CAP XVII - ESPECIAL HENRY

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— Eu sei, Emma — digo para o notebook. A expressão da minha irmã na câmera não é muito feliz.

— Henry, o que diabos você está fazendo em... Minnesota?

— Nada. Não estou fazendo nada.

— Então, volte! O começo das gravações é na sexta-feira, e sábado tem a sessão de fotos, e domingo, e... basicamente você não vai respirar por semanas, Henry, não deveria estar sumido. Você sabe que esse próximo projeto é importante.

— Eu sei disso, eu sei — repito, e encosto o corpo na cabeceira da cama.

— Você está em crise?

— Não!

— Está querendo desistir de tudo? Henry, que merda é essa?

Começo a rir.

— Emma, pelo amor de Deus, estou só...

— Só... só... — Ela faz caretas enquanto fala, e eu continuo rindo.

Emma é minha irmã mais velha, mas é mais infantil do que eu e Timothy juntos. A bronca que ela me dá não vale de nada quando ela começa a agir como uma criança emburrada.

— Não tenho nada importante até sexta. Sexta-feira eu vou estar lá, às oito horas da manhã. Eu prometo. — Cruzo os dedos em frente ao coração.

Vejo Emma, relutante, fazer o mesmo.

— Se você não estiver lá, Henry, eu arranco sua cabeça.

— Sei disso — digo, porque realmente acredito nas promessas sangrentas de Emma. Ela já ameaçou arrancar meu dedo uma vez, quando tínhamos oito e cinco anos, e se nosso pai não tivesse chegado ao ouvir meus berros, eu provavelmente não teria o dedo indicador agora.

— Me diz uma coisa... — ela muda o tom da voz repentinamente. — Você soube da Melissa?

— Não. — Estranho a pergunta repentina. — Não estive olhando notícias... atuais. — Sinto necessidade de acrescentar, porque parece que nos últimos dias tudo o que fiz foi ler notícias em sites de fofoca.

— Não precisa estar olhando notícias, Henry, é só estar vivendo para saber.

Solto uma risada nasal.

— O que foi agora? Qual música com mil e um significados ela lançou dessa vez?

— Não foi isso... — diz Emma, mas logo volta atrás: — Quer dizer, não foi isso. Ela lançou uma música chamada Perfect Night, mas depois falo dela. O que eu estou falando é que Melissa vai se casar!

— Ah! — exclamo, e não digo mais nada.

— Ah... — Emma parece lamentar. — Ficou abalado?

— O quê? Não. — Estreito as sobrancelhas. — Fui pego de surpresa, porque há uma semana eu nem sabia que Melissa estava namorando.

— Ela não contou nada para ninguém, mesmo.

— Percebi — digo, um pouco rápido demais, e Emma faz bico do outro lado da tela. — Emma, pelo amor de Deus, não estou triste por Melissa estar se casando.

— Por que não?

— Como assim por que não? Porque eu não tinha pretensão de voltar com ela? Porque não me importo?

O bico irritante de Emma continua lá.

— Ah, irmãozinho... — arrasta ela, e eu reviro os olhos.

Henry Smythe I & IIOnde histórias criam vida. Descubra agora