Capítulo Sete.

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Assim que terminamos de tomar o café, me retiro à fim de ligar para o Flávio antes de trocar de número.

O toque da chamada ecoa pelo auto - falante.

-Alô? - A voz imponente de meu chefe soa.

-Oi Flávio, tudo bem? – Eu pergunto ao atender.

-Oi Clara, sim e você?

-Também, deixa eu te falar, um amigo muito querido sofreu um acidente e tive que vir para Santa Catarina e terei de ficar essa semana aqui.

-Tudo bem Clara, tome o tempo que precisar. – Ele responde, do seu jeito calmo.

-Vou usar nessa semana as minhas horas extras. -Digo.

-Tudo bem, se não conseguir voltar no fim da semana podemos achar uma forma de conciliar. – Esse meu chefe, sempre compreensivo.

-Obrigada, Flávio! – Eu agradeço.

Encerro a ligação um tanto aliviada. Informo minha mãe que irei até o cento para comprar um novo chip. Como o centro não é tão longe decido ir de a pé mesmo. 
Volto ao meu quarto, troco-me vestindo um short jeans e uma blusa branca. Deixo minha antiga casa caminhando tranquilamente pela calçada, talvez pelo horário, mas as ruas não estão bem movimentadas.

Nesse momento sinto falta da calmaria desta cidade, pois comparada ao Rio é muitíssima calma.

Assim que avisto a loja, entro.

-Olá, posso ajudar? -A atendente pergunta sorrindo.

-Oi. Estou precisando de um chip.

-Claro, sente-se. -Ela pede indicando a cadeira a frente de sua mesa. Faço o que ela me pede.

Após alguns minutos ela me entrega meu novo chip, agradeço e pago o valor total por ele.

Deixo a loja refazendo o caminho de volta para casa quando vejo algo que me faz parar bruscamente.

O governador Sanches está parado do outro lado da rua conversando no telefone, ele está um tanto alterado.

Está vestindo seu típico terno, ele não me viu. O que é bom. Na verdade, acredito que ele não sabe quem sou eu, que continue assim.

Com passos apressados ele começa a se distanciar e eu o sigo.

Seja lá o que ele está fazendo em Santa Catarina, não posso perder esta informação.

Seguindo-o meticulosamente viro à esquerda onde há poucos segundos ele havia virado.

Estamos há alguns metros de distância, minha respiração está ofegante e meu pressentimento não está muito bom.

Pego meu celular que ainda está com o antigo chip, tiro uma foto dele caminhando e da placa da rua.

Seus passos cessam. Consequentemente os meus também.

A pessoa do outro lado da linha provavelmente disse algo que não o agradou, pois seus movimentos se tornam ainda mais bruscos.

Um carro preto, para rente a calçada, e em questão de segundos o governador adentra ao mesmo.

O motorista acelera rua a fora me fazendo perdê-lo de vista.

O que o governador estaria fazendo de tão importante aqui? Essa é uma ótima pergunta. Não me contendo ligo para o Davi.

Aproveitando que meu celular ainda está com o chip antigo caso rastreiem ele estará fora do sistema em algumas horas.

-Alô?

-Oi Davi, tudo bem?

-Tudo e aí como estão as coisas?

-Bem, deixa eu te falar, advinha quem está no sul?

-Você?

-Não, Davi, o governador!

-Sanches? -Pergunta surpreso.

-O próprio!

-Fazendo o que? – Sua voz me passava um tom de curiosidade.

-Ainda não sei, teria como verificar para mim pra ver se ele tinha alguma reunião agendada ou algo do tipo? -Pergunto caminhando de volta a minha casa.

-Clara, você sabe o quanto isso é arriscado, e sabe que é melhor ele não saber o seu nome.

-Eu sei Davi, e ele não vai descobrir meu nome, nem vai saber que existo, pode ficar tranquilo. – Eu prometo, o tranquilizando.

-Apenas tome cuidado. -Pede com a voz tomada pela preocupação.

-Tomarei, você consegue entrar em contato com a equipe dele?

-Consigo, assim que tiver as respostas te ligo.

-Eu te amo Davi! Você é o melhor!

-Uhum, finjo que acredito. -Diz me fazendo rir.

-Obrigada, até mais.

Encerro a ligação.

Demoro cerca de vinte minutos até chegar em casa.

Minha mãe está sentada na sala falando ao telefone, caminho até a cozinha. Coloco meu celular em cima da mesa, retiro o chip antigo trocando pelo novo número, a sorte é que todos meus contatos foram salvos em minha conta do Google, sendo assim não precisarei cadastrar todos os demais contatos.

-Clara? -A voz de minha mãe soa atrás de mim, me fazendo virar para vê-la.

-Sim?

-Julia está indo para o hospital, quer ir com ela?

-Quero. Quero sim. –Respondo prontamente.

-Tudo bem, vou mandar mensagem para ela.

Agradeço com o olhar enquanto meu celular é reiniciado.

-Ela passará daqui meia hora. -Diz com o olhar preso no visor do celular.

-Vou me arrumar. –Eu digo pegando meu celular na mesa e me direcionando ao meu quarto para me trocar novamente.
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E aí meus amores???

O que acharam?

O que será que Sanches estava fazendo em SC??

Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar e deixar o like.
Amo vocês.

Sob Um Novo OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora