T2: Capítulo 14

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Tudo bem, pode ser o objetivo de férias para muitas pessoas, mas, planejando essa viagem, nunca imaginei Henry e eu curtindo uma boate, ou em pé no meio da rua, à noite, bebendo e conversando com estranhos. Fora Tommy, não conhecemos ninguém aqui, no bar, e ninguém parece conhecer Henry.

Já saímos de uma boate no centro da cidade, e "voamos" para cá. Não sei como Tommy está conseguindo nos levar de um lugar a outro, porque, se eu não conheço a cidade, ele muito menos. Mas ele tem muita facilidade para se comunicar, e está conseguindo o que eu não conseguiria em anos.

Se eu vi Henry Smythe bêbado três vezes na vida foi muito. Na festa do Globo Dourado, ano passado, onde ele ganhou o prêmio de melhor ator coadjuvante, e comemorou inconsequentemente. Comemoramos na after party a noite inteira, e no dia seguinte Henry estava um caco. Eu imagino o que vá acontecer amanhã.

— Sabrinaaaaa! — Henry grita por mim, se espremendo entre dezenas de pessoas para chegar até o ponto onde Tommy e eu estamos. Ele equilibra três copos de cerveja nas mãos, erguidos acima da cabeça.

— Oh, meu Deus — digo, espremendo o rosto numa careta.

— Quer ajuda? — pergunta Tommy, mas Henry não ouve. Ele vai até lá, e piora tudo. Henry se choca com Tommy no meio do caminho e lá se vão dois copos de cerveja.

Henry ri, olhando o líquido derramado no chão.

— Vamos lá, vamos lá pegar mais — sugere Tommy.

— Não, não, não. Não vou deixar Sabrina sozinha aqui. Vem, vem, amore mio, vem com a gente.

— Eu estou bem aqui — asseguro.

Henry consegue chegar até mim, e segura minha mão.

— Vem, — pede ele, e me olha com cara de cachorrinho perdido. Ele aumenta seu poder de persuasão em 100% quando está alterado — vem, Brina.

Eu vou, porque ele realmente me convence de tudo, e porque eu acho que deixá-lo ir buscar bebida sozinho — Thomas não conta para nada aqui – é um perigo.

— Sabrina — Tommy me chama — eu estava preocupado com você.

— O quê? Por quê?

— Porque você, sabe, eu não imagin... — ele arrota, e ri — imaginava.

— Não imaginava? Tá certo.

— Você. Bem, sabe? Você assim — ele aponta para mim e para Henry, e levanta os dedões em ambas as mãos, fazendo joinha. — Eu gosto de vocês dois, vocês dois juntos. Eu fico feliz, Sabrina. Fico mesmo. Meeeesmo.

Meu Deus, como eu adoro discurso de gente bêbada.

Thomas não está falando nada com nada, mas aposto que, em sua cabeça, ele está pronunciando as palavras certinho e fazendo todo o sentido do mundo.

Henry ri de tudo, e me puxa para dançar valsa em frente ao bar. Está lotado aqui, e eu começo a rir da situação, porque não vou sair daqui tão cedo, e é divertido simplesmente se jogar nessas loucuras, uma vez ou outra. Na festa do Globo Dourado Henry e eu acabamos dançando tango – ou tentando, ou só fingindo – no meio de uma multidão de atores, diretores e roteiristas importantes de Hollywood. Não me arrependo, mas prefiro fingir que todo mundo estava bêbado demais para lembrar.

— Você deve acreditar em mim, Sabrina — Tommy grita do bar. Ele está esperando as bebidas enquanto Henry e eu dançamos.

— Eu acredito — grito de volta.

Henry Smythe I & IIOnde histórias criam vida. Descubra agora