Primeiro olhar

Capítulo 25

Um pouco de caminhada e mais a frente uma caverna com um grande e lindo lago, com câmeras e cilindros, nadamos e mergulhamos conhecendo os túneis aquáticos até chegarmos em uma bela cachoeira. O lugar é tão lindo que somos obrigados a tirar algumas fotos para recordar esse momento mágico .
Conhecemos mais algumas cavernas, exploramos algumas trilhas...

Paramos para um lanche aqui mesmo no parque, algo leve para poder continuar nossa aventura a tarde. Os olhares das outras mulheres para João estava me incomodando, João percebia mas não deixava transparecer nenhum tipo de interesse, pelo contrário, ele me abraça e me beija.
Depois do nosso lanche, João escolheu um passeio mais suave, entramos em uma sala onde se pode ver um aquário por dentro, muitos tipos diferentes de peixes mas além entramos em uma piscina e quando me dei conta estamos nadando com os golfinhos. Na hora deu um pouquinho de medo mas fui me acostumando com a presença deles, até passei a mão que são animais extremamente dóceis.
Passamos o dia todo no parque mas antes de voltarmos, assistimos um show típico para se conhecer mais sobre a cultura mexicana, show bem diferenciado, com danças e muitos fogos.
Eu já estava cansada e dei uma cochilada no trajeto de volta para o hotel, João não parava de falar de um tal Coco Bongo, uma casa noturna muito conhecida e bem badalada.

- João hoje foi um dia bem agitado, foi maravilhoso, adorei o passeio mas preciso descansar também, estou cansada mas talvez eu pense nesse assunto.

- Ta bom Maryah, tudo bem! Percebi pelo tom de João que não gostou mas eu não posso fazer sempre tudo o que ele quer, e ele precisa entender isso.

Ao chegar no hotel, tomei um banho vesti um camisa de João e cai na cama, apaguei...

*

Acordo e logo olho para o relógio que marca quase 22 horas. João está ao meu lado e dorme profundamente, ele também estava cansado e precisava descansar tanto quanto eu. Foi então que pensei em retribuir tudo que ele estava fazendo por mim,agora era minha vez de surpreender ele.
Me levanto da cama com cuidado para não acorda-lo, tentei me arrumar o mais bonita que posso. Delineado nos olhos, muito rímel, batom vermelho, um pretinho básico muito colado curto e com decote, realçando todas as minhas curvas, algumas jóias e um salto alto para arrematar.
Volto para a cama e João continua a dormir, então subo em cima dele e vou até o seu ouvido.

- Amor meu lindo, acorda.

- Essa é a minha mulher? Saiba que você está linda, maravilhosa! João me dá um selinho, e se levanta, eu fico me sentindo com a auto estima lá em cima, sentimento de dever cumprido.

- Então João, você vai querer ir ao Coco Bongo? Se quiser, estou pronta, esperando por você.

João é prático, fica lindo de qualquer jeito e com qualquer coisa. Em 15 minutos ele está pronto e enquanto se arruma, seu celular não para de tocar, na tela marca delegado mas resolvi por não atender. Mesmo assim o celular não para de tocar, João nunca me escondeu nada e não tem senha. Na verdade eu nunca quis ver mas hoje bateu aquela curiosidade de ver o que tem, com quem conversa e a curiosidade venceu.
Tinha algumas ligações do delegado, algumas mensagens no whats entre ele e Hellena, claro que vou primeiro ver o que conversa com ela. Pelo pouco que vejo, discutem por algo do passado deles e por último ela o convida para um jantar, eu mesma respondo e depois apago as mensagens.

" Quando voltar de viagem nós conversamos, mas por favor até lá pare de me procurar. "

Quando tento abrir a conversa com o delegado, ouço os passos de João e então largo o celular mas pude ver que é algo que se relaciona a Rubens, ele é alguém que no momento eu não queria nem saber.
João me leva até o carro, abre a porta e quando me sento João me põe o cinto, me surpreende com um beijo de tirar o fôlego.
Chegamos ao Coco Bongo que por sinal está lotado, temos até dificuldades para andar, são muitos garçons com bebidas de diversas variedades percorrendo pelo espaço a todo momento, no palco um show de cover que já chegava ao fim, o dj se prepara para aproxima atração. Homens e mulheres seminus dançando ao lado. Eu e João, vamos direto ao bar para nos animar, bebemos algumas doses de tequila que não demora muito a fazer efeito.

João larga a tequila e fica só no uísque com gelo, eu na margarita. Mesmo estando alegre percebia o quanto as mulheres mexiam com o meu marido gostosão, algumas passavam a mão, outras apertavam descaradamente, em algumas vezes até briguei com ele.
O dj começa a tocar e a festa que já estaca animada fica muito mais empolgante, as pessoas dançam, pulam, gritam tudo ao mesmo tempo. A vibe é boa, eu logo me envolvo e vou sendo arrastada para o meio da pista, quando me dou conta procuro em minha volta por João mas não o encontro, olho para o bar e uma mulher muito bonita dança em sua frente querendo o provocar, chamar sua atenção de alguma forma. Quando a música vira e toca um hit em que se dança em casais, ela se aproxima de João que cede a dança a moça. Eu perco os movimentos, a razão e fico parada só observando, a dança sensual e ela se aproveitando a cada brecha dada, o ciúme vai me cegando e vou indo em direção aos dois, quando ela tenta roubar um beijo, eu chego bem perto os empurrando.

- Minha vez querida, de dançar com meu homem. Ela sai de forma raivosa mas no fundo eu canto vitória por ter afastado essa assanhada de perto do meu marido. Mas claro que eu não iria ficar quieta com a cena que acabara de ver.

- Qual é a sua João? Dançar com essa desconhecida que ficou tirando casquinha do homem gostoso que você é. Você ia deixar ela te beijar?

- Não meu amor, só fui gentil. Desculpe se te passei essa impressão. Eu sei como é, ele também foi gentil comigo e olha onde estamos hoje.

- João quero dançar, vamos mais na frente? Saímos do bar, dançamos por algum tempo na pista, eu já estava bêbada e tudo que eu queria era me divertir.

João vai até o bar pegar mais bebida e eu continuei dançando.
Seus braços me abraçando por trás e eu rebolada querendo o provocar, achei um pouco estranho pois foi muito rápido segurou em meu cabelo e me virou para me beijar, então vi que João se aproximava super furioso, o homem que dança comigo não queria me largar e quanto mais eu tento sair mais ele me aperta, João não falou nada. Já chega no soco, assim que o rapaz me soltou João me coloca em seus ombros e sai da boate.

- Que cena mais bonita Maryah, você fala de mim mas é pior do que eu.

- Desculpa amor, pensei que era você mas me enganei. Você nunca se enganou? Eu nunca vi ele tão transtornado.

- Já Maryah mas não assim, eu não admito uma coisa dessa.

- Para de drama João vai me dizer que você não cometeu nenhum erro quando estava bêbado? Que fez algo que alguém não gostou também? Mas que no fundo você não tinha intenção, que você não queria fazer só porque bebeu mais do que devia? Isso é culpa sua, você que quis vir aqui... Ele me interrompe como se eu tivesse tocado em uma ferida.

- Chega Maryah, cala sua boca não quero mais falar desse assunto. Quer saber, me dá um tempo não quero olhar pra tua cara. Não vem atrás de mim, me deixa porra!

Ao ouvir João falar assim me sinto muito mal, não soube o que falar nem o que fazer, me faltou atitude, uma reação, vi João me deixar e ir embora.
Na hora eu não pensei no que fazer, não sei falar a língua deles, nem sei como voltar para o hotel.
Caminho um pouco e logo mais a frente é a praia, sento na areia e fico chorando.
Pensei que as coisas entre eu e João agora iam dar certo, mas somos tão diferentes, sempre brigando não conseguimos nos entender.

Não vejo a hora desse contrato acabar e eu finalmente voltar a ser livre. Não aguento mais essa pressão, o mistério que envolve a vida de João, não sou boa pra ele, eu sou apenas uma menina criando asas. João é uma homem que conhece todas as rotas, não tem como dar certo.
Me preocupo, o que será que João está fazendo? Será que está com alguém? Será que ele vai embora e vai me deixar aqui? Ele ficou tão bravo, eu juro que não fiz na maldade.
Esses pensamentos me atormentam e talvez fosse melhor morrer também, não vou mais sofrer e nem incomodar mais ninguém.

Olho para aquele mar sem fim e vou indo em sua direção, as águas frias vão subindo do joelho até a cintura, quero ir cada vez mais profundo até não conseguir voltar, mas algo me prende, segura minha mão e eu não consigo continuar indo em frente.

- Não acredito que você ia mesmo fazer isso. Eu ia ter que matar também porque eu não sei mais viver sem você! Me perdoa pelo meu comportamento. Eu te amo tanto Maryah...