Capítulo 15

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Na hora me dá um branco só de ouvir, não consigo acreditar no que me diz, uma pontinha de felicidade saía em forma de sorriso dos meus lábios porém eu não podia me iludir assim tão facilmente com palavras.

- João eu também gosto de você mas vamos com calma, a gente se conhece tão pouco.

- Você ta certa. Mas me ajuda, coisa que você não ta fazendo. Deitamos e logo adormeço no calor do seu braço,e sinto o cheiro do seu corpo.

*

O nosso dia começa bem cedo, a claridade nem tinha surgido ainda, sendo acordando depois de mais uma sessão torturante de pesadelo.

- Ei pequena, não precisa ter medo eu to aqui com você. Eu tento engolir o choro, não consigo contar assim o que aconteceu no meu passado, que atormenta sempre os meus sonhos, prejudica minha realidade.

- Esta tudo bem agora João, foi só mais um pesadelo como sempre.

- Sei que estamos nos conhecendo agora mas quero que confie em mim, quero ajudar. Saio da cama e me tranco no banheiro, falar disso me incomoda muito e me causa dor pelas lembranças, se pudesse apagar esse dia, com certeza eu apagaria.

Quando saio do quarto João não está, discretamente procuro ele pelo consultório mas também não encontro, são pouco mais de seis horas da manhã. Não vou ficar andando pela casa, está cedo, volto para cama e fico a pensar, será que João pode mesmo me ajudar com esse meu trauma? Deveria contar para ele o que aconteceu? Ele disse que ta apaixonado por mim mas tenho tanto medo de ser mentira, ou de que esse sentimento não dure, sei que adormeço com esses pensamentos.
Acordo e encontro dois olhos esverdeados me olhando, automaticamente, um sorriso sai dos seus lábios, eu também sorrio mas envergonhada.

- Onde você estava João? Você sumiu.

- Fui dar um corrida e passei no mercado, aliás fiz o nosso café. Aliás uma ótima visão para se ter assim que se acorda. Ele sem camisa, sorrindo e trazendo café na cama pra mim.

Bolo, pão, geleia, café, suco, iogurte e claro que não ia faltar a salada de frutas de João, pra mim é algo raro essa fartura toda, principalmente nos meus cafés da manhã. Teve dias que não tinha nem um pão velho para comer. E hoje eu estou tendo muito mais que sorte, ele tão bonitinho vai me servindo e logo se percebe sua falta de prática, acostumado a ser servido e não a servir.

- João não precisa fazer isso.

- Eu sei, mas quero fazer isso, você merece. Estava tudo muito bom, e iniciamos uma conversa tanto que tensa para mim.

- Maryah, eu não me esqueci do que te disse ontem e é verdade, pode ser cedo como você mesmo falou mas tudo que eu faço, eu faço pensando em você, quero sempre está perto, te cuidando, sei que é errado mas não consigo tirar isso, você, da minha cabeça.

- Eu te entendo João, eu também fico pensando em você, quero sempre fazer o melhor para ti mas eu tenho medo de me machucar. Sua mão agora segura a minha, e a outra passa pelo meu rosto, pelo meu lábio, eu fecho os olhos curtindo esse momento de carinho.

- Do que depender de mim, eu nunca vou te machucar, posso te dar um beijo?

- Acho que pode. Então eu sinto ele me beijar leve e suave, enquanto seus lábios macios se envolve junto com o meu, uma leve mordida em meu lábio inferior.

- Casamos assim de uma hora pra outra sem conversar, eu quero saber o que você espera disso.

- Eu nem sei na verdade, não pensei muito no que pode acontecer, eu apenas aceitei só porque não queria que você continuasse preso, eu não queria ficar longe de você. Ele me olha atentamente como se quisesse mesmo me escutar.

Primeiro olharOnde histórias criam vida. Descubra agora