Capítulo 14

2K 153 25
                                    

Ver Rubens aqui não é nada agradável, ainda mais ouvir ele dizer que é o pai da pequena Luíza. João é levado pelo sentimento de raiva, até tenta ir pra cima de Rubens mas eu fiz o máxumo possível para o impedir.

- Melhor não arrumar mais problemas por enquanto, não esqueça que acabou de sair da cadeia. Você terá tempo para tirar essa história a limpo. Agora vamos, por favor. João não consegue nem piscar, sei que não está acreditando nisso.

O bom que ele me escuta. Saímos da casa, e ao entrar no carro João chora. Eu não sei o que ele tá sentindo, mas posso imaginar a dor. Hoje em dia ninguém respeita a dor do outro, esse e o problema do mundo.

Chegamos ao cartório. E não demora muito para que nos chamem. Papéis assinados. Alessandra e Angel são nossas testemunhas, foi tudo muito rápido e simples.

- Pronto, João agora você pode ir para casa. Vou levar os documentos para o juiz. Quanto ao resto tá tudo certo. Mas que casa vamos ir se Vanessa e Rubens estam lá?

- Maryah vamos? Ou vai ficar ai viajando?

Me despeço de Angel, que mais que uma amiga nesse momento, apesar de tudo compreensiva a todo tempo, gentil como sempre nos convida a voltar a sua casa e se tiver qualquer problema, não exitar em procura-la.
Vamos andando pelas ruas, a cara de João não é nada boa. Eu não quero o aborrecer mais o enchendo de perguntas. Em poucos minutos pegamos o caminho que leva até o consultório. É eu acabei esquecendo disso.

Como fazia alguns dias que não vinhamos mais aqui, por isso estava meio empoeirado. Enquanto João fica no escritório, ocupo meu tempo e minha cabela limpando a casa. Preparo a janta com forme a noite vai se aproximando. Ainda tinha a comida que Bella havia comprado. Assim que ficou pronto vou chamar João, que está fazendo o curativo do braço que ainda não sarou.

- João desculpa te interromper mas a janta está pronta, você ficou a tarde toda aqui, nem comeu. Eu pensei que pudesse estar com fome...

- Claro Maryah, me dê mais alguns minutos e já vou. Eu sou um sorriso e me retiro.

Volto, arrumo a mesa. João logo vem e senta, eu o servi, ele me olha e ri ao mesmo tempo mas não diz nada. Na verdade a janta foi um total silêncio. De alguma forma isso acaba me assustando, João está muito quieto depois do que aconteceu na mansão.
Assim que termina sua janta, se levanta e vai para o quarto. Limpo o que sujamos, organizo a cozinha e vou para o quarto também.

Ele está saindo do banheiro, me sento para admirar esta visão, uma toalha enrolada em sua cintura, seus cabelos molhados com algumas gotas caindo em seu peitoral perfeito. Mesmo sendo de mentirinha este casamento, esse homem lindo é de verdade e ta todinho aqui na minha frente, agora sei o real significado da famosa frase de borboletas no estômago. Antes que ele perceba minha admiração pego outra toalha e vou para o banheiro, minha vez de esfriar a cabeça, literalmente.
Sento no chão mesmo, enquanto a água morna desce sobre minha cabeça, eu tento afastar esse desejo louco por João e aproveito para agradecer baixinho, que por apesar das coisas saírem do controle tudo continua bem.

DEUS, não sei se podes me ouvir mas quero te agradecer por cuidar sempre de mim, por colocar pessoas tão boas em meu caminho, quero agradecer também por cuidar de João Miguel e não deixar que nada de ruim aconteça a ele, ele é uma pessoa bacana e merece ser muito feliz.

Aqui eu não tenho roupa nenhuma para dormir, as roupas que Angel me deu, não dá para usar de pijama. Mesmo indo na mansão mais cedo nem pensei em trazer roupas e o pior é que não sei como fazer porque com certeza vamos dormir na mesma cama mas revirando umas roupas de João encontrei uma camisa social branca que mais parece um vestido de tão grande, visto e saio envergonhada.

- Espero que não tenha problema em usar sua roupa.

