que sim. - ri sem graça. – Foi... Diferente.
— Diferente bom ou ruim?
— Diferente bom. - ri e o abracei. – Eu te amo.
— Também te amo. - Tomás passou a mão nas minhas costas. – Muito. - ri baixinho, perto de seu pescoço e distribui beijos ali.
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O amor é cego
Teen FictionAos 14 anos Carla perdeu a visão. E após isso sua família se distanciou e a vida perdeu sentido pra ela. Até encontrar Tomás, um baterista de uma banda muito popular, o problema é que o encontro só foi possível por conta de sua irmã, uma garota rud...