Estou apreciando meu Gelatto como se fosse o último na Terra. O calor que faz em Roma à tarde é surreal, mas eu gosto. Essa temperatura é difícil de ver em Minnesota, combinada com essa paisagem histórica e o céu tão azul que faz doer a vista. E Henry ao meu lado. Bem, metade de Henry está ao meu lado, pois a outra ficou na cama, dormindo até o próximo dia.
Ele está com um boné e óculos escuros, e ainda reclama da cabeça doendo um pouco. A noite de ontem veio com consequências, e eu não acho que ele está gostando muito, por isso devoro o primeiro Gelatto rapidamente, peço um próximo e entrelaço meu braço no de Henry para voltarmos ao hotel. Hoje podemos esquecer que temos a cidade inteira aos nossos pés e passar o dia tipicamente como Henry e Sabrina: na cama, preguiçosos.
— Você pode me dizer o que aconteceu ontem? — Henry resmunga ao se jogar na cama assim que entramos no quarto. — Minha cabeça nunca pareceu tão pesada.
— Você bebeu e fez um melhor amigo.
— Quê? — Ele abre apenas um olho.
— Tommy.
— Hã... — Henry cobre os olhos com o braço, se livrando da claridade que entra pela janela. — Por incrível que pareça... e pelo que me lembro, também, eu até que gostei dele.
— Estava com ciúmes de Tommy, antes?
— Sim.
Me surpreendo com a facilidade com que Henry assume. Ciúme é um dos sentimentos mais difíceis de colocar para fora. Percebendo meu silêncio, Henry tira o braço de frente dos olhos e me encara.
— Ele é bonito. É seu ex-namorado, e eu lembro de tudo que você me contou sobre ele quando nos conhecemos, naquela lanchonete.
Eu repuxo os lábios para cima só um pouquinho.
— Eu estava morrendo de saudades naquela época. Não sabia por que ele tinha sumido, sei lá.
— É, eu sei como é isso. E eu achei que você poderia voltar com ele a qualquer momento... quando pensei em voltar e te ver de novo, no lançamento do livro, isso passou pela minha cabeça.
— Não, isso não aconteceria. — Sento-me na beirada da cama, depois de tirar os sapatos. — Tommy e eu somos incrivelmente melhores como amigos.
Henry, ainda deitado, enlaça minha cintura com os braços e eu acabo perdendo o equilíbrio e caindo desajeitadamente por cima dele.
— Que sorte a minha, então.
— Sorte a nossa. Porque eu e você ficamos muito melhores sendo mais que amigos.
Henry me dá um beijo rápido e resmunga ao se afastar. Leva dois dedos à têmpora e estala a língua, afastando-se até apoiar a cabeça no travesseiro.
Ele ainda está de bom humor, mas sei que vai virar de cabeça para baixo quando perceber que a ressaca se recusa a sair de seu corpo. As poucas vezes que vi Henry sofrendo no dia seguinte a uma bebedeira, ele sempre amanhece como se estivesse com outra pessoa presa em seu corpo – uma pessoa irritadiça, impaciente e mal-humorada.
— Ih, está começando a transformação — brinco. Henry não me olha, mas dá o que eu imagino que seja um projeto de risadinha.
— Sinto muito. Estou sentindo como se tivessem bombas na cabeça.
— Que dramático.
Ele não diz nada, e eu volto a me aproximar, tamborilando os dedos em seu peito coberto pela camisa branca.
— Eu já sei o que vai te animar, com certeza... — falo devagar.
Henry abre os olhos o suficiente para me enxergar, e repuxa apenas um lado dos lábios num sorrisinho malicioso.
— Ah, é? — Ele consegue me puxar mais ainda para si com apenas um braço. — O que você tem em mente?
— Comida!
Ele resmunga alto e eu rasgo uma gargalhada.
— O que você tinha em mente?
— Algo muito diferente... — diz, e eu percebo suas bochechas ganhando a coloração de tomates maduros; ou melhor, as vejo acentuando a coloração que ganharam depois de dias sob o sol de Roma. Henry está particularmente sexy com o bronze começando a lhe pintar lentamente.
Eu estava brincando quanto à comida, claro, mas mesmo assim rebato seu comentário e me levanto da cama. Henry é mais rápido que eu, e parece esquecer a dor de cabeça e o mal humor da ressaca por um instante, pois a rapidez com que ele me derruba na cama e inverte nossas posições, me prendendo embaixo do seu corpo, é impressionante.
— Era algo mais... assim, sabe? — diz, segurando meu pulso acima da cabeça.
Não consigo me ver, mas agora eu estou começando a ficar vermelha, mas o motivo agora é outro. Não tem nada a ver com vergonha ou o sol de Roma. Tem a ver com Henry Smythe, inteiramente.
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Oi, môs amores, desculpa a demora e o capítulo pequeno, mas o próximo chegará em breve, pois esse capítulo (15) é introdutório para uma cena de flashback, ta bom?! bjs <3
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Henry Smythe I & II
Novela JuvenilMEUS DIAS COM HENRY SMYTHE: Sabrina Holland nem imagina o que se passa na vida dos astros Hollywoodianos atuais. Não está nem aí para os lançamentos de filmes no cinema; prefere os clássicos como A Princesa e o Plebeu, A Felicidade Não Se Compra, e...