Capítulo Trinta e Nove

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-Clara. - A voz de Erick me faz engolir a seco.

-O que faz aqui?-Pergunto recuando um passo.

-Eu disse que não tínhamos terminado. -Diz adentrando.

Quero gritar, mas minha voz não sai. Estou paralisada. Parece que lentamente minha traqueia se fechar impedindo a entrada de ar.

Aperto o celular que está em minhas mãos pensando no que poderia fazer.

-Saia, por favor. -Peço com a voz trêmula.

-Claro, mas depois que a gente tiver uma longa conversa.

Ele se aproxima, e passo a passo sinto o ar aos poucos deixar meus pulmões... Cessa a distância entre nós, e antes que tivesse a chance de pronunciar uma única palavra sinto suas mãos envolverem meu pescoço. Tento, com tudo de mim me soltar, porém sinto  o mesmo apertá-lo ainda mais.

-E-erick... P-por f-favor. -Peço sentindo dificuldade em respirar.

-Você é minha, doce Clara... Apenas minha.

Seu rosto está tão próximo de mim que consigo sentir sua respiração.

-Sabe algo que sempre odiei? O fato de me fazer esperar. Vamos Clara, vamos transar, mas você me dizia " não, que tal esperarmos?" Você transou com ele , não transou? E agora ele tem algo que eu nunca tive... Isso machuca, sabia.

-Está me machucando.

-Chumbo troca não dói, querida.

Estou sentindo a consciência deixar meu corpo quando finalmente suas mãos me libertam. Caio no chão.

O ar transita livremente me trazendo a sensação de alívio. Massageio meu pescoço.

-O pior não foi você não transar comigo. Foi você se entregar a ele, sem a minha permissão. Sabe, você ainda é minha Clara.

Sinto meu celular vibra entre mim e a parede, agradeço à Deus por ele ainda estar no silencioso.

Pego-o disfarçadamente. Erick está caminhando de um lado para o outro, não tenho muito tempo para escolher um contato, então acabo optando por Davi, que foi a última pessoa que liguei. Deixo o celular no chão vendo que a chamada está sendo feita, pois vejo o homem a minha frente virar novamente para mim.

Caminha até mim, me puxando rudemente ao seu encontro.

Volto meu olhar para o celular vendo que Davi atendeu.

-HOTEL FLORIPA'S, QUARTO 315- Grito o mais alto que consigo. -SOCORRO!!

Erick me solta novamente, porém dessa vez caio no chão com mais violência. Meu braço dói, e o lado direito do abdômen também.

Tudo está gritando e por um instante paro apenas para me localizar e não permitir que a consciência se vá.

Ouço a porta se abrindo em um solavanco, porém não consigo compreender o que está acontecendo, fecho meus olhos. Abro-os novamente tentando garantir que permaneça acordada. Ouço vozes, ou melhor dizendo, gritos. Parece a voz de Davi, mas não tenho certeza.

Sinto mãos me virando para o lado oposto da dor, e por uma fração de segundo vejo Júlia. E com esta confusão interna, desmaio.

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Acordo em um quarto de hospital. Tudo está branco demais, viro-me para o lado e vejo que já amanheceu.

Tento me sentar, porém minha costela dói.

-Ei, não se levante. -A voz de Davi me faz desviar a atenção para ele.

Pisco algumas vezes tentando entender o que está acontecendo.

-O que faz aqui?

Um sorriso de lado toma seus lábios. Antes que tenha a chance de responder Júlia adentra ao quarto, quando vê que estou acordada seu alívio é notável.

-Que bom que acordou! Axel está tomando café da manhã na lanchonete.

-O que aconteceu?-Pergunto.

-Você me ligou gritando o nome do hotel e o número quarto, além de ouvir um barulho de você caindo...

-E como veio do Rio tão rápido?-Pergunto.

Ele desvia o olhar para Júlia que tem as bochechas rosadas.

-Vim para cá na noite anterior. -Responde.

-Pra fazer o que? -Pergunto confusa.

Alguém chama minha cunhada, e então ela deixa o quarto.

-Você me disse que deveria correr atrás da mulher inalcançável da minha vida, segui seu conselho.

-Julia é a mulher inalcançável, não é?

-Acho que você tem que conversar com seu marido, o que acha?-Pergunta me fazendo rir.

Davi deposita um beijo em minha testa e deixa o quarto.

Não demora muito até Axel adentrar, com o auxílio de minha cunhada.

Após garantir que ele está bem, ao lado da cama nos deixa a sós.

-Oi. -Cumprimento-o.

-Oi.

-Desculpe ter ido embora. -Digo.

-Desculpa te deixar sair.-Ele responde me fazendo rir. -Não foi o que você pensou, e jura, que entre você e a Fernanda iria escolhê-la? Já se olhou no espelho? Sou o homem mais sortudo do mundo por te ter, e parte de mim agradece ter te stalkeado antes de perder a visão. -Fala me fazendo rir.

-É que a história parecia estar se repetindo... -Sussurro mais para mim do que para ele.

-Não podemos viver de experiências já sentidas, precisamos ir atrás de novas... Você é muito intensa Clara, e precisa aprender a lidar com essa intensidade. Você ao menos me ouviu, ou me explicou o que havia acontecido, não acha que eu merecia o direito da dúvida? Clara, quando começamos este relacionamento por mais apaixonado que eu fosse, estava com medo. Afinal, tinha acabado de perder uma visão e ela se apaixona? Tive que confiar em você cem por cento, e até hoje tenho, e relações precisam ser vias de mão duplas. Você também precisa confiar em mim.

-Eu confio. Só surtei porque não sabia o que fazer, ou no que acreditar. -Digo envergonhada. -Me desculpe.

-Tudo bem, que não haja próxima vez, mas contudo, se houver me ouça, tá bem?

-Ok.

-E como está se sentindo?-Pergunta.

-Bem, com um pouco de dor na costela, mas bem.

-Você a quebrou, por isso a dor.

-Oh. -Arregalo meus olhos em surpresa.

-Fiquei muito preocupado, ainda bem que Júlia e Davi conseguiram chegar a tempo.

-Onde está Erick?-Pergunto um tanto temerosa.

-A polícia o prendeu em flagrante por agressão a mulher, está segura.

-Fiquei com medo de morrer, e não conseguir me despedir.

Um sorriso triste surge em seus lábios.

-Você está segura agora, amor.

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OOOOOOOOOH!!!!

O que acharaaaam????????? 

Eu preciso saber! 

Espero que tenham gostado! Não se esqueçam de comentar e deixar o like! 

Amo vocês

Sob Um Novo OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora