Meus olhos se acostumam com a claridade do quarto enquanto minha mente ainda volta à realidade, assemelhando onde estou. Paris, França. A cidade Luz. Da torre Eiffel e do Falafel recomendado por Jimmy Hendrix. Da Audrey.
Um sorriso se expande em meu rosto antes mesmo de meus olhos se abrirem completamente.
Isso mesmo, Paris.
Me espreguiço e viro para o lado, a fim de me aninhar no corpo de Henry, mas dou de cara com um travesseiro vazio e um emaranhado de lençóis bagunçados. Não está quente, então ele deve ter se levantado há algum tempo. O relógio marca 6h39 da manhã—estranhamente cedo para o padrão Henry Smythe de férias.
— Henry? — Chamo, dentro de um bocejo, mas não alto o suficiente.
Levanto-me e o encontro debruçado sobre a mureta da varanda, e só percebo que o celular está em seu ouvido quando ele se vira para mim e aponta para o aparelho que equilibra entre a orelha e o ombro direito, enquanto anota alguma coisa numa caderneta miúda—não sei de onde ele tirou; quem costuma andar por aí com caderninhos sou eu.
Aproveito Henry ocupado para voltar aos lençóis, procurar alguma coisa para assistir na tevê e pedir serviço de quarto. O pensamento em Falafel fez meu estômago roncar a essa hora da manhã.
Assim que desligo o telefone e volto o aparelho para a base ao lado da cama, Henry volta. Ele me dá um selinho e mantém os olhos grudados em mim por tempo demais
— O quê? O que foi?
— Sabe o que foi isso?
— Um beijo de bom dia?
— Não. Tenta de novo...
— Não sei... um beijo de... olá?
— Não. Você é péssima nessa brincadeira.
Abro a boca completamente, e o empurro para longe com o cotovelo. Henry mal se move, no entanto.
— Isso foi empatia.
— Henry, você tá bem? — Levo a mão à sua testa, depois ao pescoço.
— Empatia é se colocar no lugar dos outros. — E aí ele me dá outro selinho. — Me coloquei no seu lugar e senti que você queria ser beijada.
— Ahhhh! Olha só para você, repassando falas dos meus filmes favoritos.
— Acho apropriado, justo esse. Em Paris.
— Claro. — Limpo a garganta. — Mas acho que você se colocou no lugar errado. Não tenho desejo de ser beijada, por você nem por ninguém mais.
— Que bobagem. Todo mundo deseja ser beijado. Até os filósofos.
— E os atores, e os escritores... também?
— Com certeza.
Dou-lhe mais um beijo, e Henry continua com outros mais demorados, antes de ouvirmos uma batida na porta.
— Como você está se sentindo? — Ele pergunta, levantando-se para atender ao chamado. — Obrigado — diz ele à pessoa que o atende, e volta para mim.
— Très bien, très chic, très magnifique — canto para Henry enquanto ele traz um carrinho com nossas comidas.
— O clima hoje é totalmente Cinderela em Paris, então.
— Cem por cento.
— Que bom — Henry diz, mordendo seu croissant. — Eu sei que a gente combinou de não fazer nada muito... turístico, e aproveitar as cidades com outros olhares... — ele está dizendo.
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Henry Smythe I & II
Подростковая литератураMEUS DIAS COM HENRY SMYTHE: Sabrina Holland nem imagina o que se passa na vida dos astros Hollywoodianos atuais. Não está nem aí para os lançamentos de filmes no cinema; prefere os clássicos como A Princesa e o Plebeu, A Felicidade Não Se Compra, e...