— Eu sei, Emma — digo para o notebook. A expressão da minha irmã na câmera não é muito feliz.
— Henry, o que diabos você está fazendo em... Minnesota?
— Nada. Não estou fazendo nada.
— Então, volte! O começo das gravações é na sexta-feira, e sábado tem a sessão de fotos, e domingo, e... basicamente você não vai respirar por semanas, Henry, não deveria estar sumido. Você sabe que esse próximo projeto é importante.
— Eu sei disso, eu sei — repito, e encosto o corpo na cabeceira da cama.
— Você está em crise?
— Não!
— Está querendo desistir de tudo? Henry, que merda é essa?
Começo a rir.
— Emma, pelo amor de Deus, estou só...
— Só... só... — Ela faz caretas enquanto fala, e eu continuo rindo.
Emma é minha irmã mais velha, mas é mais infantil do que eu e Timothy juntos. A bronca que ela me dá não vale de nada quando ela começa a agir como uma criança emburrada.
— Não tenho nada importante até sexta. Sexta-feira eu vou estar lá, às oito horas da manhã. Eu prometo. — Cruzo os dedos em frente ao coração.
Vejo Emma, relutante, fazer o mesmo.
— Se você não estiver lá, Henry, eu arranco sua cabeça.
— Sei disso — digo, porque realmente acredito nas promessas sangrentas de Emma. Ela já ameaçou arrancar meu dedo uma vez, quando tínhamos oito e cinco anos, e se nosso pai não tivesse chegado ao ouvir meus berros, eu provavelmente não teria o dedo indicador agora.
— Me diz uma coisa... — ela muda o tom da voz repentinamente. — Você soube da Melissa?
— Não. — Estranho a pergunta repentina. — Não estive olhando notícias... atuais. — Sinto necessidade de acrescentar, porque parece que nos últimos dias tudo o que fiz foi ler notícias em sites de fofoca.
— Não precisa estar olhando notícias, Henry, é só estar vivendo para saber.
Solto uma risada nasal.
— O que foi agora? Qual música com mil e um significados ela lançou dessa vez?
— Não foi isso... — diz Emma, mas logo volta atrás: — Quer dizer, não foi só isso. Ela lançou uma música chamada Perfect Night, mas depois falo dela. O que eu estou falando é que Melissa vai se casar!
— Ah! — exclamo, e não digo mais nada.
— Ah... — Emma parece lamentar. — Ficou abalado?
— O quê? Não. — Estreito as sobrancelhas. — Fui pego de surpresa, porque há uma semana eu nem sabia que Melissa estava namorando.
— Ela não contou nada para ninguém, mesmo.
— Percebi — digo, um pouco rápido demais, e Emma faz bico do outro lado da tela. — Emma, pelo amor de Deus, não estou triste por Melissa estar se casando.
— Por que não?
— Como assim por que não? Porque eu não tinha pretensão de voltar com ela? Porque não me importo?
O bico irritante de Emma continua lá.
— Ah, irmãozinho... — arrasta ela, e eu reviro os olhos.
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Henry Smythe I & II
Teen FictionMEUS DIAS COM HENRY SMYTHE: Sabrina Holland nem imagina o que se passa na vida dos astros Hollywoodianos atuais. Não está nem aí para os lançamentos de filmes no cinema; prefere os clássicos como A Princesa e o Plebeu, A Felicidade Não Se Compra, e...