Capítulo Dezessete.

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Encerrei a ligação com a certeza de que essa seria minha chance de provar o esquema de Sanches. Meu riso ecoou pelo ambiente, finalmente faria justiça, de alguma forma.

Troquei-me, me sentei na cama.

Contudo, este mesmo sorriso morreu quando me lembrei de Axel. Oh céus, terei que deixá-lo, e apenas imaginar isto me causava dor.

Como explicaria minha repentina volta para o Rio? Isso parece a história se repetindo novamente.

Ainda havia dois dias.

E como um recurso único para este momento, fiz uma prece, agradecendo primeiramente o fato de Axel estar vivo, e pedi, para que se fosse realmente pra que Axel e eu ficassemos juntos, que nada, nem mesmo essa minha volta pro Rio impedisse.

Esclareci em minha prece que esse era meu desejo, havia me decidido. Eu queria esse relacionamento, tanto quanto queria o sucesso na parte profissional. Expus todo meus medos, desejos e anseios.

Terminei a prece com um alívio me tomando, sentindo que tudo daria certo.

Deitei-me.

Rolei na cama em busca da posição perfeita.

E quando finalmente adormeci revivi uma das minhas lembranças prediletas.

Corria atrás de Axel em direção a floresta. Era um lugar apenas nosso.

Minha mochila atrapalhava um pouco, e isso não importava, queria apenas segui-lo.

Quando finalmente chegamos ao nosso lugar, ele estendeu a coberta no chão e nos sentamos. O céu estrelado sobre nós nos dava uma das mais belas pinturas já vistas pelo homem. As estrelas. Era como se Deus tivesse pintado a própria mão o infinito acima de nós, e realmente creio que foi dessa forma.

Sentei no abraço de Axel. Sentia seus batimentos cardíacos em minhas costas.
-Eu te amo, Clara. Nunca se esqueça disso, está bem?-Sua voz rouca ecoou em meus ouvidos.
-Eu também te amo, Axel.
Ele me virou para si e selou nossos lábios. Fora um beijo intenso e apaixonado, éramos apenas nós dois a inércia de nosso amor.

Acordei com um sorriso.

O sol já havia nascido e com isso a abreviação dos meus dias em Santa Catarina. Ainda não sabia do que se tratava minha volta para o Rio, parecia grave.

Apenas esperava que desse tudo certo, que conseguisse voltar para ficar com Axel, gostaria de ajudar em sua recuperação e adaptação desta nova fase.

Na verdade, o que mais queria era voltar a fazer parte de sua vida, não sei ao certo como farei isso. Não tenho um plano ou algo do tipo, esse era apenas um desejo.

Levantei-me, tomei uma ducha rápida e me troquei. Assim que sai do quarto vi meus pais sentados a mesa tomando seu café, hoje era sábado, uma ótima explicação do porquê deles não terem ido trabalhar.

-Bom dia. -Cumprimentei-os.

-Bom dia. -Responderam em uníssono.

Sentei junto a eles.

Um sorriso nostálgico tomou meu lábios, parecia que estávamos no passado, todos juntos. Digo isso, pois Guilhermo sempre estava dormindo durante nossos cafés da manhã, então realmente estava como antigamente.

Após o café, pedi o carro emprestado novamente e segui para o hospital, se tudo desse certo hoje seria dada alta á Axel, e foi com isso que decidi ocupar minha mente.

Com a sua saída do hospital.

Deixei o carro no estacionamento do hospital, desci do mesmo. Caminhei lentamente até a recepção, a recepcionista me lançou um sorriso, cumprimentei-a com um aceno.

Sob Um Novo OlharOnde histórias criam vida. Descubra agora