-Clara.
Rolo na cama ignorando a voz distante.
-Clara. - Abro os olhos lentamente.
O quarto está iluminado apenas pela luz do corretor que adentra pela porta aberta.
Ajoelho-me no colchão que está no chão.
-O que foi, Axel?-Pergunto preocupada.
-Acho que estou com um pouco de febre. -Diz, o mesmo está sentado na cama um tanto desorientado.
-Calma, onde está o termômetro?
-Seguro porta do guarda-roupa quarta gaveta. -Responde.
Levanto-me, acendo a luz. Achei facilmente o termômetro, ajudei Axel a se deitar.
Coloquei o termômetro, e apenas aguardei o "bip".
Peguei meu celular, três e quarenta da manhã... Poxa, dormimos muito, que bom que ele conseguiu descansar.
O "bip" surge, retiro o termômetro, trinta e oito de febre.
-Quanto está?-Pergunta.
-Trinta e oito. Tem dipirona aqui?
-Tem sim, na cozinha. Senão me engano no armário ao lado da geladeira.
-Já volto.
Cruzo o corredor e sigo para a cozinha. Abro o armário, após alguns segundos de procura o encontro. Verifico a validade, graças a Deus ainda está válido.
Volto ao quarto com um copo de água.
Axel estava sentado na cama, entrego-o copo e o remédio já retirado da embalagem.-Obrigado. -Agradece me estendendo o copo.
-De nada. Acho melhor tirar um pouco dessas cobertas.
-Mas estou com frio, Clara. -Diz se encolhendo na cama.
-Eu sei, querido, mas será melhor.
Tiro todo o excesso de cobertas.
-Isso se parece com quando éramos pequenos. -Fala com tom nostálgico.
-Você sempre cuidou de mim, acho que isso era o mínimo que poderia fazer por você. Está se sentindo mal, ou apenas com frio?
-Apenas com frio. -Responde.
-Quer tomar um banho gelado? -Pergunto tentando esconder o riso ao ver sua expressão de negação.
-Não, sem banho frio. -Diz por fim.
-Certo.
-Que horas são?
-Três e quarenta.
-Obrigado.
Com um sorriso depósito um breve beijo em seus lábios.
-Boa noite, Axel.
Volto a me deitar no colchão sorrindo.
-Clara?
-Hm?
-Nós estamos tentando recomeçar do zero?
Levanto-me novamente, me sento ao seu lado.
-Eu gostaria de recomeçar.-Falo.
Vejo-o esbanjar um breve sorriso.
-Não vai fugir para o Rio?
Meu sorriso morre.
-Hmmm... Na verdade, precisarei voltar pro Rio na segunda, mas será coisa breve, estarei em Santa Catarina novamente no mesmo dia.-Digo, cautelosamente.
-Oh, terá de voltar para o Rio?
-Volto na segunda mesmo. Meu chefe me ligou, até disse que pagaria minha passagem.
-Tem certeza de quer realmente começar algo comigo, Clara?
Chego mais perto dele, sinto o roçar dos nossos lábios um ao outro. Beijo-o. Uma de suas mãos se encaixa em meu pescoço me puxando para mais perto de ti.
Afastamos-nos ofegantes.
-Isso responde sua pergunta? -Pergunto sorrindo.
-Foi uma boa resposta. -Responde com um sorriso. -Tem certeza do que quer?
-Tenho. Você tem?
-Sempre tive.
Dou-lhe mais um beijo e torno a me deitar.
÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×÷×A claridade toma conta do ambiente. Lentamente, abro meus olhos. Procuro por meu celular encontrando-o debaixo de meu travesseiro. Dez e meia.
Espreguiço-me.
Direciono meu olhar para a cama encontrando-a vazia. Onde Axel está? Levanto-me.
Caminho pelo corredor até a cozinha, fito tudo ao meu redor, Axel está sentado no sofá.
-Axel. -Chamo-o.
O mesmo se vira em direção onde o som ecoou.
-Hmm?
-Por que não me acordou quando se levantou?-Pergunto enquanto caminho até o mesmo, me sento ao seu lado. Seguro sua mão para que ele sinta minha aproximação.
-Não queria encomandar, aliás, consegui chegar até a sala, caso não conseguisse te chamaria.
-Ainda está com frio?-Pergunto me recordando de que o mesmo tivera febre durante a noite. -Sou uma péssima cuidadora, não?
O riso dele preenche o ambiente.
-Não, você não é. Era apenas uma cuidadora cansada. E não, não estou com frio. O remédio fez efeito e como esperado a febre passou.
-Desculpe, mais um vez. Vou preparar um bom café da manhã como um pedido de desculpas.
-Aceitarei com prazer. -Responde sorrindo.
Beijo o dorso de sua mão antes de me levantar. Assim que chego na cozinha verifico os ingredientes disponíveis nos armário.
Decido fazer tapioca. E em questão de minutos tudo está pronto, fiz uma de queijo, outra de peito de peru e uma pra comer com manteiga mesmo.
Preparei um café para acompanhar.
Quando pronto chamei Axel, e o guiei até a mesa. Nos sentamos.
-Então irá pro Rio amanhã?-Pergunta.
-Irei. Mas como disse voltarei amanhã mesmo, não se preocupe. -Respondo cautelosa.
-Tudo bem. Acho que isso não deve interferir em nada.
-Sabe que fui sincera ontem, certo? Quero realmente recomeçar, sem pensar no que aconteceu.
-Clara, éramos imaturos. Crianças comparado aos dias de hoje. Eu fui imaturo de fazer o que fiz e você por ter fugido... Mas não somos os mesmos. Eu não sou.
-Também não sou. Eu só quero viver daqui pra frente, sabe? Apenas construir uma história da qual quero me lembrar. Quero enxergar a vida sob um novo olhar.
Vejo-o sorrir.
-Então aprenderemos juntos a vê-la sob um novo olhar.
Selo nossos lábios com a certeza de que fiz uma boa escolha.
______________________________Vomitando arco-íris? Estou!!
Esses dois me encantam,sério!
Espero que tenham gostado!!
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Sob Um Novo Olhar
RomanceO que você faria se sua vida fosse mudada drasticamente de uma hora para outra? Axel, costumava amar o que fazia, ser químico sempre foi seu sonho, até que uma tragédia o fez repensar a mais importante decisão de sua vida. Clara, tem a vida em ordem...