Capítulo Quarenta e Um

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O relógio despertou no horário certo... Tomei uma ducha rápida, me despedi de Axel com um beijo rápido nos lábios, e peguei uma pera para comer no caminho, alguns hábitos nunca mudam.

O caminho foi tranquilo, Davi havia voltado para o Rio, e minha cunhada parecia mais alegre, mais leve. Fico feliz por eles.

Cheguei adiantada no jornal, cumprimentei algumas poucas pessoas que ali estavam, e me direcionei até minha sala. Estava tudo do jeitinho que deixei, com os documentos em ordem.

Comecei a rever as matérias que seriam publicadas esta semana, além de autorizar algumas para serem feitas... Entrei no outro e-mail, onde me comunicava com Flávio, não haviam muitas atualizações, na verdade as coisas mal pareciam estar andando.

Isso de certa forma me frusta, me sinto como se tivesse a justiça em minhas mãos, mas não fosse capaz o suficiente para executá-la. Solto um suspiro frustrado... Preciso me desligar um pouco disso.

Após o almoço uma moça do departamento do financeiro veio me mostrar alguns documentos pendentes, foi tranquilo, coisa básica. Mas que por protocolo necessitava da minha autorização. Após tudo feito, ela se retirou. Faltava apenas algumas horas para o término do expediente.

Sorri.

De repente minha porta é aberta em um solavanco. Assusto.

Um policial devidamente fardado adentra, acompanhado por mais três e por Flávio.

-A senhora é a Clara Rocha?-Um deles pergunta com sua voz imponente.

-Sim, aconteceu algo?-Pergunto revezando meu olhar entre ele e meu antigo chefe que de alguma forma me parece aliviado demais para tal situação.

-Sim, precisamos verificar algo em seu computador, e provavelmente iremos recolhê-lo.

Assinto, me levantando.

-Estávamos investigando um caso de corrupção entre os deputados e governantes do estado do Rio, e segundo o senhor Flávio Nogueira, você teria informações úteis. -O outro diz perto da porta, enquanto os demais estão atentos ao monitor.

-Tem haver com Sanches e o Travolta?

-Também... -Concorda sem muitas informações.

-O que está havendo?-Sussurro para Flávio.

-Estamos fazendo justiça, Clara. -Responde sorridente.

É impossível conter o sorriso que surge... E por mais que a vontade de gritar, ou pular seja grande, me contenho.

Todo o processo demora cerca de umas duas horas, e por fim o computar foi recolhido. Os policiais ferais nos garantiu que estaríamos seguros, e que toda a operação era totalmente sigilosa. Algo que de certa forma nos aliviou.

Quando fiquei a sós com Flávio me permiti sorrir e abraçá-lo.

-Conseguimos!!-Diz sorrindo.

-Sim! Como a federal foi se envolver nisso? -Pergunto quando desfazemos o abraço.

-Não sei direito, eles apenas apareceram em casa me pedindo provas, pois tinham acesso ao nosso e-mail, além de algumas ligações que havia feito.

-Isso até parece um filme. -Comento pensativa.

-Sim, e parecemos até os heróis, não?

-Sua esposa deve estar aliviada com o fim disso tudo. 

-Sim, com certeza. Não conseguíamos deixar nossa filha frequentar a escola com tranquilidade. Graças a Deus isto chegou ao fim.

Assinto.

Acompanhei-o até o aeroporto, e após vê-lo embarcar segui o caminho até minha casa para levar as boas novas ao meu marido. Cheguei animada.

Abri a porta, ele está sentado na sala ouvindo um disco velho de vinil, apenas apreciando o doce som.

-Axel, querido!-Exclamo deixando minha bolsa em cima da mesa.

-Sim?

Sento-me ao seu lado.

-A polícia federal apareceu no jornal hoje. -Falo vendo sua expressão surpresa.

-O que houve?

-Lembra de tudo o que contei sobre os deputados do Rio? -Ele assente. -Então, eles precisavam do meu computador, e das minhas matérias como provas, acredita nisso?

-Uau, isso é reconfortante, afinal, conseguiu desvendar um caso difícil, não é qualquer um que teria sua coragem.

Aconchego-me ao seu abraço.

-Sou mesmo muito corajosa. -Falo fazendo-o rir.

-Sim, minha linda investigadora.

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Acordei com o som do toque do meu celular ecoando pelo quarto. Um tanto desnorteada procuro meu celular entre as cobertas, Axel ainda dorme ao meu lado.

Finalmente encontro-o, atendo.

-Clara, ligue a televisão, agora!-A voz de Davi um tanto desesperada ecoa.

Levanto-me, e me direciono a sala.

-O que houve?-Pergunto curiosa.

-Apenas ligue, e quero ouvir sua reação. -Diz, parecendo alegre.

Chego a sala, e faço o que me pede.

-Qual o canal?-Pergunto.

-Qualquer um de noticiário. -Responde.

Coloco no primeiro que me vem a mente, e a cena que vejo me choca. Está passando uma reportagem sobre a prisão de Sanches e Travolta, além de mais alguns do partido.

-Oooh! Eles foram presos?-Pergunto surpresa.

-Sim, por delação premiada de um deputado de Maceió, não parece até loucura? Provavelmente eles unirão a delação com as provas que fornecemos e então ficou fácil tomar uma decisão. -Diz.

-Uau, não imaginava isso. -Respondo abismada.

-Liguei apenas por isso, agora pode voltar a dormir. -Diz me fazendo rir.

-Okay, boa noite Davi.

Encerro a chamada, me sento no sofá para terminar de ver a reportagem. Ambos se negaram a dar testemunho, ou entrevista. Parte de mim se sente muitíssimo aliviada por de certa forma tudo estar se encaixando, e saber que a justiça está sendo feita.

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E aí meus amoreeess? 

Espero que tenham gostado!! Não se esqueçam de comentar e deixar o like! Amo vocês. 


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