- Fica a vontade Maryah. Ele nem me olha como se não se importasse, então vou na cozinha tomo água e escuto seus passos vindo do quarto, meu coração até acelera mas me recuso encarar.

- Porra Maryah, o que é isso?

Penso comigo, " o que eu fiz de errado? Agora ele vai brigar comigo, não falou comigo a tarde toda, agora vai brigar um monte." Mas bem ao contrário do que eu pensei, suas mãos seguram minha cintura e sinto sua respiração no meu pescoço, que faz minha pele se arrepiar, ele me vira e sou surpreendida por um beijo, nossos lábios se tocam e se movem juntos, como chama acessa sua língua toca a minha, seu beijo é quente, mais rápido que o normal, vai me deixando sem fôlego. Ele me pega no colo e me senta sobre a pia da cozinha, é inevitável resistir a ele e ai toque das suas mãos, ainda mais sentindo toda essa mistura de desejo e sentimento por ele. João vai abrindo os botões da minha camisa em meio aos beijos, de uma forma que eu nem me dou conta porque cada parte do seu corpo me seduz, e sua sensualidade é um convite pra eu me perder. Será que ele sabe o quanto eu piro em nele?

Envolvo minhas pernas sobre sua cintura e João me leva para o quarto, me deitando lentamente sobre a cama, estou tão envolvida nesse clima mágico que não tenho forças suficiente para recusar suas carícias.
Sobre mim João vai deixando um rastro de beijos ardentes entre meu pescoço, ombro, vai descendo em direção aos meus peitos, sua língua passa em torno deles e sinto arrepiar até meus últimos fios de cabelo, aquele frio que tenho na barriga só aumenta. Sua outra não massageia meu outro peito, enquanto sua boca continua descendo pela minha barriga, sem querer agarro o seu braço machucado e João grita comigo.

- Maryah ta machucando.

- João desculpa mas você tem que parar, eu não quero assim! João fica pasmo sem entender nada e imediatamente, abotoo a camisa e me tranco no banheiro, sinto como se fosse errado e fico chorando.

Quase me deixei levar pelos encantos de João, nada disso é verdade, eu não posso me enganar isso é só um casamento de faixada, com prazo de validade. Assim como começou vai terminar, de repente. Por isso não posso deixar que as coisas se encaminhem desse jeito.

- Maryah,abre a porta vamos conversar, por favor não faz assim.

- Não João me deixa aqui. Eu sinto uma mistura de medo, raiva, empolgação e vergonha.

- Você não vai abrir por bem? Então espera só.

- Se você abrir essa porta eu saio dessa casa. Depois disso não ouvi mais a voz de João e nenhum barulho pela casa.

Como vou olhar pra cara dele depois que isso aconteceu, ele conheceu uma parte do meu corpo que ninguém conhece, mas eu também não posso negar tava tão bom, que estava gostando. Será que eu nunca vou poder ser feliz de verdade com alguém? Mas também João é o primeiro homem que me faz sentir essas coisas, será que deveria dar uma chance para ele? E se ele fizer tudo o que quiser comigo e depois me abandonar? Eu não ia suportar isso.

Acho que fico aqui mais de uma hora, finalmente quando abro a porta para sair, vejo João Miguel dormindo sentado no chão ao lado da porta.

- João sai do chão, vamos para a cama, você vai ficar doente. Eu me abaixo e apoio seu braço em meu ombro e o levanto. Já em pé ele me abraça.

- Me desculpa se fui um babaca, não quero passar dos limites com você, eu to tentando ter paciência com você mas é difícil. Nem conversamos sobre o que aconteceu e já fui achando que tinha algum direito sobre você. Mas ficar assim tão perto de você e não fazer nada é um castigo. Preciso te confessar uma coisa.

- João estamos cansados, hoje foi um dia complicado pra gente, cheio de emoções e você precisa descansar. Amanhã conversamos e ai você me conta o que for preciso. Ele segura meu rosto, olhando bem dentro dos meus olhos.

- Eu não consigo tirar você dos meus pensamentos. Estou me apaixonando ...

Primeiro olharOnde histórias criam vida. Descubra agora