T2 - Capítulo 27

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Flashback. Cinco meses.

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Eu mal podia acreditar que estava há cinco meses namorando Henry. Smythe. De todas as possibilidades de relacionamento possíveis, um astro de Hollowood era minha última da lista, e na frente eu tinha nomes bem pouco prováveis, como o atendente da padaria ao lado da loja onde eu trabalhava, que tinha sorrido para mim um dia em que eu fui lá comprar um pretzel e deixei tudo cair no chão com a cobertura inteiramente comprometida. Enfim. Essas eram as minhas possibilidades de namoro, antes de um ator de cinema.

Não vejo Henry há duas semanas. Acho que esse é um ponto ruim de estar em um relacionamento com alguém com tantos compromissos em lugares diferentes do país—fica difícil abrir um espacinho no tempo para a namorada. Jesus, ainda é até estranho para mim olhar Henry na tevê, sendo entrevistado, e pensar que aquele é o mesmo que estará no meu apartamento dentro de uma hora.

Abro a porta do quarto, o roupão enrolado no corpo, e tomo um susto ao olhar para a cama e ver...

Não é Henry, mas sim um pôster do seu filme "The Love Dilemma", que estreou há uns sete meses. Eu ainda não vi, mas... olho com mais atenção e percebo o que está acontecendo aqui.

— Lou! — chamo, segurando o pôster e, aos poucos, o riso. — Louise!

Minha irmã aparece na porta do quarto, só a cabeça dentro do cômodo.

— Gostou?! Achei que seria bom consertar as coisas.

O pôster está correto, é o filme estrelado por Henry, sim, mas no lugar da cabeça da atriz Greta Rowland, está um recorte da minha cabeça. Eu nunca tinha visto uma versão impressa tão grande do meu rosto.

— Eu precisava fazer isso, — diz Louise, entrando no quarto por completo e sentando-se na cama onde antes estava o pôster. É do tamanho de um cartaz de cinema, mesmo.

— Você roubou isso? — pergunto, de cenho franzido.

— Não. Pedi a Karen para me arrumar um. O namorado dele trabalha no cinema.

— Jesus. Ela deve ter achado que eu pedi a você. E se foi isso, deve estar achando que eu sou uma maníaca.

— Só por que você quer ter o pôster do seu namorado para grudar no teto e olhar toda noite antes de dormir? Eu acho normal. — Ela fala, batendo os cílios enormes rapidamente.

— É esquisito. E sai daqui, eu preciso me arrumar.

— Você deveria ir logo, então. — Ela se levanta num salto e corre para a porta. — Porque Henry já está aqui.

— O quê?! — pergunto, mas Louise já sumiu pelo corredor.

Ela deve estar brincando. Ainda tenho uma hora de planejamento... Jogo o vestido amarelo que escolhi por cima da cabeça de qualquer jeito e saio do quarto para a sala, só para tirar a dúvida (mas tendo certeza de que Louise só estava brincando com a minha cara).

Mas, ao chegar na sala, minha irmã não está sozinha. Dimi está ao seu lado no sofá, o braço estendido por cima de seu ombro, e... Henry está sentado, despojado, na poltrona bege. Bem de frente para o corredor.

— Oi, Sabrina. — Ele diz, acenando para mim. Seus lábios estão retos, mas seus olhos não me enganam. Ele está escondendo um sorriso.

— Hã... eu... não sabia que você ia chegar mais cedo.

— Eu te liguei.

— Ah...

— Sabrina é uma velha quando se trata de tecnologia, você não sabe? O celular dela descarregou desde a manhã. Eu quem colocou para carregar, há uns trinta minutos — Dimitri me joga debaixo do ônibus com facilidade.

Henry Smythe I & IIOnde histórias criam vida. Descubra agora