-Clara. - A voz de Erick me faz engolir a seco.
-O que faz aqui?-Pergunto recuando um passo.
-Eu disse que não tínhamos terminado. -Diz adentrando.
Quero gritar, mas minha voz não sai. Estou paralisada. Parece que lentamente minha traqueia se fechar impedindo a entrada de ar.
Aperto o celular que está em minhas mãos pensando no que poderia fazer.
-Saia, por favor. -Peço com a voz trêmula.
-Claro, mas depois que a gente tiver uma longa conversa.
Ele se aproxima, e passo a passo sinto o ar aos poucos deixar meus pulmões... Cessa a distância entre nós, e antes que tivesse a chance de pronunciar uma única palavra sinto suas mãos envolverem meu pescoço. Tento, com tudo de mim me soltar, porém sinto o mesmo apertá-lo ainda mais.
-E-erick... P-por f-favor. -Peço sentindo dificuldade em respirar.
-Você é minha, doce Clara... Apenas minha.
Seu rosto está tão próximo de mim que consigo sentir sua respiração.
-Sabe algo que sempre odiei? O fato de me fazer esperar. Vamos Clara, vamos transar, mas você me dizia " não, que tal esperarmos?" Você transou com ele , não transou? E agora ele tem algo que eu nunca tive... Isso machuca, sabia.
-Está me machucando.
-Chumbo troca não dói, querida.
Estou sentindo a consciência deixar meu corpo quando finalmente suas mãos me libertam. Caio no chão.
O ar transita livremente me trazendo a sensação de alívio. Massageio meu pescoço.
-O pior não foi você não transar comigo. Foi você se entregar a ele, sem a minha permissão. Sabe, você ainda é minha Clara.
Sinto meu celular vibra entre mim e a parede, agradeço à Deus por ele ainda estar no silencioso.
Pego-o disfarçadamente. Erick está caminhando de um lado para o outro, não tenho muito tempo para escolher um contato, então acabo optando por Davi, que foi a última pessoa que liguei. Deixo o celular no chão vendo que a chamada está sendo feita, pois vejo o homem a minha frente virar novamente para mim.
Caminha até mim, me puxando rudemente ao seu encontro.
Volto meu olhar para o celular vendo que Davi atendeu.
-HOTEL FLORIPA'S, QUARTO 315- Grito o mais alto que consigo. -SOCORRO!!
Erick me solta novamente, porém dessa vez caio no chão com mais violência. Meu braço dói, e o lado direito do abdômen também.
Tudo está gritando e por um instante paro apenas para me localizar e não permitir que a consciência se vá.
Ouço a porta se abrindo em um solavanco, porém não consigo compreender o que está acontecendo, fecho meus olhos. Abro-os novamente tentando garantir que permaneça acordada. Ouço vozes, ou melhor dizendo, gritos. Parece a voz de Davi, mas não tenho certeza.
Sinto mãos me virando para o lado oposto da dor, e por uma fração de segundo vejo Júlia. E com esta confusão interna, desmaio.
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Acordo em um quarto de hospital. Tudo está branco demais, viro-me para o lado e vejo que já amanheceu.
Tento me sentar, porém minha costela dói.
-Ei, não se levante. -A voz de Davi me faz desviar a atenção para ele.
Pisco algumas vezes tentando entender o que está acontecendo.
-O que faz aqui?
Um sorriso de lado toma seus lábios. Antes que tenha a chance de responder Júlia adentra ao quarto, quando vê que estou acordada seu alívio é notável.
-Que bom que acordou! Axel está tomando café da manhã na lanchonete.
-O que aconteceu?-Pergunto.
-Você me ligou gritando o nome do hotel e o número quarto, além de ouvir um barulho de você caindo...
-E como veio do Rio tão rápido?-Pergunto.
Ele desvia o olhar para Júlia que tem as bochechas rosadas.
-Vim para cá na noite anterior. -Responde.
-Pra fazer o que? -Pergunto confusa.
Alguém chama minha cunhada, e então ela deixa o quarto.
-Você me disse que deveria correr atrás da mulher inalcançável da minha vida, segui seu conselho.
-Julia é a mulher inalcançável, não é?
-Acho que você tem que conversar com seu marido, o que acha?-Pergunta me fazendo rir.
Davi deposita um beijo em minha testa e deixa o quarto.
Não demora muito até Axel adentrar, com o auxílio de minha cunhada.
Após garantir que ele está bem, ao lado da cama nos deixa a sós.
-Oi. -Cumprimento-o.
-Oi.
-Desculpe ter ido embora. -Digo.
-Desculpa te deixar sair.-Ele responde me fazendo rir. -Não foi o que você pensou, e jura, que entre você e a Fernanda iria escolhê-la? Já se olhou no espelho? Sou o homem mais sortudo do mundo por te ter, e parte de mim agradece ter te stalkeado antes de perder a visão. -Fala me fazendo rir.
-É que a história parecia estar se repetindo... -Sussurro mais para mim do que para ele.
-Não podemos viver de experiências já sentidas, precisamos ir atrás de novas... Você é muito intensa Clara, e precisa aprender a lidar com essa intensidade. Você ao menos me ouviu, ou me explicou o que havia acontecido, não acha que eu merecia o direito da dúvida? Clara, quando começamos este relacionamento por mais apaixonado que eu fosse, estava com medo. Afinal, tinha acabado de perder uma visão e ela se apaixona? Tive que confiar em você cem por cento, e até hoje tenho, e relações precisam ser vias de mão duplas. Você também precisa confiar em mim.
-Eu confio. Só surtei porque não sabia o que fazer, ou no que acreditar. -Digo envergonhada. -Me desculpe.
-Tudo bem, que não haja próxima vez, mas contudo, se houver me ouça, tá bem?
-Ok.
-E como está se sentindo?-Pergunta.
-Bem, com um pouco de dor na costela, mas bem.
-Você a quebrou, por isso a dor.
-Oh. -Arregalo meus olhos em surpresa.
-Fiquei muito preocupado, ainda bem que Júlia e Davi conseguiram chegar a tempo.
-Onde está Erick?-Pergunto um tanto temerosa.
-A polícia o prendeu em flagrante por agressão a mulher, está segura.
-Fiquei com medo de morrer, e não conseguir me despedir.
Um sorriso triste surge em seus lábios.
-Você está segura agora, amor.
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OOOOOOOOOH!!!!
O que acharaaaam?????????
Eu preciso saber!
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Amo vocês
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Sob Um Novo Olhar
Storie d'amoreO que você faria se sua vida fosse mudada drasticamente de uma hora para outra? Axel, costumava amar o que fazia, ser químico sempre foi seu sonho, até que uma tragédia o fez repensar a mais importante decisão de sua vida. Clara, tem a vida em ordem...