Capítulo 13 - Maryah

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Saio do quarto e ao lado da porta está Ana, me olhando com uma cara de deboche mas ignoro desço correndo as escadas e sento no sofá, logo João desce acompanhado dos polícias. Ele me aparenta estar confuso, sai sem dizer nenhuma palavra. O que será que João fez de tão grave para isso acontecer? Eu não consigo pensar em nada.
Volto para parte de cima da casa e fico no quarto com Luíza, estou tão preocupada com João Miguel que nem consigo dormir, será que de lá ele vai poder fazer alguma coisa? Não sei posso ajudar de alguma forma, mas não sei por onde começar, já é tão tarde.

" Oi, Angel você pode falar comigo? "É a única coisa que passa pela minha cabeça no momento, não tenho com quem conversar a não ser ela, que logo me responde.

" Oi minha linda, posso sim. Tá tudo bem? "

" Não. João Miguel foi preso, não sei porque e nem o que fazer. To sozinha com Luíza. " O que de pior poderia acontecer?

" Meu deus, vou ver o que posso fazer daqui por você, já te retorno. "

Acho que fiz bem procurando por ela. Não vou ter como agradecer ser conseguir me ajudar. De repente uma moça bonita porém muito irritada entra pela porta do quarto, sem se importar nenhum pouco.

- Então é você a vagabunda que João colocou dentro da minha casa?! Pra ficar junto com a minha filha?! Você não tem vergonha nessa sua cara não menina de destruir nossa família? Eu conheci João bem depois da separação, não tenho nada a ver com isso.

- Calma moça! Eu só estou cuidando de Luíza, não tenho nenhum outro tipo de relação com o senhor João, a não ser essa.

- Vai querer mentir logo pra mim? Eu conheço muito bem tipinhos como você que diz não ter nada mas porque qual motivo estavam a dormir na mesma cama? Não acredito que homens durmam com mulheres sem receber nada em troca. Ainda mais sendo o João um homem tão bonito. Você não me engana. Sai da minha frente porque vou ficar com minha filha aqui. Pode pegar suas coisas e sair da casa agora mesmo.

- Mas senhora eu não posso... Nem termino a frase e a moça espalma sua mão em minha cara com tanta força que acabo caindo ao chão.

Luíza acorda com os gritos mas fica todo feliz por ver sua mãe. Como ela pode ser desse jeito, totalmente ao contrário de João. Não consigo entender como pode ser atraído por ela, sei que é muito bonita mas acho que só isso não justifica.

Ana me coloca para fora, não pude nem pegar uma roupa pois eu estou na rua e de camisola. A única coisa que conseguir levar é o celular, que tem apenas 10 % de bateria. Fico na frente do muro sentada no chão, de pijama e aos prantos.
Um carro branco para em frente o portão, toca o interfone, diz ser advogada do João mas Ana não deixa ela entrar, então decido falar com ela.

- Você disse que é advogada de João, você pode me dizer o que aconteceu?

- Quem é você? Ela me olha de cima a baixo como se me reprovasse.

- Maryah!

- Então é você quem estou procurando. Entra aqui e vamos conversar. Explico a ela o que aconteceu na verdade, sua cara não é nada boa. Mas devido ao problema com a ex mulher de João, ela me leva até seu apartamento.

- Maryah é o seguinte, alguém denunciou João por abusar de você que é menor de idade, e o pior nisso tudo é que foi pego em flagrante.

- Mas como? Não aconteceu nada entre a gente. Eu posso provar isso? Nada além de uns beijos, e de dormir juntos, apenas dormir. Porque eu quis. Porque eu deixei.

- Agora provar não vai mudar muita coisa, provavelmente amanhã o conselho tutelar vem atrás de você para te levar para o orfanato. A única solução que achei, é a de você casar com o João.

- Sério isso? Como assim casar? A verdade que eu estou disposta a fazer qualquer coisa para não voltar para o orfanato.

- Podemos fazer um contrato de seis meses até você completar a maior idade. Se depois você não quiser renovar o contrato, poderá ficar numa boa, João também, não vai ficar ruim pra nenhum lado. O que você acha disso?

- Você já falou com João? O que ele disse sobre isso? Eu não acho que isso seja ruim mas gostaria de saber o que pensa sobre isso.

- Ele concordou mas preciso saber da sua resposta, vou entrar com pedido de habeas corpus. Amanhã vamos ao cartório para resolver essa situação, então fique hoje aqui, amanhã resolvemos toda essa situação.

Durmo num pequeno quarto de visitas, dormir mesmo é modo de dizer, fiquei pensando sobre o que a Alessandra me disse, em todas as hipóteses casar com João Miguel seria um sonho, mas casar assim, numa situação dessa...
Sem amar é meio complicado, também se for como ela disse, só um contrato para ele não ficar preso. Não precisa acontecer nada, é só de aparências e ninguém vai saber.
Pela manhã consegui colocar o meu celular para carregar, tem várias mensagens de Angel, que agora eu não posso responder porque é a vez de responder a Alessandra.

- Eu aceito mas só porque é pelo bem de João. No mesmo momento o meu celular toca.

- Menina onde você tá? Acabei de ir na casa do João, a empregada me colocou pra fora.

- To na casa da advogada de João, eu nem posso sair porque to de pijama, mas vou te dar o endereço... Eu faço isso, enquanto Alessandra vai atrás de libertar João.

Em menos de trinta minutos Angel aparece aqui, com algumas sacolas, dizendo ser presentes, eu abro logo para ver, a curiosidade me mata. Peças de roupas e dois pares de sapatos, eu agradeço e conto tudo que aconteceu a ela que fica incrédula. Passamos a manhã toda esperando por Alessandra que não dá nenhum sinal, nenhuma ligação ou uma mensagem.

Angel então me leva para almoçar aqui perto, uso um dos vestido longo que ela me presenteou, a duas quadras daqui paramos em um restaurante, eu estou tão nervosa e preocupada que quase não consigo comer, essa situação tá me fazendo se sentir culpada pelo o que aconteceu. Depois de uma hora voltamos pelo mesmo caminho até o apartamento, e antes mesmo de chegar, o carro de Alessandra para em frente seu apartamento e vejo João Miguel sair, não penso duas vezes, deixo Angel para trás e saio correndo até João e o abraço, que é recíproco.

- Já tá preparada para ser minha mulher vestida desse jeito?

João cumprimenta Angel, ele diz que preciso dos documentos para irmos ao cartório mas tem um problema, todas minhas coisas ficaram na casa dele. Ele vai com Alessandra e eu vou com Angel, em poucos minutos estamos na frente da casa. João desce e interfona, eu fico só observando que sem o controle não tem como entrar mas digitando a senha, a porta abre. Ele entra e logo o portão também se abre. Angel entra na casa comigo, pois Alessandra preferiu ficar no carro.

João vê Vanessa então entram na maior discussão. Eu pego Luíza no colo e subo para o quarto, pego minha velha mochila e coloco tudo que acho que será necessário. Quando percebo, Vanessa está no meu quarto. Vem em minha direção e vai me empurrando querendo me agredir mas Angel toma a frente.

- Gosta muito em bater em quem não sabe se defender, vem bater em mim sua folgada, garanto que você vai gostar mais. Angel agarra ela pelos braços e dá um golpe que a faz cair no chão, pega pelos cabelos e sai arrastando para fora do quarto enquanto desço com Luíza. Em seguida João aparece com Angel, quando estamos saindo Vanessa grita.

- Vocês tão pensando que vão aonde com minha filha? Minha filha!

- Sua filha? Você está a meses sem aparecer, sem dar notícias, quando te convém ela é sua filha? Você é só uma parideira. Ela é minha filha e onde eu for ela vai junto. João fica vermelho de raiva.

- Ela não é sua filha, seu otário. Eu coloco Luíza no chão que vai encontro de sua mãe, seguro João pelo braço que está tremendo de raiva, e o puxo.

- Não acredito em você Vanessa, seu não sou o pai, quem é que vai ser?

- Eu, playboy! Ele surge do nada, ninguém percebeu que ele estava aqui.

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