T2 - CAPÍTULO 1

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Ah, férias. Queridas e tão esperadas férias!

Descobri, depois de muita esperança assassinada, que estar namorando um ator no auge da sua carreira é sinônimo de muitas coisas, e uma delas é nunca ter férias.

Estamos juntos há dois anos, Henry e eu, e eu não lembro de um período maior que duas semanas livre. Tudo piora porque eu também estou mais atolada em trabalho do que nunca, então, é matemática simples. Mas agora é oficial: nossas primeiras férias juntos. Trinta dias. Em um lugar diferente do vaivém Los Angeles-Londres.

Parece que estou reclamando à toa. Estou sempre entre LA e Londres, nossa, odeio! Não, não é isso. É só que... estou sempre entre Londres e LA! Não odeio, mas queria ver paisagens diferentes do Big Ben e as palmeiras da Sunset Boulevard. E agora, finalmente, nós vamos para a melhor tour possível: Grécia, Itália, França. Eu estou pulando de alegria. Literalmente.

— O que você está fazendo? — Henry me pergunta depois que o pego de surpresa em um abraço por trás, e o chacoalho junto ao meu corpo.

— Eu estou tão animada! — comemoro. — Nunca estive na Grécia, nem Itália. E na França só uma vez, e durou menos de vinte e quatro horas. Mal pude respirar. Agora vou respirar. Nossa, vou respirar fundo quando chegar lá, respirar o ar parisiense até ficar sem ar! — exagero o sorriso no rosto, mostrando todos os dentes.

— Eu não aconselharia... Paris não é a cidade mais cheirosa do mundo — intervém Henry.

Murcho o sorriso. Só um pouco.

— Ah, não importa!

Bato uma palma e volto saltitando até a cama, onde me jogo de braços abertos. Em cima das roupas que Henry dobrou para pôr na mala. Ele suspira e solta os braços ao lado do corpo.

— Eu sei que você está radiante, mas, por favor, eu passei horas escolhendo essas roupas e...

Remexo o corpo na cama como um bebê inquieto.

Henry arregala os olhos para mim e continua paralisado. Por pelo menos dez segundos, a cena continua, até que o vejo correndo até mim. Ele estava preparando o golpe, como um gato prepara o bote, e acertou em cheio ao agarrar meu corpo e me tirar da cama em seus braços.

Bato as pernas e os braços numa tentativa desesperada de sair, e logo me vejo de cabeça para baixo. A cama está uma bagunça, e não é só porque estou vendo o mundo de ponta-cabeça; está mesmo tudo revirado.

— Você só piorou as coisas! — digo, quando Henry me coloca sentada na poltrona do outro lado do quarto. — Agora as roupas estão no chão.

— A culpa é toda sua. — Ele acusa, ofegante.

Olho-o de baixo e abro um sorrisinho. Henry apoia as mãos nos quadris, e imitando seus movimentos felinos de segundos atrás, o ataco, empurrando-o até a cama. Dessa vez é ele que está por baixo, e eu seguro seus braços para que não se mova.

— Que ágil — elogia Henry — e sexy.

Meus cabelos estavam presos para cima, num coque antes firme, agora frouxo, e se soltam, roçando o rosto de Henry. Timing perfeito. Liberto os braços de Henry e ele logo enlaça minha cintura e nos une num beijo esperado.

— A gente vai se atrasar para o voo — digo, os lábios encostados nos seus.

— Não me importo — Henry ofega, e continua me beijando.

Estou dividida entre continuar aqui para sempre ou não perder minhas tão sonhadas férias. Com muita força de vontade, me afasto de Henry e arrumo os cabelos desgrenhados.

Henry Smythe I & IIOnde histórias criam vida. Descubra agora